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sábado, 17 de novembro de 2012

TOLERÂNCIA ZERO PARA OS INTOLERANTES


Disse que vivemos num país onde se vive uma "democracia imperfeita". Ele sabe do que fala. Talvez o mais correcto, porque estava a falar num estabelecimento público de educação, seria dizer que, de facto, vivemos numa região com "democracia imperfeita". A imperfeição de não querer ouvir os outros, de secundarizá-los, de ofendê-los através de textos publicados no Jornal da Madeira, de governar como o único centro do conhecimento e da decisão, a imperfeição quando gera(ou) uma rede tentacular subserviente à sua vontade. Essa é a "democracia imperfeita" e se assim não é, que vago e inconsistente conceito de democracia e de tolerância tem este senhor!
 
 
O Dr. Jardim a falar de "tolerância"
Que legitimidade tem o Dr. Jardim, ainda presidente do governo regional da Madeira, para falar de tolerância? É um paradoxo. Ontem, sublinhou, ao fim de uma hora de palestra na Escola Jaime Moniz, no âmbito do Dia Internacional da Tolerância, que, actualmente, os partidos portugueses "estão esclerosados". Bom, dirá, espelho meu, espelho meu, haverá alguém, politicamente, mais esclerosado do que eu? É, portanto, repito, um paradoxo, porque se há figuras políticas na Madeira que não devem abordar a questão da tolerância, o Dr. Jardim é uma delas. Não tem legitimidade para dela falar pela práxis política a caminho de quarenta anos de chefia ininterrupta do governo regional. Desde as situações mais remotas às mais recentes, passando, obviamente, pelo triste comportamento assumido pelo seu partido no primeiro órgão de governo próprio, a Assembleia Legislativa da Madeira. Quantos insultos fez aos seus adversários políticos que manifestaram opinião diferente, quantos enviou para a prateleira, quantos processos moveu em Tribunal, quantos "chumbos" de projectos apresentados na Assembleia pela oposição mandou fazer, quantas vezes compareceu na Assembleia para discutir o Estado da Região e outros diplomas de significativo interesse público, quantas comissões de inquérito mandou chumbar, quantas agressões verbais fez aos jornalistas e aos académicos que, cientificamente, fizeram abordagens, por exemplo, na campo ambiental, o seu comportamento nas recentes eleições internas do seu partido, enfim, por aí fora o rol é tão extenso que prova que esta figura política não tem a mínima credibilidade e respeitabilidade relativamente a um passado de tolerância para poder falar de tolerância. A não ser que o Dr. Jorge Moreira, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Jaime Moniz, subliminarmente, tivesse querido lançar uma casca de banana ao seu "chefe" político. Penso não ter sido esse o caso. Talvez a ideia tivesse sido a de encontrar um "artista" para garantir uma boa plateia. De qualquer forma julgo que se tratou de uma escolha infeliz, quando há tanta gente por aí, capaz de  uma abordagem séria e profunda do significado da palavra tolerância com efeitos no plano pedagógico.
Li uma entrevista a Afonso Aguiló, Vice-presidente do Instituto Europeu de Estudos da Educação. A páginas tantas, expressa o seu pensamento relativamente ao significado da palavra tolerância: o "respeito e consideração face às práticas dos outros, ainda que sejam diferentes das nossas". Onde é que o Dr. Jardim, alguma vez, na sua prática política, respeitou as opiniões dos outros? Que sentido democrático, portanto, de tolerância, evidenciou ao longo de todo o tempo?
Disse que vivemos num país onde se vive uma "democracia imperfeita". Ele sabe do que fala. Talvez o mais correcto, porque estava a falar num estabelecimento público de educação, seria dizer que, de facto, vivemos numa região com "democracia imperfeita". A imperfeição de não querer ouvir os outros, de secundarizá-los, de ofendê-los através de textos publicados no Jornal da Madeira, de governar como o único centro do conhecimento e da decisão, a imperfeição quando gera(ou) uma rede tentacular subserviente à sua vontade. Essa é a "democracia imperfeita" e se assim não é, que vago e inconsistente conceito de democracia e de tolerância tem este senhor!
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Fernando Vouga disse...

Caro André Escórcio

É caso para dizer: depois de burro morto, cevada ao rabo.