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domingo, 26 de maio de 2013

CRIME


A política do bico calado, do falar grosso nos adros e nos palcos, do insulto e da ofensa sectorialmente dirigida, produziu dois efeitos: primeiro, criar uma ideia de força numa personalidade frágil; segundo, gerar múltiplos medos e o aprisionamento de personalidades de mérito que não se atrevem aos porquês. Questionam em casa e no círculo reduzido dos amigos mais chegados. Porque estão em causa muitas coisas, o lugar, a família, a empresa, enfim, os benefícios da obediência! 


À medida que o tempo passa, de braço dado com a austeridade, cresce a impotência. Não a do presidente do governo regional da Madeira, mas a do povo que se sente preso na armadilha montada, nesse profundo e estreito alçapão, limitador de movimentos libertadores. A política ardilosamente montada constituiu o maior crime político após Abril de 1974. Educaram para a subordinação, não educaram para a liberdade e para o conhecimento. Através de uma espiral de fora para dentro foram apertando, subjugando e colocando o povo de joelhos e de mão estendida; não partiram do ser humano, enquanto centro, para desenvolver políticas libertadoras através de uma espiral para fora. Intencionalmente o fizeram. Se o presidente se sente impotente, o povo sente-se, hoje, castrado!
A política do bico calado, do falar grosso nos adros e nos palcos, do insulto e da ofensa sectorialmente dirigida, produziu dois efeitos: primeiro, criar uma ideia de força numa personalidade frágil; segundo, gerar múltiplos medos e o aprisionamento de personalidades de mérito que não se atrevem aos porquês. Questionam em casa e no círculo reduzido dos amigos mais chegados. Porque estão em causa muitas coisas, o lugar, a família, a empresa, enfim, os benefícios da obediência! 
Entre outras, as expressões “único importante” e “povo superior” conjugaram-se nesse sentido, de mostrar um poder que não tem e colar o pensamento político a uma colossal mentira. A história foi, assim, montada e gizada para o alegre embrutecimento democrático através de uma política de ilusão. Isto é crime, não do ponto de vista jurídico, mas um crime político porque limitador do futuro e do desenvolvimento. Tão grave como a dívida pública e o processo “cuba livre” é a dívida da educação, a dívida social e a cultural, porque estas marcarão a Região por muitos e maus anos!
NOTA:
Opinião, da minha autoria, publicada na edição de hoje do DN-Madeira.
Ilustração: Google Imagens.

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