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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

NÃO O CONHEÇO, POR ISSO VOTO NELE!


Distante de qualquer envolvimento partidário, elejo a frase de Miguel Sá, lida na sua página do facebook, como a melhor desta campanha eleitoral autárquica. Diz Miguel Sá: "Eu voto Cafôfo porque eu não o conheço. Eu não voto nos outros porque já os conheço há demasiado tempo! Voto pela diferença e pela Mudança. Dou o benefício da dúvida". Excelente. Vota porque não o conhece, porque tudo o resto este eleitor domina, os passados e posicionamentos políticos. Considero aquela frase de Miguel Sá, no actual contexto político, de uma enorme inteligência. Ela significa que, enquanto eleitor, não embarca em tretas, não se deixa ir em figuras repetidas, preferindo conceder o "benefício da dúvida" ao novo, àquilo que pode trazer alguma esperança. E por que é que disto escrevo? Simplesmente porque cruzo-me com algumas pessoas que, talvez irreflectidamente, me dizem: "mas quem é o Paulo Cafôfo?". A minha resposta é sempre a mesma: leiam ou escutem o que a comunicação social vai divulgando, leiam os documentos que vos chega a casa, busquem na página de facebook, tentem inteirar-se do seu passado e das suas propostas. Tão fácil quanto isto. E se o digo é porque considero menos bem pensadas algumas atitudes, como se fosse possível ir a uma olaria produzir o candidato ideal, aquele que está de acordo com todas as virtudes que conceptualizamos de um candidato. 



No fundo porque os eleitores ao negarem uma alternativa de mudança, questionando os que livremente brotam da sociedade, implicitamente, estão a conceder o voto aos mesmos de sempre, àqueles que, por todas as esquinas, criticam por esta ou aqueloutra razão. A posição de Miguel Sá é assim clarinha como água bacteriologicamente pura. Miguel Sá não fica à espera da última moda para fazer um fato novo, antes aposta naquilo que existe, concede o benefício da dúvida, porque está farto que lhe imponham uma vestimenta da qual está farto de usar!
No meio disto, leio, por exemplo e a propósito, que Alberto João Jardim elogiou a obra feita pelos presidentes da Câmara do Funchal João Dantas e Virgílio Pereira. É por estas e muitas outras que a observação que os eleitores fazem dos políticos anda pela via da amargura! João Dantas saiu da Câmara do Funchal, em 1993, claramente empurrado por Alberto João Jardim (por algum motivo) e Virgílio Pereira que o substituiu nesse ano, aguentou oito meses e mandou Jardim às malvas, depois deste ter dito que um bom presidente é o que governa sem dinheiro. Virgílio andava aflito com as dívidas deixadas por João Dantas e Jardim não cumprira o que lhe tinha prometido ao nível da assistência financeira. Podem alguns dizer que se tratou de um bicada política em Miguel Albuquerque, pois, é uma hipótese, mas mesmo por aí, Miguel Sá tem razão, conhecendo-os de ginjeira, prefere apostar no desconhecido relativamente ao conhecido, porque está farto destes jogos de poder e da intriga caseira que nada adianta para que a população seja feliz. 
Mas há mais. Quando um presidente do governo regional, no Porto Santo, terra aflita, sem emprego, com empresários com o nó na garganta, famílias inteiras na pobreza ou dependentes como nunca, ao invés de fazer propostas sérias e portadores de alguma esperança, pelo contrário, inaugura divisórias subterrâneas para acomodação de contentores para deposição de resíduos, penso que está tudo dito. Politicamente, esta gentinha não serve, tem de ir embora. O lixo está primeiro que as pessoas e, neste contexto, disse: "mais uma vez, Porto Santo está na crista da onda e vai à frente"! Vai à frente de quê, pergunto. Uma situação que deveria ser da normalidade gestionária da autarquia presta-se a inaugurar com alguma pompa. Inaugurou o lixo! Só faltou a fanfarra. Deveria o presidente, talvez aqui sim, "inaugurar" a pobreza que criou e o desemprego que gerou. O Porto Santo poderia estar na crista da onda se a sua economia estivesse sustentável, se as famílias vivessem com menos dificuldades, se os jovens não tivessem de sair e não tivessem de enfrentar uma tripla austeridade criada por este tipo de políticos e de políticas. Como compreendo Miguel Sá!
Ilustração: FB de Miguel Sá.

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