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quinta-feira, 23 de maio de 2013

"O QUE TEMOS DE FAZER"


Não deixa de ser curioso como é que este homem fala de Autonomia quando foi ele mesmo que a devolveu a Lisboa, consequência da sua megalomania política, das obras desastrosas e desajustadas e da condenável atitude de não ter as contas públicas transparentes (veja-se o processo "cuba livre"). A Autonomia está suspensa, foi entregue de bandeja e levará muitos anos para que seja totalmente devolvida e acrescentada. E como é que ele fala de Autonomia se mantém inalterado o Estatuto Político-Administrativo, depois da revisão constitucional de 2004, que veio garantir novos poderes à Região? Falou, ainda, de liberdades e direitos. Pois bem, desde sempre, que tem ele vindo a fazer? Que liberdade se "respira" na Região? Quantos foram imolados no altar dos seus interesses políticos por terem opinião diferente? E quantos tiveram de sair da Região? E quantos foram silenciados pelas atitudes que classificou de "raffiné"? E como se processou o "assalto político" a quase todas as instituições associativas, no quadro do seu controlo político? E quantos lóbis foram alimentados em prejuízo de tantos que trabalham e vivem apenas do seu esforço? E mais: que liberdade pode ter um Homem sem trabalho e com fome? Uma vez mais, em uma só palavra: paleio.



Escreveu o "único importante", em artigo de opinião: "o que temos de fazer". Dou a resposta: pô-lo a andar! É a única forma de acabar com o pesadelo desta massacrante figura política e abrir espaço para um novo tempo. Ele escreve: "(...) eles não dão prioridade à luta pela Autonomia Política, pelas liberdades e direitos do povo madeirense contra um colonialismo de Lisboa, impróprio de uma Europa democrática e de um regime político português que se afirma democrático. Tudo isto confirma que os nossos adversários não têm qualquer projecto alternativo para o futuro da Madeira, o qual nos faça sair deste abismo em que a Europa e a República Portuguesa lançaram o povo madeirense e nos faça assumir um regime de Autonomia Política com a dimensão que o povo madeirense necessita (...)". Em uma só palavra: paleio. Tal como é paleio, como há dias reclamou, uma maior autonomia para a Região. É a velha e gasta estratégia de chutar para longe as suas fragilidades e de culpabilizar os outros pela dramática situação que o povo madeirense atravessa. Vou por partes.
Não deixa de ser curioso como é que este homem fala de Autonomia quando foi ele mesmo que a devolveu a Lisboa, consequência da sua megalomania política, das obras desastrosas e desajustadas e da condenável atitude de não ter as contas públicas transparentes (veja-se o processo "cuba livre"). A Autonomia está suspensa, foi entregue de bandeja e levará muitos anos para que seja totalmente devolvida e acrescentada. E como é que ele fala de Autonomia se mantém inalterado o Estatuto Político-Administrativo, depois da revisão constitucional de 2004, que veio garantir novos poderes à Região? Falou, ainda, de liberdades e direitos. Pois bem, desde sempre, que tem ele vindo a fazer? Que liberdade se "respira" na Região? Quantos foram imolados no altar dos seus interesses políticos por terem opinião diferente? E quantos tiveram de sair da Região? E quantos foram silenciados pelas atitudes que classificou de "raffiné"? E como se processou o "assalto político" a quase todas as instituições associativas, no quadro do seu controlo político? E quantos lóbis foram alimentados em prejuízo de tantos que trabalham e vivem apenas do seu esforço? E mais: que liberdade pode ter um Homem sem trabalho e com fome? Uma vez mais, em uma só palavra: paleio. 
E fala de projecto alternativo para o futuro da Madeira. Mas qual projecto? Será o projecto que se confina, apenas, em ter mais dinheiro para continuar a esbanjá-lo em obras descontextualizadas e sem qualquer adequação às reais necessidades de uma Região pobre, assimétrica e dependente? Mais dinheiro para derramar, de forma populista, por um associativismo desprovido de sentido? Mais dinheiro para enterrar num Jornal da Madeira enquanto factor de propaganda, de lavagem ao cérebro e pólo de manutenção do poder? 
Finalmente, ao contrário do que assumiu, os adversários desta política têm uma alternativa. E essa baseia-se em pressupostos que coloca o madeirense no centro das várias políticas, nunca os afilhados do regime. A alternativa coloca-se no patamar do respeito pelos empresários, pela criação de emprego, pela transparência das contas públicas, pelo reforço do direito à escola e à saúde públicas, pela defesa ambiental, pela negociação a todos os níveis, de forma séria e honesta, pela não agressividade às pessoas, pelo respeito pelos órgãos de governo próprio e prestígio das restantes instituições. Neste pressuposto, a alternativa existe. Ela deixa de existir quando o discurso tem muito de "moinhos de vento", quando se situa, apenas, na cantilena da revisão constitucional e quando não ataca os problemas reais, antes se situa no campo da ilusão.
Ilustração: Google Imagens.

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