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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

"NINGUÉM É RESPONSABILIZADO, NINGUÉM É DEMITIDO, NINGUÉM É PRESO"


Numa edição do DIÁRIO marcada por uma entrevista à Bastonária da Ordem dos Advogados, damos conta de duas peças que podem ser confrontadas no quadro da Justiça. Por um lado, a história de um homem que furtou € 9,00 de produtos num supermercado do Funchal; por outro, o abandono de um edifício, segundo aquele matutino, "inaugurado três vezes, para onde estava projectado o Laboratório de Veterinária, em São Martinho (...) entretanto, tudo o que havia de valor foi furtado e vandalizado pelos marginais que usam o espaço, entre outras coisas, para "sala de chuto". Isto é, um sujeito, não sei se por necessidade, roubou € 9,00 e ficou a contas com a Justiça; o governo retirou dos nossos impostos muitos e muitos milhares, e nada lhe acontece! Ninguém é visado e como disse o ex-vereador da Câmara do Funchal, Engº Costa Neves, a propósito do desperdício dos dinheiros públicos, "(...) ninguém é responsabilizado, ninguém é demitido, ninguém é preso". Que interessante Justiça!


Do meu ponto de vista, ambos roubaram: um, produtos que exigem um pagamento; outro, por uma má utilização do dinheiro que é de todos e que muita falta faz em outros sectores e áreas sociais. O governo abandonou um edifício e construiu outro que, mais tarde, na edição do DIÁRIO, de 24.12.2009, veio a saber-se do reparo do Tribunal de Contas, porque "a despesa com os trabalhos a mais totalizou 300.591,10 euros, o que equivale a 6,68% do valor da adjudicação. Isto fez com que a empreitada final tivesse um custo de 4.763.040,86 euros (ou 5.464.462,14 euros com IVA, excedendo em mais de 263 mil euros, sem imposto". De facto, repito, "(...) ninguém é responsabilizado, ninguém é demitido, ninguém é preso". O desgraçado que, ilicitamente, queria apropriar-se de € 9,00, esse, como vulgarmente se diz, irá pelas "canas dentro". Cada um retire as ilacções que entender.
Finalmente, esta situação denuncia total ausência de planeamento de um infra-estrutura para responder, eficazmente, às necessidades, o que, aliás, não constitui assunto ímpar entre muitas mandadas construir por toda a Região. A lista é longa. 
Ilustração: DN-Madeira.

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