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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A NORMAL ANORMALIDADE...


O problema é saber se o povo vai continuar a bater palmas a um político e a todo o seu séquito depois de ter ficado entalado, espremido e sem possibilidades de contornar as situações de aflição. Se esse povo, descoberto o logro em que caiu, continuará a abanar a bandeirinha e, de joelhos, nas urnas, deitará o voto naquele que o "entroikou". O problema é saber se o povo vai olhar para a situação, se conseguirá produzir uma síntese e correr, por muitos anos, esta gentinha sôfrega de poder e de benesses à custa dos que pouco ou nada têm. O problema reside aí, na continuação ou na mudança capaz de eliminar os erros, negociar a situação difícil e complexa e, a prazo, devolver um quadro de felicidade ao povo desta terra. Creio que é muito difícil. As raízes são profundas e extensas, no sangue corre uma certa mentalidade de escravo, o analfabetismo existe e a Igreja não ajuda, apenas pede "fé e oração". Mas apesar da dificuldade, apesar do caminho ser muito estreito, penso que é possível romper este círculo vicioso, esta canga que colocaram no povo, este contínuo baile pesado, curvado e de nariz junto aos joelhos. 


Uma região, com cerca de 260.000 habitantes, dever mais de seis mil milhões de euros, fora as parcerias público-privadas, é coisa muito preocupante, mas já era conhecido. Mas ter facturas por pagar há quase seis anos, isso é politicamente imperdoável. Na prática significa que um fornecedor espera mais de 2000 dias para ver a cor do dinheiro em função de um dado fornecimento. E o que mais deixa estupefacto um cidadão cumpridor das suas responsabilidades é o presidente do governo, ainda ontem, com uma incomensurável lata política, no cortejo trapalhão, ter dito: "alguma vez me viu incomodado com as críticas"? Pois, o dinheiro não é dele, as empresas não são dele e o desemprego é, porventura, da responsabilidade de Lisboa. Ele até nem presidente foi do governo regional! Incomodado devem ficar os pobres desta terra, os que estão a ser duplamente espoliados pelas loucuras políticas cometidas em nome de um crescimento que não se transformou em desenvolvimento humano. Como pode um sujeito absolutamente normal no que concerne à responsabilidade política, assumir que não se incomoda, se calhar que dorme bem, quando há gente aflita no sistema empresarial, gente que não tem outra alternativa senão dispensar trabalhadores engrossando a longa listagem dos condenados à pobreza? Que ausência de sentimento e de fuga às responsabilidades, que displicência evidenciam todos aqueles que erraram e que não fazem um mínimo esforço de correcção da agulha da governação? Raios os partam todos!
O problema é saber se o povo vai continuar a bater palmas a um político e a todo o seu séquito depois de ter ficado entalado, espremido e sem possibilidades de contornar as situações de aflição. Se esse povo, descoberto o logro em que caiu, continuará a abanar a bandeirinha e, de joelhos, nas urnas, deitará o voto naquele que o "entroikou". O problema é saber se o povo vai olhar para a situação, se conseguirá produzir uma síntese e correr, por muitos anos, esta gentinha sôfrega de poder e de benesses à custa dos que pouco ou nada têm. O problema reside aí, na continuação ou na mudança capaz de eliminar os erros, negociar a situação difícil e complexa e, a prazo, devolver um quadro de felicidade ao povo desta terra. Creio que é muito difícil. As raízes são profundas e extensas, no sangue corre uma certa mentalidade de escravo, o analfabetismo existe e a Igreja não ajuda, apenas pede "fé e oração". Mas apesar da dificuldade, apesar do caminho ser muito estreito, penso que é possível romper este círculo vicioso, esta canga que colocaram no povo, este contínuo baile pesado, curvado e de nariz junto aos joelhos. É possível se muitos da nossa sociedade olharem para si próprios, deixarem os egoísmos e libertarem-se desta pouca-vergonha, deste pântano para o qual ele nos conduziu. Se estão à espera de um milagre, através da entrega a outros nomes na praça que apesar de terem lido o mesmo livrinho do chefe durante todos estes anos, apresentam-se como solução, desenganem-se os que assim possam pensar. A farinha é igual, o rol dos amigos o mesmo, os interesses idênticos e as possíveis coligações pós-eleitorais irão dar à mesma praça onde todos convivem e desenham o futuro. Uma mudança impõe políticas diferentes, estratégias diferentes e actores diferentes. Só vejo esse caminho.
Ilustração: Google Imagens.

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