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terça-feira, 6 de março de 2012

CHUMBO E MOÇÃO DE CENSURA A ESTE GOVERNO



São várias as contradições, são várias as opções chocantes que, confesso, enfurecem o mais tranquilo dos cidadãos. Evidencio, para já, três: primeira, o orçamento prevê obter 1,5 milhões de euros com as refeições escolares, isto é, mais 532% que em 2011. Ora bem, já não basta o saque que está a ser feito às famílias por via da multiplicação dos impostos, até com as crianças e jovens, os mais frágeis da sociedade, a política deste governo entra em uma espiral de roubo consentido. Numa altura que há fome disfarçada, que as instituições de solidariedade social se multiplicam para esbatê-la, numa altura que se sabe que é na cantina das escolas que muitos tomam a única refeição quente do dia, esta nódoa de governo, retira da Ação Social Educativa para encher o cofre para pagar a quem já devia ter pago. Um governo que esquece a dívida social que tem não é merecedor de qualquer benefício de dúvida (...).



A manchete da edição de hoje do DN não poderia ser mais esclarecedora sobre o que aí vem. Título: ESCANDALOSO. Ainda que se trate de uma primeira abordagem ao Plano e Orçamento da Região para 2012, os indicadores que estão a ser divulgados, inclusive, por especialistas partidários, denunciam que o que  está em curso para ser apresentado e aprovado, não augura nada de bom para quem aqui vive. São várias as contradições, são várias as opções chocantes que, confesso, enfurecem o mais tranquilo dos cidadãos. Evidencio, para já, três: primeira, o orçamento prevê obter 1,5 milhões de euros com as refeições escolares, isto é, mais 532% que em 2011. Ora bem, já não basta o saque que está a ser feito às famílias por via da multiplicação dos impostos, até com as crianças e jovens, os mais frágeis da sociedade, a política deste governo entra em uma espiral de roubo consentido. Numa altura que há fome disfarçada, que as instituições de solidariedade social se multiplicam para esbatê-la, numa altura que se sabe que é na cantina das escolas que muitos tomam a única refeição quente do dia, esta nódoa de governo, retira da Ação Social Educativa para encher o cofre para pagar a quem já deveria ter pago. Um governo que esquece a dívida social que tem não é merecedor de qualquer benefício de dúvida. Curiosamente, esta manhã, recebi um e.mail, oriundo de uma conhecida figura do PSD, uma daquelas mensagens que se espalham como cogumelos (vou dar baixa neste endereço), que dizia o seguinte: "é triste usar a doença, a pobreza e as carências para fazer política. Escroques oportunistas". O texto não visava esta ou aquela situação, estava escrito em abstrato, mas a verdade é que há quem pense assim, que falar da fome e da pobreza corresponde a dela se aproveitar para o exercício da política. Ora, quanto enganado está tal político. Apetece-me responder-lhe como um dia disse na Assembleia Legislativa: a política serve para corrigir os diversos orgasmos. Isso mesmo. Porque ninguém tem culpa de nascer em berço muito pobre, não são os da classe média que têm culpa de o governo dever milhões às empresas e estas despedirem 21.000 trabalhadores lançando-os na penúria que se reflete nos filhos em idade escolar. Por aí fora... A saúde, a educação, o direito a uma habitação e a uma alimentação básica são aspectos que dependem de políticas, logo, os que aí se posicionam nesse luta, não são escroques, são pessoas preocupadas em resolver questões. Eu sempre digo, se sou feliz, porque razão os outros não o são?
Segundo: o Jornal da Madeira levará mais três milhões de euros em 2012. Já não basta o monumental défice que apresenta, ainda por cima, o governo entrega mais três milhões que serviriam, por exemplo, para matar a fome nas escolas e para pagar uma parte da dívida dos estabelecimentos de educação e ensino. Três milhões para a propaganda política equivale ao sentimento daqueles que utilizam os meios em ações fraudulentas (aqui, sim, escroques). Não há nenhum jornal em Portugal que seja pago pelo erário público. Os jornais pertencem ao domínio empresarial privado. Aqui, não, aqui, tal como acontecia com outros "pravdas", é o governo que paga um Jornal para fazer a sua campanha diária. De facto, é ESCANDALOSO.
Terceiro: o financiamento ao desporto. Ao invés de aproveitar a oportunidade e cortar a eito no desperdício e na sua megalómana política desportiva, o governo faz uma operação de maquilhagem, cortando cerca de cinco milhões num orçamento que costuma ser sempre acima de trinta milhões. Desconheço, ainda, o valor orçamentado, mas um corte de 15% por aí andará, presumo. Isto, quando a oportunidade implicava a reformulação completa do paradigma, afetando as verbas de acordo com as necessidades primárias e secundárias, isto é, num conceito de prioridade estrutural, e nunca na manutenção da algumas megalomanias. O desporto na Região tem de estar ao serviço do desenvolvimento e não ao serviço da política. Há muitos anos que venho a salientar este aspecto.
Mas a procissão ainda nem ao adro saiu. Muito se saberá deste Plano e Orçamento. Uma coisa parece-me cada vez mais certa: o mês de Abril está a chegar e aí, infelizmente, o povo vai tomar consciência do que lhe prepararam.
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro André Escórcio

Começa agora a perceber-se a calma de Alberto Jardim perante o verdadeiro garrote financeiro agora aplicado à sua governação. É que foi salvo o último reduto do seu do seu castelo: o JM.
Haja propaganda e tudo se resolve!...
Para tal, vendeu o pouco que ainda restava do apoio às classes mais desfavorecidas do povo madeirense.
Enfim, foram-se os dedos mas ficaram os anéis.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
A questão que coloco é esta: será que este homem não tem consciência das decisões que assume? Ou será que, a caminho dos 70, continua a amar o poder como aos 30 anos? E que razões o levam a isso?

Fernando Vouga disse...

Caro André Escórcio

Respondendo à sua pergunta, penso que o plano de Jardim é retirar-se do cargo que actualmente ocupa no qual se sentirá eventualmente desgastado. E, para tal, terá negociado um cargo à sua medida que lhe garanta a continuação da imunidade como, por exemplo, ser Representante da República. Depois, com um tal Manuel António (ou outro acéfalo qualquer) sentado na sua antiga cadeira, continuará a mandar. Por fim, manterá a arma secreta de propaganda com o pasquim que dá pelo nome de JM.
Maquiavélico?