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domingo, 30 de março de 2014

CONFIRMA-SE: UM PAÍS PARA CINCO A SEIS MILHÕES! (II)


A 19 de Fevereiro de 2014 escrevi um texto ao qual dei o título: "Um país para cinco a seis milhões". Na altura teci algumas considerações, justificando a minha convicção. Entretanto, li na edição de ontem do DIÁRIO que, até 2060, a Madeira poderá perder 100.000 residentes e que o Portugal, poderá ficar reduzido a seis milhões. Não tinha conhecimento de qualquer estudo que estivesse a ser elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística, apenas me guiei, empiricamente, por alguns indicadores. Preferiria estar errado, mas, afinal, caminhamos para o desastre. Resume o INE: "(...) No pior dos cenários, Portugal poderá perder mais de 4 milhões de pessoas até 2060, passando de 10,5 milhões, em 2012, para 6,3 milhões (...)". Poderá! Obviamente que se trata de um estudo, cujas variáveis podem sofrer alterações significativas. Daí que volte a deixar aqui o texto que então escrevi, porque ele, no essencial, exprime as preocupações que tenho sobre esta matéria.


"Dizem que os indicadores económicos estão a melhorar, mas, atenção, as reformas terão de continuar. Isto é, o empobrecimento permanecerá na ordem do dia. Paleio interno e sobretudo externo para convencer a populaça que isto está no bom caminho. Que esse percurso é, primeiro, o do sofrimento, do calvário, da pobreza, da emigração e que um dia Portugal, lá mais para diante, será o paraíso, o país do bem-estar social, do pleno emprego, dos horários decentes e compaginados com a família, do lazer e da cultura. Puro engano. Como alguém me dizia, eu pessimista(?), não, sou um optimista com muita experiência! Pois é, estão consecutivamente a enganar-nos, esse futuro, se tal viesse a acontecer, jamais será para alguns milhões dos dez que ainda aqui vivem. Com a população a envelhecer a olhos vistos, com a natalidade a descer de forma tão flagrante, com a desertificação do interior, com as vagas de emigração, com os cortes abruptos nos salários e nos direitos sociais, particularmente na educação, na saúde e na segurança social, com a venda do país aos interesses estrangeiros, interrogo-me se este não será o plano para reduzir, a prazo não muito longo, a população portuguesa para os cinco a seis milhões, tornando, na óptica deles, um país "sustentável"? 
Penso não estar longe da verdade. O plano destes senhores parece-me ser esse, tal é a pressão e a tendência feroz para cortar de qualquer maneira e feitio. Todos os dias assistimos a reportagens que demonstram o abandono dos mais idosos, as sérias dificuldades de uma larga fatia da população em idade de trabalhar e produzir, assistimos à falta de esperança na juventude, mesmo entre aqueles que ainda estão em formação universitária ou outra, à emigração forçada pelas condições internas, portanto, a questão que se coloca é se este quadro acontece por mera insensibilidade, pelas linhas ideológicas dos partidos da coligação governamental, ou se tudo isto assenta em uma estratégia não perceptível, mas que existe. Não acredito que as graves dificuldades que o povo está a enfrentar sejam apenas consequência de opções ideológicas de uma direita política insensível e obstinada que vê nos mercados a salvação! Não me parece ser apenas isso. Há mais, com certeza que sim. 
Ainda ontem acompanhei uma reportagem sobre Fernando Tordo, músico e cantor, que partiu para o Brasil, farto e cheio do que se passa em Portugal. Aos 65 anos foi embora. Depois de caracterizar o que pensa do País, com ironia, questionou-se: terei eu escolhido o dia errado para emigrar, uma vez que soubemos hoje, pela boca do primeiro-ministro, que isto está a ficar um país de enorme esperança? 
O primeiro-ministro continua a falar de uma notável recuperação da economia, do crescimento que está a acontecer, enfim, todos os dias pinta de cores garridas aquilo que só ele e o seu grupo conseguem ver, mas a verdade é que as pessoas estão exaustas, há uma desesperança permanente e só ele e os seus companheiros descobrem sucesso onde o povo não vê. Penso que está na altura de um debate sobre esta matéria. Será que o objectivo visa a diminuição da população? Isto preocupa-me."
Relativamente à Madeira, se há um estudo que sublinha que a nossa oferta comercial exigiria cerca de 900.000 habitantes, como ficará isto com 240.000 pessoas! E as obras feitas?
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Primeiro-ministro estava a referir-se aos ricos que aumentaram a sua fortuna! Os monopólios também estão muitos satisfeitos.