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sábado, 12 de janeiro de 2013

UMA VEZ MAIS... NÃO HÁ JANTARES GRÁTIS


“Estão a comer à custa dos nossos impostos!”. “Paguem os ordenados e subsídios em atraso!” “A luta continua, chulos para a rua!”


Ontem, à noite, uma vez mais, teve lugar o habitual jantar da dita concertação social promovido pela Secretaria Regional dos Recursos Humanos. A União dos Sindicatos da Madeira (USAM) manifestou-se à entrada dos convivas, com um conjunto de frases que dizem bem do ambiente de hostilidade contra este tipo de iniciativas.
Ora bem, é voz corrente que "não há almoços grátis", neste caso, este tipo de convívio, através de um jantar, traz água no bico. Se, por um lado, os representantes das várias instituições não deveriam participar em iniciativas desta natureza, por uma questão de bom senso, a própria secretaria da Educação e dos Recursos Humanos, não deveria propor encontros como este, ainda por cima em período de graves carências, de desemprego e de crescente pobreza. Na concertação social estão frente a frente interesses distintos face à natureza da representação das várias entidades, e isso implica, naturalmente, respeito e distanciamento. Não estou a ver, na próxima Segunda-feira, quem ali esteve e quem ali conviveu, assumir, à mesa da concertação social, a plena defesa das suas convicções. Naturalmente que amolece! E este jantar tem, de facto, um objectivo: amolecer.
A concertação social constitui um momento de grande responsabilidade, de um lado e do outro da mesa, onde todos perdem um pouco para que todos ganhem muito. Exige-se, obviamente, bom senso, tolerância, capacidade negocial, e estes aspectos centrais do debate negocial implicam que, eu não diria frieza, mas repito, distanciamento qb para que ninguém morda o isco envenenado. Este jantares são um isco que morde quem quer. Mas é esta a Região que vivemos, onde tudo se compra, desde jantares a votos.
Ilustração: Google Imagens.

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