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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A IMPLOSÃO DO SISTEMA E OS OPORTUNISTAS


Como se sentirão, hoje, essas pessoas que colaboraram, que se sentaram na primeira fila, como montra dos interesses partidários, que subiram ao púlpito e debitaram conhecimento? Continuarão a apoiar esta gente que vendeu a Autonomia a "pataco", como se de uma SAD (Sociedade Anónima Desportiva) se tratasse? Será que ainda pensam na possibilidade de autorregeneração do sistema ou será que o bom senso lhes aconselha a saltarem do navio quanto antes? Preferirão o silêncio até ver para que lado é que isto vai, ou irão assumir a necessária mudança fora do atual quadrante político?


É preciso travar e apear estes governantes
há trinta e seis anos no poder!
Pergunta-se, hoje, o que resultou daqueles painéis, organizados pelo PSD, aquando dos seus congressos? Os resultados, por tudo aquilo que estamos a viver, demonstram que valeram zero. Zero absoluto. Aqueles painéis temáticos não foram  mais do que uma "passerelle", com centenas de palestrantes, a esmagadora maioria rendidos aos encantos e benesses do sistema, pessoas, algumas, não duvido, bem intencionadas, que deixaram algumas mensagens de preocupação, mas que acabaram por ser engolidas pela onda partidária trituradora e pela força das convições de um só homem. Tempo perdido, até porque, embora a minha posição seja subjetiva, o mentor do sistema de painéis durante um congresso, apenas visou encenar, criar uma imagem pública de debate aberto à sociedade, aproveitar a comunicação social para mostrar salas cheias, porque, lá no fundo, o caminho político estava traçado, com ou sem auscultação. E a verdade é que dessa putativa audição nada resultou de positivo, como prova a evidência da trágica situação regional.
Como se sentirão, hoje, essas pessoas que colaboraram, que se sentaram na primeira fila, como montra dos interesses partidários, que subiram ao púlpito e debitaram algum conhecimento? Continuarão a apoiar esta gente que vendeu a Autonomia a "pataco", como se de uma SAD (Sociedade Anónima Desportiva) se tratasse? Será que ainda pensam na possibilidade de autorregeneração do sistema ou será que o bom senso lhes aconselha a saltarem do navio quanto antes? Preferirão o silêncio até ver para que lado é que isto vai, ou irão assumir a necessária mudança fora do atual quadrante político? Quanto a mim são questões importantes e que a oposição política deverá ficar atenta. Atenta ao oportunismo e às movimentações, mesmo que subtis. É que há, em todos os sistemas, eminências pardas que, embora totalmente cúmplices do estado a que a Região chegou, tentam passar incólumes perante o desastre. Figuras que estiveram, mas não estiveram, influenciaram, mas não influenciaram e que estão sempre prontas para entrar na primeira carruagem do combóio da mudança. E com esses, ensina-nos a história dos processos políticos, é preciso ter muito cuidado. Foram tão nocivos ao desenvolvimento quanto aqueles que ocuparam lugares de decisão política.
A propósito, hoje, cruzei-me com um cidadão, amigo de longa data, com algumas responsabilidades na governação. Disse-me que "isto está tudo louco", que "já bateu no fundo, mas que vai continuar a bater" e eu, concordante, fiquei a pensar, exatamente, nos conflitos que por aí andarão. Esta voz lúcida que escutei não representará, também, a voz de dezenas ou de centenas de cidadãos, direta ou indiretamente ligados ao poder? Eu penso que sim. Este poder tem o seu tempo contado. Dentro de poucos meses, com os constrangimentos a que a população será sujeita, é bem provável que o sistema comece a implodir. Mas, cuidado com os oportunistas!
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Jonas disse...

Realmente, os socialistas deram cabo da Europa. Com a sua terceira via, promovendo políticas de subsidiação social maciça, sem qualquer relação com a produção interna que a deveria sustentar. Em vez disso, os défices, a dívida.
E, agora, a falta de dinheiro e a pressão dos credores. Vamos viver muitos anos à sombra dessa política suicida. Que tem reflexos à escala global.

http://impresso.jornaldamadeira.pt/opiniao.php?Seccao=12&id=206910&sdata=2012-01-31

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Dois aspectos em relação ao que escreveu: 1º é preciso conhecer a História para perceber tudo o que se esconde para além dos rostos da crise europeia e até mundial; 2º sou madeirense e interessa-me a Madeira e, neste pressuposto, sustento que não tem qualquer sentido a tentativa de desvio das atenções para essa "distante" Europa dos diretórios, quando temos AQUI um grave problema para resolver. E esse problema chama-se PSD e o seu líder.