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segunda-feira, 12 de março de 2012

MAMAS PARA QUE TE QUERO?



Se há tetas em fase minguante, pergunto, quem as fomentou, quem as disponibilizou à vez, quem permitiu utilizá-las, muitas vezes, de forma sôfrega? Se a consciência lhe diz da existência de tetas que o regime expandiu por toda a Região no tempo das vacas gordas, com que lata vem agora delas falar, como se nada tivesse a ver com essa alegada distribuição de bocas famintas de poder e de dinheiro?


Há "muita gente a mamar na teta do Regime", disse, ontem, o Presidente do Governo Regional em mais um adro de igreja. O que me leva a dizer, desde logo, que, afinal, ao contrário da apregoada transparência, da isenção, dos cuidados relativamente ao desperdício e aos interesses que se movimentam na orla da governação, o presidente assume que o regime tem tetas, digo eu, e que tetas(!), as tais que levaram ao caos que hoje é a Madeira. Nada que não se soubesse e desde há muitos anos. Apenas se assiste à assunção da verdade através do deslizar da língua para essa incontornável verdade. No fundo, o que o presidente veio para o adro assumir, corresponde a um tiro para dentro do seu próprio partido, para todos quantos alimentaram o regime e que  estiveram e estão sentados à mesa do orçamento, comendo e rapando o tacho, colocando-os, agora, de sobreaviso que, das duas, uma: ou estão com ele ou, então, tê-lo-ão à perna. Porém, se há tetas em fase minguante, pergunto, quem as fomentou, quem as disponibilizou à vez, quem permitiu utilizá-las, muitas vezes, de forma sôfrega? Se a consciência lhe diz da existência de tetas que o regime expandiu por toda a Região no tempo das vacas gordas, com que lata vem agora delas falar, como se nada tivesse a ver com essa alegada distribuição a bocas famintas de poder e de dinheiro?
Bom, diz a sabedoria popular que "pela boca morre o peixe" e, se desta vez foi um pouco mais longe em sua clara defesa, do tipo, eu sou muito sério, mas há por aí gente que não se cansa de mamar, o presidente, conhecida a sua velha e repetitiva estratégia de baralhar e dar de novo, esteve no adro mas não terá convencido. Porque as pessoas estão fartas, a população já conhece a sua "homília", as gentes estão com um aperto na garganta e voltam-lhe as costas sabendo que aquela é já conversa de treta e fiada. Dizer que as contas vão ficar equilibradas em quatro anos constitui uma treta, uma colossal mentira, pois bastará fazer umas continhas, poucas, e todos concluirão que temos drama para vinte a trinta anos, se outras medidas e solidariedades não forem assumidas. Aguardemos pelo "debate" do Plano e Orçamento e quem estiver atento aperceber-se-á da realidade.
Finalmente, na última campanha eleitoral para as legislativas regionais, assisti a alguns párocos (e bem) a solicitarem que não entrássemos no adro com fins de mensagem política. Quem me acompanhava sempre respeitou essa posição. Não deixa de ser curioso que, agora, porque é o PSD, os adros das igrejas sejam invadidos por gente que, ainda por cima, após a Missa têm de escutar um homem a falar de gente que "mama na teta do regime", declaração que pode ser interpretada, também, como um deselegante aviso à Igreja Católica, beneficiária de substanciais apoios ao longo dos tempos. Mas, enfim, quem se coloca a jeito tem de silenciar ou frenar os seus posicionamentos. É caso para dizer, mamas para que te quero?
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor
Lá diz o ditado que "É mais fácil apanhar um mentiroso que um coxo"...
O "artista" está a ficar senil,e...ainda não deu por isso!