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sábado, 22 de junho de 2013

SERÁ QUE NADA ACONTECEU AO LONGO DE DEZANOVE ANOS?


Está no fim este ciclo onde a mentira política passou, sistematicamente, como verdade indiscutível. E neste processo não venha, agora, o presidente da Câmara do Funchal assumir-se como diferente. Li a sua entrevista, concedeu-me um enorme gozo político vê-lo, uma vez mais, atirar-se, sem dó nem piedade, ao seu velho amigo e "companhon de route" Dr. Jardim, como se nada tivesse acontecido ao longo de dezassete dos dezanove anos que esteve à frente da Câmara. No plano político não consigo apagar esse tempo de clara convivência, selada nas noites eleitorais com um fervoroso abraço. Daí que, embora respeite e considere que existem ali, é certo, posições de ruptura sob a forma de conduzir a política, todas elas, desde há muito, foram denunciadas pela oposição. Não há ali nada de novo, quanto muito, um desejo de "evolução na continuidade". E, do meu ponto de vista, não é isso que interessa à Madeira. A ruptura deve acontecer ao nível dos conceitos, da postura política e dos actores que poderão dar corpo aos conceitos e à  postura. Não é possível com os mesmos actores inverter a questão fundamental que é a dos conceitos. Podem, alguns, até mudar a postura, mas não alterarão os princípios e valores, inclusive ideológicos, que sustentam a forma como entendem o exercício da política. É o meu ponto de vista. Seria como, com as devidas proporções, pedir à raposa que guardasse o galinheiro.

E agora?

Uma ressalva: a vida, a vivência e os dramas internos de cada partido a eles, obviamente, dizem respeito, mas vou aqui, em breves linhas, constatar situações vividas. Durante anos falaram dos partidos da oposição, particularmente do PS-Madeira, muitas vezes injustificadamente, e hoje, estão a braços com um insanável conflito. O "chefe" das Angústias perdeu a mão, os pés, perdeu tudo. Poucos o respeitam e aqueles que ainda constituem a sua guarda, no momento certo, pelo cruzamento das notícias que vão saindo, abandoná-lo-ão ao jeito de "vou ali e já volto". É a luta dentro do delfinário, com marcação cerrada em todas as esquinas, são processos a decorrer na Justiça, é a criação de núcleos de candidatura (independente) às autárquicas em vários concelhos que espelham, claramente, a divisão interna, é hoje a entrevista do presidente da Câmara do Funchal ao Diário de Notícias, enfim, aos olhos da opinião pública o desmantelamento é tal que a ideia que fica é a da emergência de uma comissão liquidatária. Velhos hábitos, velhas ideologias, velhas formas de actuar com as pessoas, velhas benesses e oportunismos políticos estão a cair de maduros. Anda muita gente apavorada. Está no fim este ciclo onde a mentira política passou, sistematicamente, como verdade indiscutível. E neste processo não venha, agora, o presidente da Câmara do Funchal assumir-se como diferente. Li a sua entrevista, concedeu-me um enorme gozo político vê-lo, uma vez mais, atirar-se, sem dó nem piedade, ao seu velho amigo e "companhon de route" Dr. Jardim, como se nada tivesse acontecido ao longo de dezassete dos dezanove anos que esteve à frente da Câmara. No plano político não consigo apagar esse tempo de clara convivência, selada nas noites eleitorais com um fervoroso abraço. Daí que, embora respeite e considere que existem ali, é certo, posições de ruptura sob a forma de conduzir a política, todas elas, desde há muito, foram denunciadas pela oposição. Não há ali nada de novo, quanto muito, um desejo de "evolução na continuidade". E, do meu ponto de vista, não é isso que interessa à Madeira. A ruptura deve acontecer ao nível dos conceitos, da postura política e dos actores que poderão dar corpo aos conceitos e à  postura. Não é possível com os mesmos actores inverter a questão fundamental que é a dos conceitos. Podem, alguns, até mudar a postura, mas não alterarão os princípios e valores, inclusive ideológicos, que sustentam a forma como entendem o exercício da política. É o meu ponto de vista. Seria como, com as devidas proporções, pedir à raposa que guardasse o galinheiro.
Portanto, enquanto cidadão, e porque, felizmente, tenho memória, quer o Funchal quer a Região não terão futuro enquanto o povo não conceder a outros a liderança, com novos conceitos e novas posturas comportamentais. Parece-me evidente, tal como assume o Dr. Albuquerque: "todos os políticos deveriam ter um período de desemprego político para não ficarem viciados, num tipo de redoma onde se perde a noção da realidade e da vida corrente das pessoas". Assino por baixo. O povo, de facto, deve conceder o voto por quatro anos,  quando se portam bem deve-lhes conceder mais quatro, mas nunca mais do que oito. Porque as raízes espalham-se, tomam conta de tudo e rebentam com tudo. Logo, aquela posição aplica-se não apenas aos partidos, mas também às pessoas que dão corpo aos partidos. Saltar daqui para ali ou manter os mesmos com a mesma cartilha, apenas significa que os resultados futuros, globalmente, serão os mesmos daqueles com os quais hoje nos confrontamos.
Ilustração: Google Imagens.

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