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domingo, 29 de abril de 2012

AFINAL, HÁ FOME!


Como ato de força e em defesa pessoal, o presidente do governo regional veio hoje dizer que não se arrepende do que fez: "Eu tomei uma decisão que não me arrependo: vamos aumentar a dívida da Madeira, mas nós não desistimos, nós não nos rendemos, nós vamos continuar a fazer o que tínhamos de fazer. E não nos rendemos, a vida continuou, hoje estamos aqui e o Sócrates já foi dar uma volta", salientou. Ora, o que isto significa é que, intencionalmente, tirou o pão da boca dos madeirenses, empobreceu milhares de famílias multiplicou o desemprego, desgraçou as empresas, mergulhou a Região numa crise interna que levará muitos anos a corrigir, mas não está arrependido. Merecerá um político destes alguma consideração? Não foi o Sócrates que criou a situação, foi Jardim o causador. Rua, é a única palavra que me ocorre.


Finalmente, o governo regional assume que existe fome. Durante anos negaram-na, não explicitamente, mas através de determinados sinais. Um deles foi o sistemático entrave à criação do Banco Alimentar Contra a Fome, embora nada tivessem a ver com a sua implementação, já que o BACF, em todo o país orienta-se por princípios que o obrigam ao afastamento dos poderes da governação e da Igreja. Mas, estiveram lá, boicotando e assumindo por palavras que tudo estava sob controlo. O Secretário dos Assuntos Sociais, estava eu na Assembleia Legislativa, quando sublinhou que a pobreza era residual, pois andaria pelos 4%. Isto quando os estudos já apontavam para valores acima dos 30%, dos quais 15% em pobreza persistente. A combate à pobreza nunca constituiu objetivo central da governação jardinista. As instituições de solidariedade social iam resolvendo, o rendimento social e inserção, pago pela República, ía tapando as situações mais visíveis e o resto ficava por conta do discurso sistemático, mentiroso e de permanente aldrabice. Por exemplo, que era um mentira o que se dizia dos idosos, dos reformados e pensionistas que deixavam parte dos medicamentos na farmácia, que eram falsos os números apresentados pela oposição, mas a verdade é que nunca quiseram realizar um estudo sobre a pobreza na Madeira. Chumbaram todas as propostas. Só que hoje não há mais espaço para esconder a realidade. Os números globais do desemprego, a percentagem que se aproxima dos 60% dos que não têm direito a subsídio de desemprego, as permanentes chamadas de atenção das instituições de solidariedade que assumem estar no limite, tudo isto determinou que, agora, tardiamente, venham dizer que  já contabilizaram as famílias que precisam de ajuda alimentar na Madeira. Segundo o DN-Madeira, "o levantamento foi feito pelo Centro Regional de Segurança Social em todos os concelhos da Região. Bernardete Vieira, a presidente, não avança, para já, muitos pormenores, mas adianta que a ajuda tem como destinatários não os actuais beneficiários de apoios daquele centro, nomeadamente do rendimento social, mas sim os novos desempregados e endividados, que não conseguem fazer face às suas necessidades básicas". Só agora! Esta situação revolta-me, quando o drama da fome e das carências básicas há muito que está identificado, inclusive, com estudos e percentagens arreliadoras.
Entretanto, como ato de força e em defesa pessoal, o presidente do governo veio hoje dizer que não se arrepende do que fez: "Eu tomei uma decisão que não me arrependo: vamos aumentar a dívida da Madeira, mas nós não desistimos, nós não nos rendemos, nós vamos continuar a fazer o que tínhamos de fazer. E não nos rendemos, a vida continuou, hoje estamos aqui e o Sócrates já foi dar uma volta", salientou. Ora, o que isto significa é que, intencionalmente, tirou o pão da boca dos madeirenses, empobreceu milhares de famílias, multiplicou o desemprego, desgraçou as empresas, mergulhou a Região numa crise interna que levará muitos anos a corrigir,  mas não está arrependido. Merecerá um político destes alguma consideração? Não foi o Sócrates que criou a situação, foi Jardim o causador. Rua, é a única palavra que me ocorre.
Ilustração: Google Imagens.

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