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sexta-feira, 18 de julho de 2014

NÃO É UM EXAME... É UM VEXAME!


Os professores têm, no mínimo, o grau de Licenciado. Passaram por uma instituição de Ensino Superior, reconhecida pelo Ministério da Educação. Ao longo dos anos de estudo foram, sucessivamente, avaliados e, finalmente, atribuída a licença para exercer a docência. Realizaram um estágio pedagógico, orientado por um professor da instituição de ensino superior e por um professor do estabelecimento de educação ou ensino. No estágio desenvolveram projectos de trabalho e aprenderam a planear as unidades didácticas. Sempre sob a supervisão dos orientadores. Debateram, realizaram relatórios e organizaram acções de natureza científico-pedagógica. Depois, foram aprovados. Para o ministro Crato tudo isto vale zero ao exigir que os professores contratados, com menos de cinco anos de serviço, realizem uma "Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC)" imposta aos docentes contratados. Adivinham-se novas acções de contestação. Essa prova está marcada para a próxima terça-feira e destina-se a todos quantos não a realizaram em Dezembro passado. Na altura verificaram-se imensos protestos,  tendo, inclusive, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), conseguido suspender a prova com recurso aos tribunais.


Crato não desiste e volta à carga. Certo e sabido que, na próxima semana, teremos mais contestação nas ruas e nas escolas, a avaliar pelas posições já assumidas pela generalidade das instituições que enquadram professores. Crato não consegue ver, sequer, que a sua atitude constitui uma grave ofensa às instituições de Ensino Superior  e aos professores que avaliaram e aprovaram os agora docentes, como também constitui um ataque miserável a milhares que tiveram a missão de ensinar ao longo de vários anos. Foram contratados, serviram o sistema educativo, foram avaliados nas suas escolas e agora são olhados com desconfiança. Ora, esta prova não faz qualquer sentido. O professor é portador de uma habilitação profissional que passou por vários e exigentes estádios, daí que, para além da avaliação de desempenho docente, não faz sentido que lhes seja exigida uma certificação de competências. Se o desempenho não é o melhor, estão previstas em lei a sequência dos procedimentos. Ponto final.
E o mais grave e que demonstra quem é este ministro Crato, é a data da marcação da prova, quando há professores que já se encontram em licença de férias. Está tudo dito. É o pior ministro de todos estes anos de democracia. Com ironia, espero que o secretário regional da Educação do governo da Madeira não faça a mesma triste figura de assobiá-lo e insultá-lo, tal como fez junto a um hotel do Funchal, aquando da presença do Engº José Sócrates, na altura que os professores andavam de candeias às avessas com a ex-ministra Maria de Lourdes Rodrigues. 
Ilustração:  Google  Imagens.

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