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terça-feira, 27 de março de 2012

OS QUE DEFENDEM O AMBIENTE "SÃO UNS PARVINHOS À SOLTA"


Um político que daquela forma falou evidencia que não tem a perceção do seu declínio, que tais atitudes apenas o afundam no que concerne a algum reconhecimento social que granjeou ao longo dos anos e que passa a ser entendido pelas pessoas como um bobo hilariante. Como vulgarmente se diz, às pessoas de pensamento, tais enormidades entram a 100 e saem a 200! Mas o problema é que continua a dizer disparates e a ofender como se esta terra fosse uma tabanca isolada liderada por um qualquer "homem-grande" da Guiné, chefe tradicional, trajado a rigor, fumando cachimbo e repousando numa rede de interesses. Só que os tempos são outros e apesar de ter feito um "esforço" para que a Região tenha hoje 58.000 sem instrução, há muita gente a desconfiar, a colocar em dúvida, a assumir que "não vão por aí", tal como no "Cântigo Negro".


Disse o Presidente do Governo Regional, a propósito da compaginação do ambiente com o desenvolvimento e referindo-se aos homens e mulheres de ciência que defendem o AMBIENTE: "(...) são uns parvinhos à solta que, no fundo são uns capitalistas vigaristas, que vestem o camuflado de ecologistas, são tão ecologistas como o meu gato, que dizem asneiras e babuseiras que, coitados, como atrasadinhos, ainda vão naquela onda entre os anos 60 e 80, pensando que vão sabotar as iniciativas desta época da Democracia, da Autonomia, dizendo que não se pode fazer isto e aquilo (...)". Sinceramente, não sei o que dizer face a esta "sublime" declaração. Mas, não consigo ficar indiferente a mais esta agressão a todos aqueles que levam uma vida de estudo, que são, muitos deles, professores universitários, reconhecidos académicos e que, sistematicamente, são vilependiados por um político que é, com todas as letras, uma grande fraude do pensamento estruturante do desenvolvimento.
Coexistem aqui dois aspetos susceptíveis de poderem justificar estas ofensas gratuitas: primeiro, a sua própria defesa em função dos monumentais erros cometidos, no que concerne ao Ambiente em um sentido lato da palavra enquanto conceito; segundo, manter todos esses especialistas, envolvidos em uma teia de medo enquanto outros, os confrades do regime, ficam com caminho aberto para continuarem a destruição da identidade e da singularidade da Região. São dois aspetos, naturalmente, entre outros, que poderão justificar esta repetitiva ofensa aos que estudam, que publicam em revistas científicas, que são reconhecidos nos meios académicos nacionais e que a única coisa que os move é o respeito pela natureza e pelo seu equilíbrio.
Ora, um político que daquela forma falou evidencia que não tem a perceção do seu declínio, que tais atitudes apenas o afundam no que concerne a algum reconhecimento social que granjeou ao longo dos anos e que, pela sua própria boca, passa a ser entendido pelas pessoas como um bobo hilariante. Como vulgarmente se diz, às pessoas de pensamento, tais enormidades entram a 100 e saem a 200! Mas o problema é que continua a dizer disparates e a ofender como se esta terra fosse uma tabanca isolada liderada por um qualquer "homem-grande" da Guiné, chefe tradicional, trajado a rigor, fumando cachimbo e repousando numa rede de interesses. Só que os tempos são outros e apesar de ter feito um "esforço" para que a Região tenha hoje 58.000 sem instrução, há muita gente a desconfiar, a colocar em dúvida, a assumir que "não vão por aí", tal como no "Cântigo Negro". O que ontem escutei envergonha qualquer pessoa e constitui um péssimo ato de pegagogia na defesa do que de melhor a Madeira tem para oferecer: o seu AMBIENTE que não se esgota em umas coisinhas que disfarçam a floresta de desencantos.
Ilustração: Arquivo pessoal.

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