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domingo, 27 de maio de 2012

GOVERNO DE SALVAÇÃO REGIONAL


Uma mudança de posição que tem muito que se lhe diga, ou melhor, que deve ser mais bem explicada. 

A 23 de Maio de 2009, publiquei um texto que pode ser lido aqui. Defendi, então, um GOVERNO DE SALVAÇÃO REGIONAL, exactamente no momento que o CDS/PP se demarcou da então designada "Plataforma Democrática" (Convergência na Acção) proposta pelo líder do PS Dr. Jacinto Serrão. Escrevi há três anos: "(...) Caminhamos para a necessidade de um "governo de salvação regional". Com cofres lisos, montanhas de facturas por pagar, empresários aflitos, desemprego a crescer, uma população maioritariamente sem capacidade para reagir, pergunto, como pensam resolver este quadro? Basta de blá, blá e de ofensas dirigidas aos outros... expliquem, direitinho, a toda a gente, as soluções?
Num outro post, a 16 de Outubro de 2010, voltei ao assunto (aqui) e transcrevi uma parte de uma carta do Dr. Jacinto Serrão: a) O CDS auto-exclui-se da Convergência na Acção, cujo objectivo fundamental é o derrube do regime que governa a Madeira vai para 40 anos; b) Assim, concluímos ainda que – a menos que reconsidere - o CDS não nos oferece – neste momento! - as condições políticas essenciais para integrar o objectivo estratégico da Convergência na Acção, que é garantir o normal funcionamento das instituições, nas vertentes democrática, autonómica e social, conforme decorre do “Manifesto ao Povo da Madeira” onde se traçam os seus objectivos".
Pelas declarações de hoje do líder do CDS/PP, folgo em saber que há uma mudança de posicionamento político. Interessa agora saber a respectiva operacionalização. Governo de Salvação Regional, com quem? Um assunto interessante!
Ilustração: Google Imagens.
NOTA:
Na edição de hoje, 28.05.2012, do DN-M li o conteúdo das declarações do líder do CDS/PP. Com que então um governo de salvação com a participação do PSD!!! Uma figura de consenso. Levaram 36 anos a criar problemas e, depois, o CDS chama-os para continuar no poder. Essa, NÃO. Bem eu perguntava ontem, governo de salvação, com quem? O PSD tem de ser colocado na oposição por largos anos. E ponto final.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não há mudança nenhuma Sr Professor, há é ratice e oportunismo.
O Sr Presdiente do Governo até já qualificou bem a coisa, é justo reconhecê-lo: "o CDS é um bando de aldrabões"!!
E o PND - esse grande partido, o partido a quem os madeirenses verdadeiramente devem as grandes acções politicas que estão a conduzir ao fim do "jardinismo" - já os havia topado de há muito! Razões pois de sobra tem o PND de ter identificado aquele pessoal do CDS-PP como farinha do mesmo saco em relação ao PSD. E são!!!!
Coteje cada uma daqulas figurinhas.....fareje, intua, sinta, o que é que cada uma delas vale instrínsecamente... É de arrepiar, não é?!!
Quanto à possibilidade do PS chegar brevemente ao poder aqui na Região, e ainda por cima pela mão do Sr Victor Freitas,.....bem.... seria outro descalabro terrível sr Professor!! Esquerda no poder equivale sempre a mais tragédia social a "La longue" (pois gastam sempre o que têm e o que não têm).
Por isso, a não ser que surja um governo composto por ilustres personalidades, por politicos de outras cepas e independentes, a não ser que assim aconteça, a Madeira estará realmente perdida: a velocidade estonteante em direção ao ABISMO!
Bem....haverá sempre a derradeira solução, quiçá a mais honesta, essa sim, em que deposito maior esperança: acabar-se de vez com a experiência autonómica e voltarmos a ser regidos novamente pelo continente.
Acha, sinceramente,que este povo madeirense tem condições de se auto-governar daqui para a frente? Isto vai ser uma hecatombe global! Pressinta: 3 ou 4 gerações habituadas a viver do erário público e comandada por um déspota como é que consegue agora levar a sopa à boca com a própria mão?
Fico por aqui.
Boa semana.

André Escórcio disse...

Muito obrigado pelo seu comentário e pelo contributo para o debate.
Apenas um comentário a uma parte do seu texto: "Esquerda no poder equivale sempre a mais tragédia social a "La longue" (pois gastam sempre o que têm e o que não têm".
Eu sempre defendi um posicionamento de esquerda política, democrática, de rigor, de responsabilidade, de princípios e de valores. Defendo o Estado Social, os direitos e os deveres, um sistema empresarial consistente, uma luta sem tréguas contra a corrupção, contra as fortunas fáceis, um sistema educativo exigente, de reconhecida qualidade e portador de futuro. Defendo uma economia ao serviço do desenvolvimento, concorrencial e diversificada e que o poder público não sobreviva à custa das dívidas aos particulares. Aspectos que a direita política, em abstrato, claro, historicamente, não está para aí virada. Penso que a Madeira poderia constituir um exemplo. A esquerda pode ter e tem erros, mas há um aspecto que não pode ser negado: tem mais sensibilidade para as questões sociais.
Uma vez mais, obrigado pelo contributo para o debate. Uma boa semana.