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domingo, 30 de junho de 2013

DEVERIAM "INAUGURAR" A PERDA DE AUTONOMIA. E SE HÁ "CONTENCIOSO" É ENTRE UM PODER EXECRÁVEL E O POVO DA REGIÃO.


Amanhã, esta gente que não tem noção do mal político que anda a fazer, porque tudo tem o seu tempo, melhor procederia se fizesse um acto de contrição, um mea culpa e saísse de cena, porque a situação é insustentável e não se compagina com a permanente mentira. À hora da sessão solene, Assembleia e Governo, deveriam "inaugurar" o desemprego de 25.000 madeirenses e portosantenses e as centenas de empresas que foram à falência; deveriam, mais tarde, "inaugurar" os cerca de 80.000 pobres; na hora do Te Deum, deveriam "inaugurar" as mais de 60 instituições que matam a fome; logo de seguida, "inaugurar" o desastre dos sistemas educativo e de saúde; a finalizar, deveriam descerrar duas placas evocativas dos mais de oito mil milhões em dívida (incluídas as PPP) e mais mil milhões de facturas escondidas aos olhos do povo, valores que estão a custar pesados sacrifícios ao Povo da Região. Depois, deveriam partir para os seus "exílios" dourados, mas deixando-nos da mão. Sinais dos tempos, até a estátua à Autonomia foi recolhida o que impedirá, julgo eu, a habitual cerimónia com a sempre ridícula deposição de flores, com venerandas cabeças inclinadas frente ao símbolo. Ainda bem, porque tal cerimónia a realizar-se traria consigo a imagem fúnebre de uma Autonomia defunta. Mas, o dia de amanhã, jamais se apagará da História. A Madeira, mais cedo que tarde, será resgatada das mãos de uma espécie de cangalheiros da Autonomia, e quando tal acontecer valerá a pena cantar a todo o pulmão o nosso hino. 

Apenas fumo!

A Assembleia Legislativa da Madeira, amanhã, na Ponta do Sol, fará uma Sessão Solene, pergunto, comemorativa de quê? Do Dia da Região? Julgo que a Assembleia, enquanto primeiro órgão de governo próprio da Madeira não tem nada para comemorar. Assembleia e Governo destruíram tudo. Exagero? Não. Não há exagero da minha parte, mas a realidade factual. E se assim escrevo é porque detesto a hipocrisia, a mentira e os rituais sem significado em cumprimento do calendário. Tratar-se-á de uma sessão pintada com as cores negras do desemprego e da pobreza. Sinais dos tempos, até a estátua à Autonomia foi recolhida o que impedirá, julgo eu, a habitual cerimónia com a sempre ridícula deposição de flores com venerandas cabeças inclinadas frente ao símbolo. Ainda bem, porque tal cerimónia a realizar-se traria consigo a imagem fúnebre de uma Autonomia defunta. Mas, o dia de amanhã, jamais se apagará da História. A Madeira, mais cedo que tarde, será resgatada das mãos de uma espécie de cangalheiros da Autonomia, e quando tal acontecer valerá a pena cantar a todo o pulmão o nosso hino: 
"Do vale à montanha e do mar à serra,
Teu povo humilde, estóico e valente
Entre a rocha dura te lavrou a terra,
Para lançar, do pão, a semente:
Herói do trabalho na montanha agreste,
Que se fez ao mar em vagas procelosas:
Os louros da vitória, em tuas mãos calosas
oram a herança que a teus filhos deste. (...)"
Amanhã, esta gente que não tem noção do mal político que anda a fazer, porque tudo tem o seu tempo, melhor procederia se fizesse um acto de contrição, um mea culpa e saísse de cena, porque a situação é insustentável e não se compagina com a permanente mentira. À hora da sessão solene, Assembleia e Governo, deveriam "inaugurar" o desemprego de 25.000 madeirenses e portosantenses e as centenas de empresas que foram à falência; deveriam, mais tarde, "inaugurar" os cerca de 80.000 pobres; na hora do Te Deum, deveriam "inaugurar" as mais de 60 instituições que matam a fome; logo de seguida, "inaugurar" o desastre dos sistemas educativo e de saúde; a finalizar, deveriam descerrar duas placa evocativas dos mais de oito mil milhões em dívida (incluídas as PPP) e mais mil milhões de facturas escondidas aos olhos do povo, valores que estão a custar pesados sacrifícios ao Povo da Região. Depois, deveriam partir para os seus exílios dourados, mas deixando-nos da mão.
Falar dos madeirenses no mundo tem, no momento que atravessamos, qualquer coisa de hipocrisia. São muitas centenas os que já partiram porque esta terra, desestruturada e esventrada de direitos, não garante sequer os patamares da sobrevivência. E lá vão eles para a Venezuela e para a África do Sul, para mais um jantar e umas palavras de circunstância que nunca se traduziram em actos sérios de aproximação e solução dos problemas que os emigrantes sentem, em alguns casos, derivados de uma emigração forçada. Tem faltado a quem governa autenticidade, verdade, honestidade, sentido de responsabilidade por quem teve de sair. Não obstante isso, falam, discursam, pintam de cores garridas uma situação que é trágica. No final da farsa de amanhã, assistir-se-á a mais um discurso a bater nos outros, na Constituição da República, naquilo que designam de "contencioso das autonomias", quando o contencioso é, inegavelmente, entre um poder execrável e o povo da Madeira e do Porto Santo.
Bem fazem todos os partidos da oposição em não comparecer àquela sessão que espelha a hipocrisia altifalante. Vão juntar-se na marina do Lugar de Baixo, enquanto símbolo do despesismo, da "fúria inauguracionista", símbolo da inversão das prioridades, marco da loucura pela obra descontextualizada da realidade, sinal de um governo que nunca olhou a médios para atingir os seus fins, símbolo, também, da prepotência, do quero, mando e posso.
Mas o povo da Madeira triunfará. Estou certo disso. 
Ilustração: Arquivo próprio. 

sábado, 29 de junho de 2013

A TROIKA, A EDUCAÇÃO E GOVERNO PORTUGUÊS


Escutei a notícia que uns tais senhores da troika tinham ficado preocupados com a atitude do ministério da Educação relativamente a algumas cedências aos sindicatos de professores. A sua preocupação derivou, penso eu, que as cedências poderão significar perda de autoridade do governo e um revés nas cegas políticas de austeridade, onde se enquadra o despedimento de milhares de professores preconizado por essa gentinha estranha ao nosso País. Entrei para a sessão em algum estado de revolta. Um país que se desse ao respeito já os tinham colocado no sítio, convidando-os a sair rapidamente de Portugal. Simplesmente porque, uma coisa é nós cumprirmos as nossas responsabilidades por um empréstimo, outra é serem definidos os prazos desse cumprimento, outra ainda é essa maltinha entrar num país soberano (e pobre) e ditar as regras de como querem que nós vivamos. Aí, não, temos quase novecentos anos de História e apesar de muitos e muitos momentos de fraqueza, este povo português tem uma dignidade que tomara muitos a tivessem. E neste pressuposto sou implacável, não aceito e não negoceio, quando aos olhos de todos estamos a ser violentados, espezinhados e triturados por uma máquina de promover a pobreza de milhões para gáudio dos milhões que entram nos cofres de uma corja internacional organizada nesse sentido. Rua, deveria ser a palavra de ordem. Basta. Sobretudo porque nos ofendem na dignidade. E aí queria ver como reagiriam os mercados, se não teriam medo do incobrável, se a Europa, pelo efeito dominó não se colocaria em campo para travar o colapso. Gostaria de vê-los de calças na mão. O problema é que não temos governo capaz de, nos fóruns próprios, levantar a voz e dizer-lhes apenas isto: "assim, não". Temos um governo de gentinha serviçal, de autênticos paus-mandados, um Presidente da República faz-de-conta, e, ideologicamente, todos subservientes às causas dos outros. 

Convidaram-me e participei. Fui moderador de um profícuo debate sobre política educativa, no âmbito "Jornadas Parlamentares do PS-Madeira". Vários sindicatos, Universidade da Madeira e a Federação de Pais marcaram presença, entre outras figuras que emprestaram um singular conteúdo a uma manhã de reflexão. 
Às vezes, confesso, escrevo, transmito posições, mas com uma sensação de algum vazio. Bastas vezes interrogo-me se valerá a pena. Pois é evidente que vale. E vale porque quando estas realizações acontecem, sinto que não estamos sós, há muitos a pensar que o rei vai nu, que há milhentas coisas a refazer para que o sistema educativo constitua uma boa resposta aos problemas que enfrentamos. 
Mas antes de entrar para o debate tinha escutado a notícia que uns tais senhores da troika tinham ficado preocupados com a atitude do ministério da Educação relativamente a algumas cedências aos sindicatos de professores. A sua preocupação derivou, penso eu, que as cedências poderão significar perda de autoridade do governo e um revés nas cegas políticas de austeridade, onde se enquadra o despedimento de milhares de professores preconizado por essa gentinha estranha ao nosso País. Entrei para a sessão em algum estado de revolta. Um país que se desse ao respeito já os tinham colocado no sítio, convidando-os a sair rapidamente de Portugal. Simplesmente porque, uma coisa é nós cumprirmos as nossas responsabilidades por um empréstimo, outra é serem definidos os prazos desse cumprimento, outra ainda é essa maltinha entrar num país soberano (e pobre) e ditar as regras de como querem que nós vivamos. 
Aí, não, temos quase novecentos anos de História e apesar de muitos e muitos momentos de fraqueza, este povo português tem uma dignidade que tomara muitos a tivessem. E neste pressuposto sou implacável, não aceito e não negoceio, quando aos olhos de todos estamos a ser violentados, espezinhados e triturados por uma máquina de promover a pobreza de milhões para gáudio dos milhões que entram nos cofres de uma corja internacional organizada nesse sentido. Rua, deveria ser a palavra de ordem. Basta. Sobretudo porque nos ofendem na dignidade. E aí queria ver como reagiriam os mercados, se não teriam medo do incobrável, se a Europa, pelo efeito dominó não se colocaria em campo para travar o colapso. Gostaria de vê-los de calças na mão. O problema é que não temos governo capaz de, nos fóruns próprios, levantar a voz e dizer-lhes apenas isto: "assim, não". Temos um governo de gentinha serviçal, de autênticos paus-mandados, um Presidente da República faz-de-conta, e, ideologicamente, todos subservientes às causas dos outros. 
Regresso à sessão desta manhã. Valeu a pena ouvir professores e políticos ali reunidos comungando do princípio que a Educação tem de ser politizada e não partidarizada. Ouvir testemunhos francos, abertos, sinceros, serenos, sem exaltações de luta política, dizerem o que lhes vai na alma e a ajudarem a construir uma importante reflexão política. Bem hajam.
Ilustração: Google Imagens.

"O AJUSTAMENTO (AUSTERIDADE) FAZ MAL À SAÚDE"

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A GESTÃO DA QUINTA


A situação apanhada e narrada pelo DN, explica o que se adivinha por detrás da cortina deste palco: os interesses, os "bons telefones" e telefonemas, a possibilidade de protecção de uns em relação a outros empresários, os bons e os maus, isto é, os que aguentam e os que colocam a boca no trombone, as facturas que ficam a marinar em relação a outras que apanham luz verde, os grandes que rapam o tacho em relação aos pequenos que amarelam na promessa de, possivelmente, amanhã, irá a despacho, enfim, quando se chega ao ponto de apanhar o "patrão" (na Comissão Política) e dizer-lhe, sem rebuço, amigo, afinal como é, quando é que você paga o que deve, parece-me que nem o "patrão" tem mão nos trabalhadores da quinta! Mas é assim que as "máfias boazinhas" funcionam, com o chefe a dizer, repetidamente, para "não darem tiros ...", apenas deseja que, neste momento de desespero se cumpra o princípio de "um (ele) por todos e todos por um (ele)". O galinheiro parece-me em alvoroço porque a ração é cada vez menor, de onde, insatisfeitos, os galos de crista menor, parecem organizados para concentrar para si a pouca ração disponível. É o salve-se quem puder.


Narra a edição de hoje do DN-Madeira que na última Comissão Política do PSD-M, o Deputado Jaime Filipe Ramos terá questionado o presidente da CP, simultaneamente, presidente do governo regional da Madeira sobre a liquidação das dívidas às construtoras. Este assunto, parece-me óbvio, que não pode passar em claro. Isto é o que se designa por gestão da quintinha onde o capataz, pela amizade construída ao longo de anos pelos serviços prestados, sobretudo no controlo do pessoal, almoça com o patrão e aproveita para questionar sobre as dívidas da quinta, esquecendo-se que o lugar que ocupa não lhe permite entrar em esferas que não são da sua competência. Ora, transportando esta imagem para o enquadramento político, significa isto que há gente que perdeu a noção do que é o partido e do que é o governo. Isto é, gerem a coisa pública como se partido e governo fossem a mesma entidade e, pior do que isso, que assuntos empresariais, portanto, de natureza privada, entrem na sede do partido. Dir-se-á que pouco ralados estão com questões de princípio, de separação de interesses e até de imagem pública. Mas, ali, pelo que se sabe, não existe qualquer linha que separe onde termina o partido e começa o poder. Aquilo funciona como uma quintinha onde o capataz se dá ao luxo de questionar assuntos de uma outra esfera de competências. Ora bem, se o empresário x ou y tem facturas por liquidar, e devem ser muitas, esses empresários devem solicitar uma reunião com o presidente do governo ou com o secretário das finanças e aí colocarem os pontos nos i, para quando e como tal facturação será liquidada. Nunca, em circunstância alguma, pode uma comissão política de um partido tratar de assuntos que são, obviamente, de natureza empresarial.
Esta situação, apanhada e narrada pelo DN, explica o que se adivinha por detrás da cortina deste palco: os interesses, os "bons telefones" e telefonemas, a possibilidade de protecção de uns em relação a outros empresários, os bons e os maus, isto é, os que aguentam e os que colocam a boca no trombone, as facturas que ficam a marinar em relação a outras que apanham luz verde, os grandes que rapam o tacho em relação aos pequenos que amarelam na promessa de, possivelmente, amanhã, irá a despacho, enfim, quando se chega ao ponto de apanhar o "patrão" (na CP) e dizer-lhe, sem rebuço, amigo, afinal como é, quando é que você paga o que deve, parece-me que nem o "patrão" tem mão nos trabalhadores da quinta! Mas é assim que as "máfias boazinhas" funcionam, com o chefe a dizer, repetidamente, para "não darem tiros ...", apenas deseja que, neste momento de desespero se cumpra o princípio de "um (ele) por todos e todos por um (ele)". O galinheiro parece-me em alvoroço porque a ração é cada vez menor, de onde, insatisfeitos, os galos de crista menor, parecem organizados para concentrar para si a pouca ração disponível. É o salve-se quem puder.
Ilustração: Google Imagem.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

"A COISA TÁ PRETA"


Olhem para o que se está a passar um pouco por todo o mundo. Olhem para a Europa e para o assustador número de jovens desempregados. Olhem, por razões diversas, para a contestação que paira por todo o lado, com praças e cidades em permanente convulsão social. Olhem para o Brasil, onde um clique fez disparar uma gigantesca onda de contestação. Ainda ontem registei  uma frase de um manifestante: "ninguém come bola (...) ninguém põe bola no prato". Tomem consciência do aviso de Chico Buarque: "Aqui na terra tão jogando futebol; Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll; Uns dias chove, noutros dias bate sol; Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta (...)".


Disse o Primeiro-Ministro: "O País precisa menos de greves e mais de trabalho". Que lata! Que lata depois de tudo quando prometeu em campanha eleitoral. Quando o País se confronta com mais de um milhão de desempregados, quando a economia definha e quando não há maneira do governo acertar com uma qualquer previsão, quando tudo sai furado e quando andamos de promessa em promessa, arrastando de ano económico para ano económico o tão almejado crescimento susceptível de gerar emprego! O único aspecto sensível é o roubo perpetrado em tantos e impostos, taxas e sobretaxas. De resto, perguntar-se-á, que esperança resta? Ora, quando se chega a uma situação de greve geral é exactamente porque foram atingidos os limites da tolerância, é porque se assiste a um sufoco impossível de conter, quando os sinais existentes demonstram, inequivocamente, que não foi o povo que viveu acima das suas possibilidades, apenas existe é ganância por parte de máfias organizadas e bem-falantes que impõem a pobreza a milhões para que se multipliquem os seus milhões. A insensibilidade é total ou próxima disso. E o Primeiro-Ministro olha para o povo que o elegeu e, por palavras minhas, diz-lhe: vão mas é trabalhar, oh malandros! E sempre vai dizendo e repetindo, claro, que a greve é um direito inalienável. No seu posicionamento político, é, paradoxalmente, desde que não a façam! 
Olhem para o que se está a passar um pouco por todo o mundo. Olhem para a Europa e para o assustador número de jovens desempregados. Olhem, por razões diversas, para a contestação que paira por todo o lado, com praças e cidades em permanente convulsão social. Olhem para o Brasil, onde um clique fez disparar uma gigantesca onda de contestação. Ainda ontem registei  uma frase de um manifestante: "ninguém come bola (...) ninguém põe bola no prato". Tomem consciência do aviso de Chico Buarque: "Aqui na terra tão jogando futebol; Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll; Uns dias chove, noutros dias bate sol; Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta (...).
Ilustração: Google Imagens. 

POR RUBINA BARROS - DE QUE ESTÁ À ESPERA O SECRETÁRIO DOS ASSUNTOS SOCIAIS?


Não suporto esta gente que (se) governa, capaz de enterrar, reparem no número de zeros, € 100.000.000,00 numa marina, entre outras megalomanias espalhadas por toda a Região, e não tem dinheiro para salvar vidas. Apetece-me gritar junto dos ouvidos do secretário dos Assuntos Sociais: mexa-se. Resolva o drama de tanta gente!

São dezenas, não sei se algumas centenas, na Madeira, à procura de solução para o seu problema de saúde. Desde crianças, jovens a adultos. Cruzam-se, certamente, todos os dias connosco e porque o assunto não nos toca (por enquanto) deles não tomamos conhecimento. Porém, a mão do jornalista, muitas vezes, desperta-nos para a triste realidade e para o sofrimento dos outros. A edição de hoje do DN-Madeira, através do jornalista Ricardo Duarte Freitas, coloca em evidência um caso. Quem leu certamente que ficou sensibilizado. É o caso de Rubina Barros, de 23 anos, estudante de Medicina. Ela luta contra um linfoma (neoplasia malígna). O pai faleceu, a mãe está desempregada e com duas filhas a estudar. Precisa de um medicamento e de um tratamento que poderá custar cerca de € 90.000,00. O dador compatível já foi encontrado: a própria irmã que está a estudar em Leiria. Mas falta dinheiro para comprar o medicamento.
Não suporto esta gente que (se) governa, capaz de enterrar, reparem no número de zeros, € 100.000.000,00 numa marina, entre outras megalomanias espalhadas por toda a Região, e não tem dinheiro para salvar vidas. Apetece-me gritar junto dos ouvidos do secretário dos Assuntos Sociais: mexa-se. Resolva o drama de tanta gente!
Pela Rubina, transcrevo, aqui, o NIB para quem quiser colaborar: 003503360069718810076.
Foto: Octávio Passos/DN/ASPRESS

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A CORJA POLÍTICA


Retiram, hoje, mais 10% no salário, amanhã, sobem o IMI tornando-nos inquilinos do Estado, cobram um imposto extraordinário, voltam para um despedimento mais facilitado e uma indemnização cada vez mais curta, pagam subsídios em prestações, com taxas em cima de taxas, aumentam tudo o que tenha a ver com necessidades fundamentais, a energia, a água, o gás, os transportes, os alimentos, a educação e a saúde, logo de seguida mais um aperto nos aposentados e pensionistas. Entretanto, privatizam tudo em nome da tal salvação! Ficaremos com um país pertença de outros, porque o fanatismo ideológico leva-os a considerar que o dinheiro não tem pátria. Um povo que se desse ao respeito já tinha resolvido esta questão. A bem ou a mal.

Invade-me um sentimento de revolta. Podem roubar-me mais uns euros que continuarei a viver, comparativamente a milhões esmagados por uma austeridade impiedosa. Sinto o confisco, a pouca-vergonha de todos os dias uma mão bem visível, sorrateiramente, pegar na carteira e retirar mais uma nota. Sinto a frustração de não poder reagir a esta revolta que ultrapassa a esfera pessoal. Ela encaixa-se numa análise mais vasta, a do país entregue a um bando de embaixadores políticos de uma máfia internacional que devora tudo à sua volta. Sem um único tiro fazem sangue por todo o lado. São insensíveis e fanáticos tal como uma seita que imola o povo pela sua salvação! Frios, calculistas, obedientes, bem-falantes, vendem tudo, todas as riquezas nacionais, tudo em nome da salvação. Falam de cima da carroça, agitam fantasmas e mentem. A banha-de-cobra nunca esteve tão em alta, através de uma oratória bem estruturada. Tudo pela salvação, mesmo que, pelo caminho, muitos morram, outros passem fome, as crianças cheguem aos hospitais com sinais de subnutrição, as escolas tenham de funcionar como remediadoras sociais, a emigração e a desestruturação familiar aconteçam debaixo dos seus olhos. 
Retiram, hoje, mais 10% no salário, amanhã, sobem o IMI tornando-nos inquilinos do Estado, cobram um imposto extraordinário, voltam para um despedimento mais facilitado e uma indemnização cada vez mais curta, pagam subsídios em prestações, com taxas em cima de taxas, aumentam tudo o que tenha a ver com necessidades fundamentais, a energia, a água, o gás, os transportes, os alimentos, a educação e a saúde, logo de seguida mais um aperto nos aposentados e pensionistas. Entretanto, privatizam tudo em nome da tal salvação! Ficaremos com um país pertença de outros, porque o fanatismo ideológico leva-os a considerar que o dinheiro não tem pátria. Um povo que se desse ao respeito já tinha resolvido esta questão. A bem ou a mal. Simplesmente porque há limites que a dignidade não deve ser vendida. A engrenagem externa é sofisticada e eles sabem que há que aproveitar a onda política que varre esta Europa que sucumbe. A ordem é a de agora ou nunca. É encher a mula, rapidamente, enquanto o povo, de braços caídos, espera e desespera.
NOTA
Opinião, da minha autoria, publicada na edição de hoje do DN-Madeira.
Ilustração: Google Imagens

terça-feira, 25 de junho de 2013

"A MADEIRA TEM FUTURO"

ESTÁ CERCADO PELO FOGO


Perderam-lhe o respeito e a consideração política. Querem vê-lo bem longe. A fractura é evidente, desde o homem do povo que lhe atirou um copo de cerveja à cara, até militantes do partido que, durante anos, se subordinaram à sua vontade política. Chegou a dizer que era o "único importante", recordo. Mas, os tempos são outros, há um reconhecimento generalizado que as pessoas foram enganadas, que estão a pagar a factura dos erros cometidos e, por isso mesmo, que se assiste a um lento mas sensível levantamento popular, expresso através de candidaturas de coligação ou de "independentes" oriundos do PSD. Isto pode significar que as pessoas estão fartas, que não estão para aturá-lo, que essa coisa de alijar responsabilidades para os outros foi chão que deu uvas, que o futuro não se constrói com grupinhos de interesse, lóbis e "máfias boazinhas", que existe uma necessidade de romper com esta estrutura política hipócrita que conduziu ao desemprego e à pobreza, que é tempo demais 37 anos consecutivos de poder de uma única força política, que existem raízes lenhosas, uma política de natureza infestante que tem vindo a dar cabo da democracia e da Autonomia, portanto, que há necessidade de viver outras opções e de seguir outros percursos políticos. Estão a chegar à conclusão que, afinal, a oposição tinha razão quando apontou, pacientemente, ao longo de muitos anos, que esta política caminhava para o abismo e que, tarde ou cedo, despenhar-se-ia. A máquina, oleada diariamente, foi mantendo o seu trabalhinho. Só que está velha, falham as peças no mercado, nem de encomenda, logo restará à população acabar com esta "ditadurazinha" baseada em obras e mais obras de regime que não se traduziram em bem-estar para o povo.

Silêncio! Chiiiiii.... 
Há várias joeirinhas no ar 
e o vento não está a favor. 
Parece um concurso regional!

Isto está com imensa graça política. Proliferam candidaturas "independentes" com origem no PSD, assiste-se a uma natural divisão dos votos no seio do partido maioritário e, concomitantemente, um certo silêncio estratégico por parte do Dr. Jardim. A declaração de ontem foi circunstancial. Em outros momentos, quando ainda era respeitado ou tolerado, coitados os "independentes", já tinham bilhete de saída, antes de cometerem o "crime", ostracização, quebra de benesses político-partidárias e condenação ao "inferno" das oportunidades na vida. Hoje, parece mais cauteloso, anda relativamente mudo e até sai da Região com uma frequência pouco habitual a três meses de importantes eleições. Nem há muito, estou a lembrar-me do episódio protagonizado pelo Engº Costa Neves, que  foi expulso por dizer, perante todas as asneiras que se vão fazendo, que por aqui "ninguém vai preso". A sentença veio célere: rua. Agora, não, há várias joeirinhas no ar (parece um concurso regional) o vento não está a favor e o homem dá barbante! Por que é que está a soltar a corda, isso é que traz água no bico. Há qualquer coisa por detrás de tudo isto. Obviamente. É-me difícil acreditar que não haja aqui uma estratégia por parte de quem nunca gostou de perder, que sistematicamente escondeu candidatos e fez praticamente todas as campanhas, saltando de comício para comício com horário cronometrado ao minuto. Há indícios de uma estratégia, porque não estou a ver o político de quem falo, a deixar-se sair pela porta dos fundos e aos pontapés, no plano político, claro. Não basta, por isso, a declaração de ontem: "(...) esses vão para a rua, o que dá azo para fazer a limpeza que nós queremos fazer". Julgo que há muito para além desta declaração, repito, circunstancial, uma vez que são poucos os que dão a cara e muitos os que podem fazer uma razia eleitoral! Corre o risco de ficar com poucos... porque aos candidatos seguir-se-á a "caça às bruxas". Em tempo de cerejas eu diria que isto a elas se assemelha. Com aquela atitude demonstra duas coisas: primeiro, detesta ouvir e sentir os sinais; segundo, pouco jeito para a "bricologe", isto é, pegar na "cola" e juntar os cacos em que aquilo está!
Ora, uma das hipóteses é a de estar a preparar o terreno para uma nova candidatura às legislativas de 2015/2019. Quem não acreditasse nas suas promessas que, desta é de vez, tantas foram as declarações nesse sentido! As eleições autárquicas, no quadro que se desenha, poderá constituir um desastre eleitoral para o PSD, portanto, o soltar da corda de que falo, poderá, no imediato, trazer consigo uma derrota, porém, sem a sua intervenção directa, para, mais tarde, culpabilizar e ressurgir como o "salvador", a personagem ainda capaz de unir as tropas, reanimando as hostes para as eleições legislativas regionais de 2015. É uma leitura possível da situação a partir do que a comunicação social apresenta. Haverá outras, inclusive, o conhecimento, por sondagem, que ainda tem possibilidades de ganhar. E pode, até, o homem, mais dia menos dia, começar por aí a espingardar com todos os da sua cor política. É preciso ter em consideração que a teia de interesses é gigantesca e, em tempos de crise, perder uns euros torna-se complicado. Há gente que se habituou a  fazer do exercício da política uma profissão. Por tudo o que se conhece e se desconhece, isto está com interesse político, obviamente que está, até porque, qual metáfora, o dito está cercado pelo fogo e dificilmente encontrará uma brecha para escapar politicamente ileso. Parece existir a chamada "revolta dos escravos" como alguém já caracterizou.  
Seja qual for a estratégia que esteja por detrás, há um facto: em muitos casos parece terem perdido o respeito e a consideração política. Querem vê-lo bem longe. A fractura é evidente, desde o homem do povo que, farto e cheio, lhe atirou um copo de cerveja à cara, até aos militantes e simpatizantes do partido que, durante anos, se subordinaram à sua vontade política. Chegou a dizer que era o "único importante", recordo. Mas, os tempos são outros, há um reconhecimento generalizado que as pessoas foram enganadas, que estão a pagar a factura dos erros cometidos e, por isso mesmo, que se assiste a um lento mas sensível levantamento popular, expresso através de candidaturas de coligação ou de "independentes" oriundos do PSD. Isto pode significar que as pessoas estão revoltadas, que não estão para aturá-lo, que essa coisa de alijar responsabilidades para os outros foi chão que deu uvas, que o futuro não se constrói com grupinhos de interesse, lóbis e "máfias boazinhas", que existe uma necessidade de romper com esta estrutura política hipócrita que conduziu ao desemprego e à pobreza, que é tempo demais 37 anos consecutivos de poder de uma única força política, que existem raízes lenhosas, uma política de natureza infestante que tem vindo a dar cabo da democracia e da Autonomia, portanto, que há necessidade de viver outras opções e de seguir outros percursos políticos. Estão a chegar à conclusão que, afinal, a oposição tinha razão quando apontou, pacientemente, ao longo de muitos anos, que esta política caminhava para o abismo e que, tarde ou cedo, despenhar-se-ia. A máquina, oleada diariamente, foi mantendo o seu trabalhinho. Só que está velha, falham as peças no mercado, nem de encomenda, logo restará à população acabar com esta "ditadurazinha" baseada em obras e mais obras de regime que não se traduziram em bem-estar para o povo. 
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

PORTO SANTO: EM NOME DO FUTURO, PARABÉNS AOS QUE DIZEM BASTA. ACABOU O FESTIM!


Tomei conhecimento pelo DN do que ressaltou de uma reunião dos candidatos do PSD às próximas eleições autárquicas: "O Porto Santo é uma responsabilidade de todos", pelo que há que recolher opiniões, diagnosticar problemas e ouvir propostas das pessoas que estão no terreno. Repitam lá outra vez porque não atremei bem: "responsabilidade de todos". Questiono, de todos? Seria de todos se, ao longo dos anos tivessem escutado as múltiplas vozes que alertaram para o caminho que estava a ser seguido. Seria de todos se, quem circunstancialmente deteve o poder, manifestasse inteligência política bastante para ser humilde e não arrogante nas posições políticas assumidas. Seria de todos se não tivessem querido controlar o poder, as instituições e as pessoas, instalando os princípios norteadores do medo que advêm do quero, posso e mando. Se assim tivessem feito, pois bem, hoje teriam legitimidade para olhar para a sociedade e solicitar novos contributos susceptíveis de romperem com a crise instalada. Não o fizeram, toda a gente sabe que não o fizeram, que se fecharam na sua concha partidária, esbanjaram e, politicamente, criticaram, perseguiram, silenciaram, que se atiraram a todos aqueles que tiveram a coragem de dizer que o rei ia nu. Todos conhecem as histórias de marcação política cerrada a este e àquele, na conversa de café ou em alto e bom som em cima do palco. Se existem empresas em insolvência, se o desemprego grassa, se a economia não funciona, se a pobreza atingiu valores preocupantes, há responsáveis pelo estado a que chegou o Porto Santo. A culpada não é, certamente, a Arquitecta Fátima Menezes que pegou no leme quando o mar já estava com gigantescas ondas. Há outros culpados, de responsabilidade maior, que vivem na Madeira, governam a partir da Madeira e que utilizam o Porto Santo como colónia de férias, ao jeito das antigas "datchas". Os culpados estão no Porto Santo, mas também por aqui, porque houve necessidade de vender cimento, muito cimento para alimentar grupos que, verdadeiramente, não estiveram interessados no crescimento sustentável, no desenvolvimento equilibrado da ilha no quadro de um conceito de "ecodestino irrepreensível". Estiveram interessados na sua riqueza, no seu bem-estar e não nos direitos que o povo do Porto Santo reclama. Hoje, o povo está a pagar uma tripla austeridade e quem a isso os conduziu deve ser julgado nas urnas.

Dr. Filipe Menezes de Oliveira
uma alternativa credível e segura para o Porto Santo.

Ora, parece-me hipócrita dizer que o Porto Santo é uma "responsabilidade de todos". Simplesmente porque  há culpados, há gente que deve ser politicamente responsabilizada pelos erros cometidos. Lembro-me, quando tive responsabilidades políticas, de uma visita que realizei, em Novembro de 2010, no âmbito do Grupo Parlamentar a que pertencia. Nessa altura escrevi: "Estou a chegar do Porto Santo. Venho constrangido, de coração apertado. Chega a ser comovente para quem tem alguma sensibilidade económica e social. O Porto Santo vive um momento de angústia colectiva. Não há qualquer exagero nestas palavras. Não há movimento, a economia está paralisada, o desemprego é aflitivo e, naturalmente, a pobreza cresce. Alguns indicadores mais visíveis: hotéis fechados, outros a 10% (se estiverem) de ocupação, 92% das empresas em insolvência técnica, mais de 13% de desemprego, atrasos significativos nos pagamentos fiscais e de segurança social, problemas judiciais em crescendo resultantes de incumprimentos diversos, habitações devolvidas à banca, enfim, um quadro absolutamente catastrófico. O tempo das vacas gordas, das obras e mais obras, sobretudo as da Sociedade de Desenvolvimento que geraram emprego na construção civil, lá se foram, o tempo das promessas do governo regional da Madeira que geraram expectativas de futuro morreu e, hoje, as gentes do Porto Santo, tem os olhos pregados numa profunda crise, ainda muito antes, de lhes cair em cima as medidas de austeridade. Os relatos que escutei foram dramáticos e não há, repito, qualquer exagero. São reais e detectáveis aos olhos de quem conjuga os sinais. E o que mais magoa e entristece é que tudo aquilo que está a acontecer é consequência de uma total ausência de um plano estratégico. O Governo não soube criar e denuncia que não tem um caminho definido, uma estratégia portadora de futuro para aquela ilha. Enquanto o dinheiro circulou, na esteira das obras públicas, a situação real foi esbatida, todavia, hoje, é sensível que esse mesmo dinheiro não se reflectiu nas pessoas. Tratou-se de uma "estratégia" de fumo que se dissipou com o tempo. Do meu ponto de vista foi, politicamente, "criminoso" o que ali se fez. Se antes sabia-se da sazonalidade em termos turísticos, agora nem sazonalidade existe. São as ligações áreas e marítimas que estão por resolver, a vergonhosa política de preços de quem quer ou tem necessidade de sair da ilha, facto que coloca os habitantes do Porto Santo a terem de pagar preços exorbitantes, são os problemas da promoção turística, são os problemas da formação, da revitalização do comércio (e isso é possível), da fixação dos jovens, dos monstros que estão construídos, inacabados ou sem utilização turística, enfim, o Porto Santo é, hoje, um "Deus me acuda". Politicamente, não há perdão para quem permitiu o actual quadro. É indisfarçável a angústia que paira no Porto Santo e, por momentos, senti-me numa cidade fantasma".
Deixo aqui, novamente, este texto, passados dois anos e sete meses, onde os problemas então detectados, globalmente, mantêm-se e, alguns, até, agudizaram-se. Em Março de 2013 recebi uma carta que aqui publiquei (ler aqui), uma carta que falava de castigo e mudança. Já voltei a lê-la, compaginei dados e não me restam quaisquer dúvidas que há uma absoluta necessidade em dizer BASTA ao festim! Este ciclo político mentiroso, feito de peito no ar e de engorda de alguns, vai certamente terminar, dando lugar a uma nova geração de políticas liderada pelo Dr. Filipe Menezes. Não será fácil resolver os gravíssimos problemas herdados, mas há solução, com muito empenho, muita determinação, muita humildade, muita sensatez, aí sim, fazendo da Câmara uma grande mesa de diálogo com todos cidadãos. Mas, antes, os  que mal se comportaram na gestão da coisa pública têm de ser postos fora. Se não, no futuro, com os mesmos e com as mesmas políticas, os portosantenses só poderão ter resultados idênticos aos de hoje. Porque causas iguais provocam consequências iguais. 
NOTA:
A 24 de Fevereiro de 2012 escrevi um texto ao qual dei o título: "Não destruam o Porto Santo". Um texto a propósito de um artigo publicado no DN pelo Dr. João Welsh que aqui deixo o link para leitura integral. Saliento a seguinte passagem sobre o conceito de "Ecodestino Irrepreensível": "Um conceito cuja marca diferenciadora, à imagem de alguns destinos verdadeiramente "desenvolvidos" passaria por anunciar O QUE A ILHA NÃO TEM (limito-me a copiar conceitos): Somos uma ilha que NÃO TEM: Centros comerciais; cadeias de fast food; mega hotéis, all inclusives, time-sharing - só pequenas unidades - uma ilha que não tem carros (só dos residentes + táxis - todos eléctricos não poluentes). Um destino onde os peões, os ciclistas, as segways e os cavalos seriam os principais meios de transporte, sempre com prioridade sobre os poucos veículos eléctricos. Uma ilha em que, imitando bons exemplos, os sacos de plástico seriam totalmente banidos e seria feita uma aposta na agricultura biológica com vista a maximizar o consumo hoteleiro dos produtos agrícolas da ilha - por pouco expressivos que fossem. A implementação de um conceito desta natureza, só por si, constituir-se-ia numa imagem de brutal força promocional! Constituir-se-ia facilmente numa referência nos mercados gerando procura sustentada."
Ilustração: Google Imagens.

domingo, 23 de junho de 2013

UMA OBRA LICENCIADA POR "MERO ACASO"


Será por "mero acaso" que há obras em zonas perigosas como as margens das ribeiras, é por "mero acaso" que os índices de construção são violados, as zonas verdes transformadas em zonas habitacionais, os PDM's suspensos para "branquear" erros cometidos, por "mero acaso" há bombas de gasolina onde seria prudente ali não estarem e por aí fora? Tudo por "mero acaso" e , de quando em vez, a natureza rebela-se e coloca a nu os "meros acasos" dos homens. Não sei se bem comparadamente, questiono, se o senhor presidente da Câmara Arlindo Pinto Gomes (Câmara de Lobos), que pertence(u) aos quadros do Banco BPI, tendo sido gerente do balcão sede na Madeira, se atreveria a assinar, por "mero acaso", um crédito a um cidadão, sem contrapartidas, do qual pudesse resultar em uma situação delicada para o próprio e para o banco? Pois, na banca é diferente, ninguém vai a votos. Pois, aí reside o problema que tem duas palavras que tudo deveriam definir, quer no sector público quer no privado: responsabilidade e honestidade. A responsabilidade de cumprir a lei e as normas estipuladas e a honestidade, a honra de uma pessoa ou de uma instituição em não omitir, não dissimular, não permitir a esperteza de alguém em querer levar vantagem em tudo. Quantos autarcas, por aqui, já não deveriam ter perdido o mandato se as coisas fossem analisadas, contextualizadas, investigadas a fundo e, eventualmente, criminalizadas? A História será implacável.



Ao Tribunal o que pertence aos tribunais, portanto, não vou aqui escrever sobre um processo que, por um lado, desconheço, por outro, porque até prova em contrário os arguidos devem ser considerados, sempre, inocentes. Mas há um aspecto que merece alguma reflexão. Li, no DN-Madeira: "O presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, Arlindo Gomes, afirmou, em tribunal, que foi por "mero acaso" que assinou o processo da obra do restaurante "Miradouro", no sítio da Cruz da Caldeira, visto que tal responsabilidade era do vereador Sidónio Figueira. Uma declaração feita na primeira sessão do julgamento do autarca pela prática do crime de prevaricação, processo em que também é arguido o arquitecto Ricardo Fraga, director de departamento de Ordenamento do Território da Câmara. "Tínhamos delegação de competências. O dr. Sidónio tinha a competência do urbanismo. No período em que estava de férias, eu é que despachei [deferi o projecto]. Acontece aí uma casualidade", explicou o social-democrata Arlindo Gomes ao colectivo de juízes das Varas de Competência Mista do Funchal". 
Este ponto ou estas declarações é que me deixam totalmente apreensivo. Como é possível uma obra ser licenciada por "mero acaso" quando, todos conhecem a responsabilidade de poder vir a ser criminalizado? O licenciamento de uma obra, com todos os pareceres técnicos, não é comparável à assinatura de um qualquer ofício-circular em que o presidente faz questão de apor a sua assinatura em cada documento a expedir. Uma obra tem a ver com o respeito que Câmara tem de assumir, entre outros, perante os instrumentos de planeamento territorial. Os projectos de licenciamento não podem ser assinados de enfiada como quem assina as fotocópias de uma circular! E quando leio uma declaração daquelas que envolve, por um lado, um claro sacudir da água do capote, empurrando para o vereador a responsabilidade, por outro, a consideração de que se tratou de um acto por "mero acaso", isto é, de uma assinatura, digo eu, no meio de tantas outras, sinceramente, muito preocupados devem ficar os cidadãos com autarcas que assim se comportam, sejam do concelho em causa ou de qualquer outro. Talvez um pouco por isso, especulo eu, é por "mero acaso" que há obras em zonas perigosas como as margens das ribeiras, por "mero acaso" os índices de construção são violados, as zonas verdes transformadas em zonas habitacionais, os PDM's suspensos para "branquear" erros cometidos, por "mero acaso" há bombas de gasolina onde seria prudente ali não estarem e por aí fora? Tudo por "mero acaso" e , de quando em vez, a natureza rebela-se e coloca a nu os "meros acasos" dos homens. 
Não sei se bem comparadamente, questiono, se o senhor presidente da Câmara Arlindo Pinto Gomes, que pertence(u) aos quadros do Banco BPI, tendo sido gerente do balcão sede na Madeira, se atreveria a assinar, por "mero acaso", um crédito a um cidadão, sem contrapartidas, do qual pudesse resultar uma situação delicada para o próprio e para o banco? Pois, na banca é diferente, ninguém vai a votos. Pois, aí reside o problema que tem duas palavras que tudo deveriam definir, quer no sector público quer no privado: responsabilidade e honestidade. A responsabilidade de cumprir a lei e as normas estipuladas e a honestidade, a honra de uma pessoa ou de uma instituição em não omitir, não dissimular, não permitir a esperteza de alguém em querer levar vantagem em tudo. Quantos autarcas, por aqui, já não deveriam ter perdido o mandato se as coisas fossem analisadas, contextualizadas, investigadas a fundo e, eventualmente, criminalizadas? A História será implacável!
Fui vereador, sem pelouro atribuído, durante doze anos. Porque conhecia a lei e a responsabilidade de votar a favor de uma ilegalidade, mesmo que involuntária, no dia que antecedia a reunião plenária, eu e os meus colegas líamos os processos agendados, bastas vezes chamámos os autores dos pareceres para esclarecimento de aspectos técnicos e de lei para que, o sentido de voto não fosse às cegas ou porque, aparentemente, parecesse estar tudo em conformidade! Naturalmente que nos enganámos em alguns, porque não ter pelouro atribuído constitui uma desvantagem, mas, no mínimo, fazíamos esse esforço para não sermos surpreendidos. Agora, quem vive a Câmara diariamente, que tem a obrigação de conhecer todos os licenciamentos, mesmo que exista delegação de competências, e vir dizer que foi por "mero acaso", por favor, quem o aconselhou a isto dizer que arranje outra desculpa, mais consistente e que não dê aso a uma análise como esta que aqui acabo de fazer. Ressalvo, porém, se o Tribunal concluir que foi por "mero acaso", quem sou eu para dizer o contrário. Tal como iniciei, ao Tribunal o que pertence aos tribunais!
Ilustração: Google Imagens.

sábado, 22 de junho de 2013

SERÁ QUE NADA ACONTECEU AO LONGO DE DEZANOVE ANOS?


Está no fim este ciclo onde a mentira política passou, sistematicamente, como verdade indiscutível. E neste processo não venha, agora, o presidente da Câmara do Funchal assumir-se como diferente. Li a sua entrevista, concedeu-me um enorme gozo político vê-lo, uma vez mais, atirar-se, sem dó nem piedade, ao seu velho amigo e "companhon de route" Dr. Jardim, como se nada tivesse acontecido ao longo de dezassete dos dezanove anos que esteve à frente da Câmara. No plano político não consigo apagar esse tempo de clara convivência, selada nas noites eleitorais com um fervoroso abraço. Daí que, embora respeite e considere que existem ali, é certo, posições de ruptura sob a forma de conduzir a política, todas elas, desde há muito, foram denunciadas pela oposição. Não há ali nada de novo, quanto muito, um desejo de "evolução na continuidade". E, do meu ponto de vista, não é isso que interessa à Madeira. A ruptura deve acontecer ao nível dos conceitos, da postura política e dos actores que poderão dar corpo aos conceitos e à  postura. Não é possível com os mesmos actores inverter a questão fundamental que é a dos conceitos. Podem, alguns, até mudar a postura, mas não alterarão os princípios e valores, inclusive ideológicos, que sustentam a forma como entendem o exercício da política. É o meu ponto de vista. Seria como, com as devidas proporções, pedir à raposa que guardasse o galinheiro.

E agora?

Uma ressalva: a vida, a vivência e os dramas internos de cada partido a eles, obviamente, dizem respeito, mas vou aqui, em breves linhas, constatar situações vividas. Durante anos falaram dos partidos da oposição, particularmente do PS-Madeira, muitas vezes injustificadamente, e hoje, estão a braços com um insanável conflito. O "chefe" das Angústias perdeu a mão, os pés, perdeu tudo. Poucos o respeitam e aqueles que ainda constituem a sua guarda, no momento certo, pelo cruzamento das notícias que vão saindo, abandoná-lo-ão ao jeito de "vou ali e já volto". É a luta dentro do delfinário, com marcação cerrada em todas as esquinas, são processos a decorrer na Justiça, é a criação de núcleos de candidatura (independente) às autárquicas em vários concelhos que espelham, claramente, a divisão interna, é hoje a entrevista do presidente da Câmara do Funchal ao Diário de Notícias, enfim, aos olhos da opinião pública o desmantelamento é tal que a ideia que fica é a da emergência de uma comissão liquidatária. Velhos hábitos, velhas ideologias, velhas formas de actuar com as pessoas, velhas benesses e oportunismos políticos estão a cair de maduros. Anda muita gente apavorada. Está no fim este ciclo onde a mentira política passou, sistematicamente, como verdade indiscutível. E neste processo não venha, agora, o presidente da Câmara do Funchal assumir-se como diferente. Li a sua entrevista, concedeu-me um enorme gozo político vê-lo, uma vez mais, atirar-se, sem dó nem piedade, ao seu velho amigo e "companhon de route" Dr. Jardim, como se nada tivesse acontecido ao longo de dezassete dos dezanove anos que esteve à frente da Câmara. No plano político não consigo apagar esse tempo de clara convivência, selada nas noites eleitorais com um fervoroso abraço. Daí que, embora respeite e considere que existem ali, é certo, posições de ruptura sob a forma de conduzir a política, todas elas, desde há muito, foram denunciadas pela oposição. Não há ali nada de novo, quanto muito, um desejo de "evolução na continuidade". E, do meu ponto de vista, não é isso que interessa à Madeira. A ruptura deve acontecer ao nível dos conceitos, da postura política e dos actores que poderão dar corpo aos conceitos e à  postura. Não é possível com os mesmos actores inverter a questão fundamental que é a dos conceitos. Podem, alguns, até mudar a postura, mas não alterarão os princípios e valores, inclusive ideológicos, que sustentam a forma como entendem o exercício da política. É o meu ponto de vista. Seria como, com as devidas proporções, pedir à raposa que guardasse o galinheiro.
Portanto, enquanto cidadão, e porque, felizmente, tenho memória, quer o Funchal quer a Região não terão futuro enquanto o povo não conceder a outros a liderança, com novos conceitos e novas posturas comportamentais. Parece-me evidente, tal como assume o Dr. Albuquerque: "todos os políticos deveriam ter um período de desemprego político para não ficarem viciados, num tipo de redoma onde se perde a noção da realidade e da vida corrente das pessoas". Assino por baixo. O povo, de facto, deve conceder o voto por quatro anos,  quando se portam bem deve-lhes conceder mais quatro, mas nunca mais do que oito. Porque as raízes espalham-se, tomam conta de tudo e rebentam com tudo. Logo, aquela posição aplica-se não apenas aos partidos, mas também às pessoas que dão corpo aos partidos. Saltar daqui para ali ou manter os mesmos com a mesma cartilha, apenas significa que os resultados futuros, globalmente, serão os mesmos daqueles com os quais hoje nos confrontamos.
Ilustração: Google Imagens.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL É CONTRA A GREVE! OBVIAMENTE. BICO CALADO É QUE É BOM.


O que me preocupa é o princípio que determina a não consagração do direito à greve, seja em que sector for. Esse é que me parece o dado político mais relevante. Hoje, as forças armadas, forças de segurança, saúde, justiça e transportes, amanhã, todos os restantes. É assim que, ideologicamente, certas correntes de pensamento estrangulam os povos. Certamente que, bom para o ainda presidente é todos serem obedientes, todos assumirem o princípio do come e cala-te, todos verem o desgoverno e assobiarem para o lado, todos sentirem que pagam luxos e obras megalómanas, mas de bico calado, todos fazerem vénia e, ainda por cima, levarem vergastada da grossa através da dupla austeridade e continuarem caladinhos, todos saberem que foram escondidas facturas e acreditarem que tal denúncia tem origem nos pata-rapadas invejosos, haver desemprego aos magotes e acreditarem que isso é consequência daqueles senhores do "contenente", todos saberem que os instrumentos de planeamento territorial são subvertidos, mas olharem para os atropelos como necessários ao bem-estar do povo, todos saberem que existe um Jornal da Madeira, pago por todos para enaltecimento de alguns, e olharem para a pouca-vergonha sem reacção. Isso é que bom. Bom é, todos os anos, convidar os sindicatos para um jantar e falar de paz social, como se ela existisse. Isso é que é bom e importante para a Madeira. Todos caladinhos. Bom é ter desde a festa da cebola à agro-pecuária, um palco pago pelos contribuintes para aí desancar em todos quantos não alinham na farsa. Direitos, mas quais direitos? Direito ao trabalho, à saúde, à educação, à segurança social, entre outros, alto e parem o baile porque isso é treta no mundo de hoje. O que se espera do povo é que trabalhe para o senhorio.

Bico calado é que é bom!

Ainda bem que o presidente do governo regional da Madeira, Dr. Alberto João Jardim, defendeu, em artigo de opinião, a proibição da realização de greves nos sectores das forças armadas, forças de segurança, saúde, justiça e transportes. Ainda bem porque cada vez mais ficam clarificados os seus posicionamentos políticos. Não é a primeira vez que o afirma, mas aquilo que constituíam zonas sombrias do seu discurso estão, uma a uma, a cair e a denunciar quem verdadeiramente é o dito "social-democrata". Que de democrata tem muito pouco e de social é ver o desastre que varre a Região. Não vou fazer juízos de valor, apenas constatar e comentar o que disse o presidente do governo: "Hoje, continua a ser "politicamente incorrecto" tratar o direito à greve, não como direito absoluto – só são direitos absolutos os inerentes à natureza da pessoa humana – mas como um direito que tem de estar subordinado ao bem comum" (...) "é insustentável o direito à greve" não só nas forças armadas, nas forças de segurança e nas instituições de socorrismo, como no aparelho de justiça, "pois os tribunais são considerados órgãos de soberania" (...) é "insustentável a paralisação grevista" por exemplo, no sector da saúde, pois "a vida é o direito supremo da pessoa humana", por isso "não se brinca com a vida". 
Bom, logo à partida, mete tudo no mesmo saco, como se ao lado de uma greve não existissem regras a cumprir no quadro dos designados serviços mínimos. É assim na saúde e nos transportes, por exemplo. Mas, enfim, não quero entrar por aí. O que me preocupa é o princípio que determina a não consagração do direito à greve, seja em que sector for. Esse é que me parece o dado político mais relevante. Hoje, as forças armadas, forças de segurança, saúde, justiça e transportes, amanhã, todos os restantes. É assim que, ideologicamente, certas correntes de pensamento estrangulam os povos. Certamente que bom para o dito é todos serem obedientes, todos assumirem o princípio do come e cala-te, todos verem o desgoverno e assobiarem para o lado, todos sentirem que pagam luxos e obras megalómanas, mas de bico calado, todos fazerem vénia e, ainda por cima, levarem vergastada da grossa através da dupla austeridade e continuarem caladinhos, todos saberem que foram escondidas facturas e acreditarem que tal denúncia tem origem nos pata-rapadas invejosos, haver desemprego aos magotes e acreditarem que isso é consequência daqueles senhores do "contenente", todos saberem que os instrumentos de planeamento territorial são subvertidos, mas olharem para os atropelos como necessários ao bem-estar do povo, todos saberem que existe um Jornal da Madeira, pago por todos para enaltecimento de alguns, e olharem para a pouca-vergonha sem reacção. Isso é que bom para a Madeira. Todos caladinhos. Bom é, todos os anos, convidar os sindicatos para um jantar e falar de paz social, como se ela existisse. Isso é que é bom e importante para a Madeira. Bom é ter desde a festa da cebola à agro-pecuária, um palco pago pelos contribuintes para aí desancar em todos quantos não alinham na farsa. Direitos, mas quais direitos? Direito ao trabalho, à saúde, à educação, à segurança social, entre outros, alto e parem o baile porque isso é treta no mundo de hoje. O que se espera do povo é que trabalhe para o senhorio.
Ele esquece as lutas e o sangue derramado pela dignificação humana, as lutas pelo trabalho com deveres, mas também com direitos, as lutas de quantos morreram pela liberdade para que hoje ele próprio seja presidente do governo. Não gosta que as pessoas tenham direito à reivindicação, não gosta da cidadania activa, pois devem resignar-se ao fatalismo, devem carregar a cruz, devem subordinar-se aos grandes impostores que falam de cima da carroça. Mas está enganado. A greve é uma arma, a última de um processo, quando já ninguém ouve o óbvio. É um direito que eu diria sagrado, simplesmente porque o ser humano não pode ser capacho de políticas que o ofendam na sua dignidade, seja ele das forças armadas, das forças de segurança, da saúde, da educação, da justiça ou dos transportes. É um direito e ponto final. Coarctá-lo seria abrir caminho aos déspotas e a uma cada vez maior subordinação dos fracos perante os fortes. Há sempre prejudicados em uma greve, pois há. Inevitavelmente. Por isso é que a greve alerta, estimula a atenção da hierarquia superior para as condições múltiplas que ofendem e humilham o ser humano. Se não quer a greve entre na negociação séria, honesta e sem condições. Mas para ele, presidente do governo, parece que já se esqueceu do que foi a colonia e talvez prefira, de modo mais soft e mais requintado, que a presença do senhorio continue a fazer lei. Está enganado, mesmo que, ao longo dos anos, tivesse criado um polvo de interesses e de medo que conduzem a que a greve seja vista por muitos com apreensão. 
Ilustração: Google Imagens.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

AINDA A GREVE DOS PROFESSORES


Ao contrário do que disse a Senhora Deputada (Isabel Torres do CDS/PP), o Professor Mário Nogueira e tantos outros que o antecederam na liderança da Fenprof, não foge ao debate e à negociação com uma postura flexível. Está enganada. Deveria a Senhora Deputada pensar três coisas: primeiro, que os ganhos e a dignidade da função docente adquirida desde 1974 ficam a dever-se à luta dos sindicatos, particularmente da Fenprop (federação de sindicatos), todos, inclusive a Senhora Deputada, ganharam com essa luta pelos direitos, mesmo aqueles que nunca fizeram uma greve na sua vida, acabaram beneficiados com a luta dos sindicatos. Não me parece correcto que se apelide de "retórica corrosiva" e "discurso ríspido" aqueles que, apaixonadamente, lutaram pelo sistema educativo, pela melhoria das condições de trabalho e que, agora, lutam contra o desmantelamento da escola pública; segundo, a Senhora Deputada deveria ter presente que nesta greve não foi apenas um sindicato que a promoveu, mas nove onde se inclui a Federação Nacional de Educação (FNE) muito próxima dos partidos do poder. É porque alguma coisa está mal, ou não será assim?; terceiro, o que significa a palavra negociação? Será que basta se sentar à volta de uma mesa e, logo à partida, uma parte determinar que podemos discutir tudo, mas este, aquele e aqueloutro aspecto não têm discussão? Ou numa negociação todos perdem alguma coisa para que todos ganhem muito? Então a "inflexibilidade foi de ambas as partes" ou de uma das partes?



Tenho dificuldade em aceitar os políticos que utilizam a palavra com pinças, os conceitos como se tivessem um bisturi nas mãos, mais parecendo estarem numa intervenção cirúrgica onde os materiais têm de ser utilizados com uma milimétrica precisão: isto não convém dizer, aquilo não é politicamente correcto, mais vale uma no cravo e outra na ferradura, há que fazer um jogo de cintura para ficar a bem com Deus e com o diabo..., enfim, irrita-me quando sou confrontado com gente que não enfrenta o problema, buscando as causas mesmo que isso possa desagradar ao seu eleitorado. Por isso mesmo regresso ao tema greve dos professores. Aliás, se há sectores que não devem ser partidarizados, um deles é o da Educação. Politizado, sim e sempre. Partidarizado, não, nunca. A discussão deve ser política, com alma e com conteúdo. Fi-lo, assim, quando pela Assembleia passei. Um dia disse aos meus interlocutores políticos: "quando falo de Educação as minhas vestes partidárias ficam ali à porta". Isso consta do Diário das Sessões da Assembleia. Portanto, estou à vontade para equacionar as questões da Educação numa base política e não partidária. 
Porquê tudo isto? Porque ontem segui a parte final do programa "Parlamento" da RTP-Madeira (repetição), exactamente no momento que a Senhora Deputada Isabel Torres, do CDS/PP, argumentava sobre a greve dos professores. Disse: "(...) sabendo a postura, sobretudo dos sindicatos principais, a Fenprof, com o professor Mário Nogueira, que não tem uma postura, uma retórica um pouco corrosiva, um discurso muito ríspido, estavam criados os ingredientes para que isto não culminasse num verdadeiro sucesso". Mais adiante: "houve inflexibilidade de ambas as partes" (...) "o governo cedeu em algumas coisas (...)", já disse que as 40 horas não interferem com os tempos lectivos e que a "mobilidade não seria aplicada no próximo ano lectivo, mas no seguinte". 
Ora bem, escutei e formei uma opinião. Correcto para o CDS/PP e para a Senhora Deputada Isabel Torres, quando fala de um "verdadeiro sucesso" é que, tal como cordeirinhos atados à corda do governo PSD/CDS, todos os professores, sem excepção, dissessem sim às abusivas e sistemáticas manobras de descredibilização dos professores. Aí estaria tudo bem, até porque o governo "cedeu em algumas coisas". Mas que coisas, Senhora Deputada? A mobilidade, alegadamente, adiada para 2015? Oh, Senhora Deputada, então isso não significa dizer a milhares de professores que o seu provável despedimento não será em 2014, mas em 2015? É óbvio. Para a Senhora Deputada, isto significa ceder, para mim é hipocrisia levada ao extremo, quando "não temos professores a mais, temos sim sistema educativo a menos". Esquece-se a Senhora Deputada que há milhares de professores em mobilidade desde que começaram a trabalhar. Como já escrevi, saltam de Bragança para os Açores, dos Açores para Faro, de Faro para o Funchal tendo a família na Guarda. Mobilidade, desestruturação familiar e prejuízo financeiro é o que muitos professores sempre fizeram. Agora, descaradamente, tendem a mandá-los embora. Considera a Senhora Deputada esta situação justa? Conseguirá a Senhora Deputada colocar-se na situação de professora despachada para a mobilidade especial?  
E quanto às 40 horas, a pergunta que se coloca é simplesmente esta: se os professores não vão trabalhar mais, se já fazem 40 horas ou mais, então, que razões levam a fixarem em texto legal? Então a Senhora Deputada não está a ver que é uma falácia, uma grosseira mentira, o que diz o Ministro, através do argumento que mantém o número de horas lectivas? Que os professores vão ter mais trabalho na escola, mais burocracia, mais reuniões, mais apoios, etc. etc.? É óbvio e ninguém vai poder escapar, pois o cutelo do despedimento, através da mobilidade especial, pairará a todo o momento. Adiante. 
Ao contrário do que sugere a Senhora Deputada, o Professor Mário Nogueira e tantos outros que o antecederam na liderança da Fenprof, não foge ao debate e à negociação com uma postura flexível. Está enganada. Deveria a Senhora Deputada pensar três coisas: primeiro, que os ganhos e a dignidade da função docente adquirida desde 1974 ficam a dever-se à luta dos sindicatos, particularmente da Fenprop (federação de sindicatos), todos, inclusive a Senhora Deputada, ganharam com essa luta pelos direitos, mesmo aqueles que nunca fizeram uma greve na sua vida, acabaram por ser beneficiados com a luta dos sindicatos. Não me parece correcto que se apelide de "retórica corrosiva" e "discurso ríspido" aqueles que, apaixonadamente, lutaram pelo sistema educativo, pela melhoria das condições de trabalho e que, agora, lutam contra o desmantelamento da escola pública; segundo, a Senhora Deputada deveria ter presente que nesta greve não foi apenas um sindicato que a promoveu, mas nove onde se inclui a Federação Nacional de Educação (FNE) muito próxima dos partidos do poder. É porque alguma coisa está mal, ou não será assim?; terceiro, o que significa a palavra negociação? Será que basta se sentar à volta de uma mesa e, logo à partida, uma parte determinar que podemos discutir tudo, mas este, aquele e aqueloutro aspecto não têm discussão? Ou numa negociação todos perdem alguma coisa para que todos ganhem muito? Então a "inflexibilidade foi de ambas as partes" ou de uma das partes?
Regresso ao princípio. É um pouco por tudo isto, pelas posições do Ministro Crato que antes de ser ministro disse que o Ministério da Educação deveria ser "implodido", que não devemos permitir que o faça no plano conceptual do que deve ser o Sistema Educativo, sabendo nós o que ele pensa sobre a Educação, o político retrógrado que é, que fico triste quando assisto a uma ex-professora manifestar-se, na essência discursiva, contra a classe profissional a que pertence(u). Nestas análises que estão muito para além de um certo corporativismo, entristece-me ver, por interesse político, quem defenda certas posições ignorando toda a história do processo. Mas, enfim, com todo o respeito pela Senhora Deputada, não é esse o meu caminho e os professores, no momento adequado, saberão dar a resposta.
Ilustração: Google Imagens.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

UM PRESIDENTE VIRADO PARA A ESTATÍSTICA


Sinceramente, o Presidente irrita-me, tira-me do sério, o que já não é muito fácil. Lá veio com a história da caridadezinha, o discurso das instituições de solidariedade social, quando o País precisa é de colocar a economia a funcionar. Ninguém gosta de cair na zona da caridade e não é preciso o Presidente dela ocupar-se, pois há milhares de pessoas em Portugal que transportam esse sentimento solidário, pessoas que acolhem, que dão horas e horas de voluntariado, que vão para a rua proporcionar uma refeição quente, que promovem a recolha de alimentos para depois os distribuir pelas instituições que matam a fome. Não é preciso o Presidente preocupar-se com isso. O que o povo não dispensa é alguém capaz de colocar o governo em sentido, de transmitir, através de actos políticos (mensagens) que há correcções a fazer. É isso que ninguém sente, ou melhor, a maioria dos portugueses olha para o Presidente da República sob o prisma das propriedades da água: insípido, inodoro e incolor. Politicamente, incolor, nem tanto, é verdade, pois quem apoia tão descaradamente as políticas deste governo é porque permite que a sua costela política fale mais alto. Como diria o meu Amigo Dr. Carlos Pereira, ele fala e tudo aquilo é água do Luso!


O Presidente da República afirmou ontem que 17,7% de desemprego "é uma taxa que assusta todos", defendendo que "esta realidade dramática" deve levar a um reforço da cooperação entre o Estado e instituições de apoio social. "Nunca em Portugal, desde que existem registos estatísticos, se verificaram tão elevados níveis de desemprego, 950 mil desempregados, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 17,7%, é um número que poucos preveriam há alguns anos. Destes, 560 mil são desempregados de longa duração e, entre os jovens, o desemprego atingiu os 42%", disse o chefe de Estado". Ora bem, o Presidente virou funcionário da Estatística. E ficou surpreendido! Já no discurso do 10 de Junho enveredou pelas estatísticas da agricultura. Então ele não conhece a situação do desemprego em Portugal? Precisará de nos vir dizer que o quadro é negro? Então nós, o povo, não vê televisão e não tem em casa desempregados? Então não é público e notório que se contam aos milhares os que emigram? Então nós não sabemos que todos os dias há empresas a fechar portas? E, perante isto, vem falar da "realidade dramática", quando este mesmo povo não precisa de paleio, precisa, sim, de um Presidente actuante capaz de corrigir, essa sim, dramática corrida do  (des)governo para o abismo. 
Sinceramente, o Presidente irrita-me, tira-me do sério, o que já não é muito fácil. Lá veio com a história da caridadezinha, o discurso das instituições de solidariedade social, quando o País precisa é de colocar a economia a funcionar. Ninguém gosta de cair na zona da caridade e não é preciso o Presidente dela ocupar-se, pois há milhares de pessoas em Portugal que transportam esse sentimento solidário, pessoas que acolhem, que dão horas e horas de voluntariado, que vão para a rua proporcionar uma refeição quente, que promovem a recolha de alimentos para depois os distribuir pelas instituições que matam a fome. Não é preciso o Presidente preocupar-se com isso. O que o povo não dispensa é alguém capaz de colocar o governo em sentido, de transmitir, através de actos políticos (mensagens) que há correcções a fazer. É isso que ninguém sente, ou melhor, a maioria dos portugueses olha para o Presidente da República sob o prisma das propriedades da água: insípido, inodoro e incolor. Politicamente, incolor, nem tanto, é verdade, pois quem apoia tão descaradamente as políticas deste governo é porque permite que a sua costela política fale mais alto. Como diria o meu Amigo Dr. Carlos Pereira, ele fala e tudo aquilo é água do Luso! É, por isso, politicamente hipócrita dizer que "(...) Não podemos resignar-nos, não podemos silenciar esta realidade dramática", exortando "voluntários e instituições" a uma maior "cooperação com o Estado" para "chegar a mais cidadãos". A isto chamo jogar areia para os olhos. O problema é muito mais grave, porque mais de uma quarto da população está na pobreza e as instituições de solidariedade estão no seu limite, isto é, já não chegam para as encomendas! A questão resolve-se de uma outra maneira: a curto prazo, com políticas sérias e de revitalização das pequenas e médias empresas, com menor carga fiscal e criação de emprego; com efeitos a médio e longo prazo, com uma verdadeira política educativa, única forma de romper com o círculo vicioso da pobreza.
Diz o Presidente que não é ele que governa e que é a Assembleia que deve fiscalizar os actos políticos. Pois bem, é verdade, mas ele pode, perante as suas estatísticas, dissolver a Assembleia da República e, através dessa medida, utilizando a expressão do Senhor Provedor de Justiça, "refrescar a democracia". Só que ele não quer, não está interessado, tem medo de tomar atitudes e adora passar entre os pingos de chuva sem se molhar. Nunca mais chega 2016!
Ilustração: Google Imagens.

terça-feira, 18 de junho de 2013

REVOLTA A FAVOR DA URGENTE REVISÃO DO PLANO DE AJUSTAMENTO

PROFESSORES DA MADEIRA: DEPOIS NÃO SE QUEIXEM!


Penso que o essencial sobre a greve dos professores já foi dito: desde a teimosia do ministério de Nuno Crato à atitude miserável de atirar milhares de funcionários públicos para um regime de mobilidade, onde se enquadram, também, milhares de professores, cujo Estatuto designa-os, qual paradoxo, pela sua importância, como um "corpo especial da Administração Pública". Com todo o direito de dizerem não à greve, apenas digo que, mais tarde, os que não aderiram, não venham se queixar do governo assim e do governo assado! Quando forem atirados para o desemprego não se queixem. Aceitem, com naturalidade essa situação. Não chorem e não pensem que, naquele dia 17 de Junho, deveriam ter paralisado, porque enquanto um exame pode ser realizado uns dias depois, um emprego não se ganha no dia seguinte ao despedimento. De nada valerá esse choro sobre o leite derramado. E faltar no dia 27, no dia da greve geral, terá um "cheirinho" a hipocrisia pois pode ser tarde demais. Há momentos chave em determinados processos. O destino de muitos já está traçado por este governo estúpido que trata a Educação e os Professores como qualquer coisa absolutamente descartável. Lembrem-se que deveriam ter presente que os computadores são cegos e debitarão as listas da mobilidade especial sem contemplações, mesmo para aqueles que ontem prestaram serviço de exames.  Lembrem-se que deveriam ter equacionado melhor que as 40 horas obrigarão a mais trabalho na escola, mais reuniões e mais burocracia para além das horas lectivas, a juntar a todo o trabalho de casa de preparação de aulas e correcção de testes (um professor com cinco turmas de 25 alunos tem para cima de 375 testes para corrigir por período escolar, ou seja, mais de 1000 por ano lectivo, fora outros trabalhos) e, portanto, restará menor tempo para a vida familiar, para os filhos e para a formação contínua e estudo. A não ser que levem a cama para a escola!


Enquanto ex-professor, desempenho que abracei, definitivamente, em 1974, sinto pena que muitos colegas não consigam ver o óbvio e se deixem enredar nas palavras hipócritas que enquadram o discurso dos "superiores interesses dos alunos". Infelizmente, há professores para os quais "os superiores interesses dos professores" não contam; o direito ao trabalho não existe; passar de professor efectivo para a mobilidade especial é coisa de somenos importância; a traição ao direito a uma escola pública, inclusiva e de excelência, é pura retórica; ao invés de reduzir o número de alunos por turma, aumentá-las tem a sua justificação; ter carreiras congeladas, enfim, dirão, não venham tempos piores; à sucessiva retirada de direitos sociais, pensam que não há porta que se feche e janela que não se abra, enfim, por aí adiante. Repito, tarde ou cedo, não se queixem. Se forem conduzidos para a mobilidade especial agradeçam, alegremente, ao Crato, ao Passos e ao Jaime. Assim escrevo porque sou um cidadão livre, que nunca teve medo e que, embora aposentado, é sindicalizado, com as quotas em dia, e mais, porque ninguém me pode acusar de ter estado, politicamente, por exemplo, com a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues (PS). As questões da educação sempre as politizei e nunca as partidarizei.
Tal como acima escrevi, tais professores têm o direito de assim pensar, pelo que, no plano individual, ninguém lhes deverá apontar o dedo, pois é tão legítimo fazer greve como comparecer ao trabalho. A decisão é individual e de consciência. Aliás, os professores são todos maiores e vacinados. Apenas, sublinho e repito, mais tarde, não se queixem, não chorem, não se atirem a quem os colocou nessa situação de despedidos, não lamentem viverem da solidariedade dos pais e avós e não fiquem desencantados por terem de emigrar. Respeito a decisão individual, mas tenho dificuldade em compreender o medo nesta hora de uma total agressividade aos professores, daí que alguns entendam que é melhor entregar o "ouro ao bandido". No pressuposto que o "bandido" vai zelar pelos nossos interesses!
Como nota de rodapé, parabéns aos professores do Porto Santo, um abraço aos da Escola Básica e Secundária do Carmo em Câmara de Lobos e a todos quantos paralisaram em defesa de um Sistema Educativo de qualidade que não pode dispensar professores.
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A PALHAÇADA TERÁ FIM


O prevaricador não tem emenda. No essencial continua a fazer desta terra e das suas pessoas, naturalmente, o que quer e entende porque sabe que, por enquanto, ninguém põe cobro a isto e ninguém o chama à razão. Tornou-se normal o anormal. Ontem, outra vez, a cereja foi o motivo para os que, circunstancialmente, exercem a responsabilidade de governar, utilizarem os recursos públicos em benefício do partido a que pertencem. Juntar-se à "festa" e conviver com as pessoas constitui uma iniciativa normal; montar um palco e ali fazer um comício como se de uma iniciativa partidária tratasse, parece-me anormal e sobretudo abusivo. Mas ninguém lhe vai à mão, ninguém o impede, tudo passa como se de um direito tratasse. E com uma "bazuca" apontada aos seus interesses políticos, voltou a disparar palavras sabendo que não existe contraponto, isto é, alguém que narre o outro lado da história.


Não porque o discurso seja novo, pelo contrário, é repetitivo ("se tivesse feito ao contrário, seguindo atrás das conversas daqueles que nada queriam que se fizesse, era agora que se podia fazer(?) (...)"), enfadonho, pleno de lugares-comuns, construído com frases mil e uma vezes ditas. Do ponto de vista do exercício da democracia, aquilo que assisti pela televisão, foi mais uma palhaçada. O errado e condenável passou a constituir a rotina certa. Chegou-se a um ponto que o povo assiste, penso (posso estar enganado) que uma parte não dá conta da pouca-vergonha do espectáculo montado, que aquele é dinheiro retirado dos seus impostos, mas ali está, frente a um homem com cerejas a servirem de brincos(!) ao invés de voltar-lhe as costas. Aparentemente não bate certo esta tolerância, a não ser que o castigo esteja próximo, lá para final de Setembro, no decorrer das eleições autárquicas, naquele acto solitário do voto. Também tenho essa leitura como possível, face a tanta fractura interna, com tantos uns contra os outros, com vários a provarem o veneno que fabricaram e que, tal como no IRS, estará a chegar o momento do acerto de contas. A data está marcada e é bem possível que a partir daí, a partir do próximo Outono, a Madeira passe a respirar os ares de uma necessária primavera política. Porque no in(fv)erno já estamos.
Ilustração: Google Imagens.