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sábado, 16 de março de 2013

DR. VENTURA GARCÊS, PERCEBA, O POVO QUER FAZER "DELETE" NA POLÍTICA DO GOVERNO!


É evidente que o Secretário não foi o último a saber das leviandades e do respectivo buraco orçamental. Ele sabia, claro que sabia. É politicamente cúmplice, obviamente que sim. Não tem desculpa, claro que não tem. Toda a gente sabe que aquelas situações não acontecem num governo que está sujeito à Lei que tipifica, no plano criminal, desmandos daquela natureza. E se aconteceram, a única leitura que pode ser feita é que o Secretário está a sentir que a Justiça pode vir a caminho e, por isso, manifesta o desejo de querer saltar do barco como político que não teve nada a ver com a "festa do regime". Daí que, toca a lavar as mãos e sacudir as responsabilidades para outrem. Só que, entre adultos, não é assim, Senhor Secretário. Tem culpas, claro que as tem. E se o desejo era a de saltar do barco que afundava, há muito deveria ter falado a verdade, apontando o nome dos responsáveis e afastando-se das funções que ocupa. Ficaria, não digo, ilibado, mas com uma culpa atenuada, enquanto denunciante. Se ficou e deu cobertura, obviamente, que é tão responsável político quanto os outros.


Ele, no centro do vulcão,
não teve nada a ver com as "obras"...
Perguntem a um dos dois, dirá!
Em plena Assembleia, como se todos os cidadãos fossem uns pacóvios, o Secretário das Finanças, a propósito da dívida escondida, desculpou-se dizendo aos deputados que a antiga Secretaria do Equipamento Social tinha um sistema informático que funcionava de forma autónoma do restante sistema que servia o Governo, pelo que havia falhas que dificultavam o controlo de determinadas operações. Esta é uma das tais desculpas esfarrapadas que se voltam contra o próprio que as declara. Vou tentar decompor: primeiro, admitindo que os sistemas, incompreensivelmente, eram distintos, o que faziam o presidente do governo e os secretários à mesa do conselho de governo que tem uma periodicidade semanal? Jogavam às cartas, contavam anedotas ou de como combater a oposição? Segundo, o Secretário andou todos esses anos distraído com as Resoluções publicadas no Jornal Oficial? Terceiro, o Secretário não tinha conhecimento dos concursos públicos e não era, no mínimo, consultado para verificar a cabimentação orçamental de natureza plurianual? Quarto, não foi o Secretário que teve a bênção do presidente do governo como político da sua total confiança, que apresentou e defendeu, na Assembleia, o Plano e Orçamento da Região e os Rectificativos, depois de estabelecer, internamente, até onde cada secretaria podia ir? Quinto, o Secretário não participou nas inaugurações das tais obras, não passou os olhos pela comunicação social sobre as mesmas e de que tanto costuma falar na Assembleia, tomando, por aí conhecimento das mesmas? Sexto, e por que razão o sistema era autónomo? Nunca se questionou, nunca assumiu que não podia ser assim? Que numa secretária, fundamentalmente de "obras", as finanças tinham necessidade de controlar toda a facturação? Se não actuou, que razões levaram a não actuar?
É evidente que o Secretário não foi o último a saber das leviandades e do respectivo buraco orçamental. Ele sabia, claro que sabia. É politicamente cúmplice, obviamente que sim. Não tem desculpa política, claro que não tem. Toda a gente sabe que aquelas situações não acontecem num governo que está sujeito à Lei que tipifica, no plano criminal, desmandos daquela natureza. E se aconteceram, a única leitura que pode ser feita é que o Secretário está a sentir que a Justiça pode vir a caminho e, por isso, manifesta o desejo de querer saltar do barco como político que não teve nada a ver com a "festa do regime". Daí que, toca a lavar as mãos e sacudir as responsabilidades para outrem. Só que, entre adultos, não é assim, Senhor Secretário. Tem culpas, claro que as tem. E se o desejo era a de saltar do barco que afundava, há muito deveria ter falado a verdade, apontando o nome dos responsáveis e afastando-se das funções que ocupa. Ficaria, não digo, ilibado, mas com uma culpa atenuada, enquanto denunciante. Se ficou e deu cobertura, obviamente, que é tão responsável político quanto os outros. 
Alguém, com um mínimo de seriedade nestas coisas, distante das questões meramente partidárias, consegue engolir essa história da incompatibilidade dos sistemas informáticos? Não vê o Secretário que isso é motivo de chacota? Que hoje as instituições trabalham em rede e que até já existem "mercearias" modernas que estão ligadas aos fornecedores? Um amigo meu, informático, disse-me que, de tanto rir, teve uma enxaqueca! Perdoai-lhes Senhor...
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Fernando Vouga disse...

Caro André Escórcio

Em termos pessoais, não desejo nenhum mal às pessoas envolvidas nesta monumental marosca. Que, diga-se em abono da verdade, foi uma monumental burrice.
Mas tal não me impede de pensar que, se naquele caso da adulteração da carne picada tivessem usado carne de burro em vez de carne de cavalo, esta gente não teria vivido o suficiente para chegar a membros do GR.