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sábado, 4 de maio de 2013

A INTERVENÇÃO DO PRIMEIRO-MINISTRO FOI PRÓPRIA DE UM POLÍTICO QUE DESPREZA O POVO QUE O ELEGEU


Fico com a sensação que seguem uma religião, ao jeito de uma seita que se imola em função de um paraíso que há-de vir! São fundamentalistas ao ponto de não conseguirem outros ouvir, tampouco interpretarem os sons que ecoam por todo o lado: os sons dos que abordam  as questões do emprego vs desemprego, as questões empresariais, as questões da pobreza, enfim, os sons da falência da sociedade. Meteram duas talas junto aos olhos, taparam os ouvidos e funcionam agarrados à sua  dogmática religião em cega obediência aos seus patriarcas. Gerem o país como se o País não fosse pessoas, fazem o trabalho sujo em nome e representação de outros de rosto escondido. Estamos entregues a indivíduos sem referências, sem princípios e sem valores. Que detestam o País onde nasceram.  Não atacam quem deviam atacar, concretamente, esses directórios europeus (e não só) que impõem os ritmos, a espoliação e a direcção a seguir, mas atacam, quase todos os dias, dez milhões de portugueses, a esmagadora maioria dos quais completamente indefesos. Há aqui qualquer coisa de sádico, de gente que adormece a pensar na maldade seguinte e acorda predisposta a gozar através da humilhação e do sofrimento sentidos pelas pessoas. Metáfora? Não sei. O que sei é que há crueldade, crueza e malvadeza nas medidas anunciadas. 



É-me muito difícil catalogar comportamentos políticos quando os mesmos entram em uma esfera de deliberado "roubo". Ouvi o Primeiro-Ministro, durante trinta minutos, e senti-me num País completamente submisso perante uma Europa sem rumo, num País onde com um estalido de dedos se rasgam os contratos com os trabalhadores e aposentados da função pública. Uma vez mais foi o seu alvo preferido, porque estão à mão dos seus desejos. Falou e, uma vez mais, tentou iludir as pessoas, com medidas que constituem falsas poupanças, que nada adiantarão se, para tal, tivermos em consideração o histórico das consequências das medidas de austeridade. Este caminho é claramente insustentável e pode abrir portas ao pedido de um segundo resgate. Apeteceu-me e apetece-me chamar todos os nomes tidos como linguagem ordinária. Não vou por aí, mas que apetece gritar bem alto, junto às orelhas de uma conhecida corja que, todos os dias, nos condena à pobreza, obviamente que me apetece. Ontem, o primeiro-ministro, em nome de um detestável governo, anunciou uma série de medidas no âmbito da sua cruzada pelo empobrecimento. Quando todos olhamos para a história recente e vemos que aquela receita não é geradora de esperança, ele e o seu gasparinho, com o silêncio cúmplice do CDS/PP e o apadrinhamento do Presidente da República, voltou a mostrar os dentes e a investir sobre a população indefesa. Fico com a sensação que ele e os outros acólitos seguem uma religião, ao jeito de uma seita que se imola em função de um paraíso que há-de vir! São fundamentalistas ao ponto de não conseguirem outros ouvir, tampouco interpretarem os sons que ecoam por todo o lado: os sons dos que abordam  as questões do emprego vs desemprego, as questões empresariais, as questões da pobreza, enfim, os sons da falência da sociedade. Meteram duas talas junto aos olhos, taparam os ouvidos e funcionam agarrados à sua  dogmática religião em cega obediência aos seus patriarcas. Gerem o país como se o País não fosse pessoas, fazem o trabalho sujo em nome e representação de outros de rosto escondido. Estamos, pois, entregues a políticos sem referências, sem princípios e sem valores. Que detestam o País onde nasceram. Não atacam quem deviam atacar, concretamente, esses directórios europeus (e não só, porque, por aqui, também os há... as PPP, por exemplo) que impõem os ritmos, a espoliação e a direcção a seguir, mas atacam, quase todos os dias, dez milhões de portugueses, a esmagadora maioria dos quais completamente indefesos. Há aqui qualquer coisa de sádico, de gente que adormece a pensar na maldade seguinte e acorda predisposta a gozar através da humilhação e do sofrimento sentidos pelas pessoas. Metáfora? Não sei. O que sei é que há crueldade, crueza e malvadeza nas medidas anunciadas. 
Nos meus silêncios e deambulações mentais chego sempre à conclusão que caminhamos para uma grave tragédia. A tragédia social, essa já existe, mas a verdadeira tragédia que me atormenta é a do conflito. Há gente desesperada, gente que tinha o suficiente para viver com dignidade e que, de um momento para o outro, alguns, perderam a empresa e tudo o que está associado, outros, a casa, o automóvel, gente que tem filhos a estudar e que não dispõe de meios para suportar os encargos, gente que não tem para colocar em cima da mesa o alimento necessário para os filhos, crianças que choram, gente, aos milhares, que anda agora de mão estendida à caridade das instituições de solidariedade social, gente, enfim, que passa mal e sofre. Um dia, em desespero, criam uma situação delicada e essa pode vir a ser o rastilho para uma incontrolada violência. É isto que os governantes querem? 
O drama maior é que não temos Presidente da República. Essa é uma figurinha decorativa, mas para a História ficará como um dos grandes responsáveis pela tragédia. Fico a aguardar pelo seu posicionamento relativamente às medidas ontem anunciadas. Aqui deixo algumas para que todos os que por aqui passarem possam reflectir.
  • 30.000 funcionários públicos de saída;
  • Contribuição especial através dos pensionistas;
  • Semana de trabalho na função pública passa de 35 para 40 horas;
  • A mobilidade especial limitada a 18 meses;
  • Aumento da contribuição para os sub-sistemas (ADSE, ADM e SAD em 0,75% + 0,25 no próximo ano)
  • 66 anos de idade para a aposentação sem penalização;
  • Nas rescisões amigáveis, quem tem até 50 anos receberá 1,5 remunerações por cada ano trabalhado.
Finalmente, em contraponto, volto aqui a deixar um vídeo do mesmo político para que não possamos esquecer a aldrabice na venda das suas promessas eleitorais.

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