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terça-feira, 10 de julho de 2012

O CHÃO DA LAGOA É UM ACTO DE TRAIÇÃO


A dita festa tem um objectivo, obviamente político, a espetada, o vinho seco, a laranjada e o bolo do caco, para quem a organiza, é assunto marginal. Importante é juntar o magote para a "oração de sapiência" do doutor laranja! Importante é dar o reforço anual da vacina, neste momento conturbado, fazendo-lhe crer que os malvados são os de fora, que o povo é vítima dos senhores de Lisboa e da Maçonaria, daquela corja que rouba desde há 500 anos em parceria com os ingleses da Madeira Velha! Importante é transmitir a ideia de vitimização, que não nos pagam a Educação e a Saúde e que os doutores da Madeira Nova tudo têm feito pelos pata rapadas. Miguel Torga escreveu: "É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disso. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados". É isso.

"Ir ao Chão da Lagoa é um acto de traição aos interesses da Autonomia, aos interesses dos madeirenses", adiantou o Presidente do PS-Madeira Victor Freitas. Concordo, totalmente. É evidente que cada um tem o direito de se divertir onde quer e entende, de fazer o pic-nic onde bem entender, de ir ao arraial de Ponta Delgada ou do Monte, por devoção ou por lazer, não isso que está em causa, até porque, se defendo a liberdade, logo, qualquer posição de sentido contrário só poderia ser entendida contra a liberdade que defendo. Repito, não é isso que está em causa. O que me preocupa e considero paradoxal é o facto de uma pessoa participar num evento marcadamente político, que pode significar um directo apoio àqueles que conduziram a Região à falência. Existe aqui um evidente sinal de teor masoquista, do tipo, bate-me mais que eu gosto, ou então, tudo isto pode ser justificado no campo da ignorância e do atraso cultural. Não faz sentido, não me parece racional, quem, politicamente, está conotado com a gravíssima taxa de desemprego, quem designa o povo pobre de pata rapada, depois, ao jeito do baile pesado, se predisponha subir à serra para ouvir aqueles que andam de dentes bem afiados contra os próprios. Não faz sentido. Podemos e devemos perdoar, até por uma atitude cristã, mas nunca esquecer. Ora, a dita festa tem um objectivo, obviamente político, a espetada, o vinho seco, a laranjada e o bolo do caco, para quem a organiza, é assunto marginal. Importante é juntar o magote para a "oração de sapiência" do doutor laranja! Importante é dar o reforço anual da vacina, neste momento conturbado, fazendo-lhe crer que os malvados são os de fora, que o povo é vítima dos senhores de Lisboa e da Maçonaria, daquela corja que rouba desde há 500 anos em parceria com os ingleses da Madeira Velha! Importante é transmitir a ideia de vitimização, que não nos pagam a Educação e a Saúde e que os doutores da Madeira Nova tudo têm feito pelos pata rapadas. Miguel Torga escreveu: "É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disso. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados". É isso, podemos adaptar à Região.
De qualquer forma, ir à Herdade não significa voto certo. Nas últimas eleições já só conseguiram 47% dos votos expressos. Penso, no entanto, que constitui "um acto de traição aos interesses da Autonomia, aos interesses dos madeirenses" participar na festa dos que descaradamente agridem. Mas, o povo é que sabe.
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

António Trancoso disse...

Meu Caro Amigo
"Mas o povo é que sabe."
Que povo? O que continua a eleger os que, acabada a festança, lhe põem a pata na garganta?!...