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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ENTRE O CÓNEGO MELO E O BISPO SANTANA...


É o Cónego Melo lá e o Bispo Francisco Santana (fora os outros) por aqui. Em Braga assistiu-se a um "conúbio" com os poderosos e amigos. E aqui, o que existiu e o que existe? A essência é a mesma. Veja-se, a título de mero exemplo, o que significam os silêncios sobre o Jornal da Madeira na manutenção da engrenagem política com "os poderosos e seus amigos"? Veja-se o que continuam a fazer ao Padre Martins Júnior com aquela repelente suspensão a divinis, onde nem o julgam em Tribunal Eclesiástico nem reconsideram o erro histórico e veja-se, ainda, a recente atitude displicente de D. António Carrilho face à do Vaticano relativamente ao livro do Padre José Luís Rodrigues. O formato em que assenta a protecção aos ditos poderosos com pés de barro é que é diferente, mais rafinée, como diria o presidente do governo regional.  Francisco Santana está, portanto, naquilo que é essencial, no mesmo patamar de Melo. Entre um e outro venha o diabo político e escolha. Por mim, não faz qualquer sentido aquele busto no largo do mesmo nome próximo ao hospital Dr. Nélio Ferraz Mendonça. O que fez o Bispo Santana para ali ter um busto em sua memória? Por ter perseguido os oposicionistas e aberto caminho às sucessivas vitórias do PSD-Madeira? Ter "mandado" votar no PSD? Se o busto se justifica por isso, por favor, façam como os bracarenses que não apoiam quem conviveu "mal com a democracia e com a liberdade". 


Em Braga a polémica está ao rubro. Muitos assumem que a estátua ao Cónego Melo, divide os bracarenses, pois que se trata de uma figura que foi um "exemplo de conúbio com os poderosos seus amigos. Nos favores e no negócio de influências residia o seu poder. Esta pretensa homenagem afronta a Memória e a Decência. Não respeita ninguém (...)", lê-se numa petição que circula online. Leio, ainda: "a colocação da estátua, mais não faz do que a apologia do ressentimento, a marca de água de quem sempre tem convivido mal com a democracia e a liberdade" (...) daí que tal estátua, há dez anos guardada em um armazém, "nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja Católica". Ontem a petição já tinha sido subscrita por mais de 1.120 pessoas, que consideram que aquela homenagem "divide os cidadãos" e "reabre feridas antigas".
Bom, é o Cónego Melo lá e o Bispo Francisco Santana (fora os outros) por aqui. Sublinha-se, em Braga, a histórica existência de um "conúbio" com os poderosos e amigos. E aqui, o que existiu e o que existe? A essência é a mesma. Só que lá, na Cidade dos Arcebispos a história é outra, mexem-se porque têm leituras políticas mais democráticas. Aqui agacham-se. Aliás, o conhecido epíteto que classifica Braga como "Cidade dos Arcebispos" deve-se ao facto dos "detentores deste título eclesiástico terem sido senhores da cidade durante quase sete séculos. A Carta de Couto inicialmente concedida pelos condes portucalenses em 1112 e com poderes reforçados por D. Afonso Henriques, nas vésperas da decisiva batalha de S. Mamede em 1128, foi interrompida em 12 de Janeiro de 1402 para voltar a ser retomado sete décadas após, a 12 de Março de 1472. Desde aí, até 1792, os Arcebispos acumulavam a sua liderança religiosa, à gestão administrativa do termo de Braga, sobre o qual cobravam impostos e impunham as suas leis". Os tempos mudaram só o Cónego Melo não. Por aqui não cobram impostos mas continuam a ditar as suas subtis leis. Veja-se, a título de mero exemplo, o que significam os silêncios sobre o Jornal da Madeira na manutenção da engrenagem política com "os poderosos e seus amigos"? Veja-se o que continuam a fazer ao Padre Martins Júnior com aquela repelente suspensão a divinis, onde nem o julgam em Tribunal Eclesiástico nem reconsideram o erro histórico e veja-se, ainda, a recente atitude displicente de D. António Carrilho face à do Vaticano relativamente ao livro do Padre José Luís Rodrigues. O formato em que assenta a protecção aos ditos poderosos com pés de barro é que é diferente, mais rafinée, como diria o presidente do governo regional.  
Francisco Santana está, portanto, naquilo que é essencial, no mesmo patamar de Eduardo Melo. Entre um e outro venha o diabo político e escolha. Por mim, não faz qualquer sentido aquele busto no largo do mesmo nome próximo ao hospital Dr. Nélio Ferraz Mendonça. O que fez o Bispo Santana para ali ter um busto em sua memória? Por ter perseguido os oposicionistas e aberto caminho às sucessivas vitórias do PSD-Madeira? Ter "mandado" votar no PSD? Se o busto se justifica por isso, por favor, façam como os bracarenses que não apoiam quem conviveu "mal com a democracia e com a liberdade". 
Ilustração: Google Imagens.

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