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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

OLHA QUE APANHAS SE VOLTAS A DIZER AQUILO!


Esta nossa Europa está mesmo de pantanas. Jean-Claude Junker penitenciou-se porque ele e todos os outros "pecaram contra a dignidade dos cidadãos gregos, portugueses e irlandeses". O alemão Schäuble, diz exactamente ao contrário e quer um acordo seco e curto. Servil e hipocritamente, Cavaco Silva, Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque pensam como o alemão e estão contra o Presidente da Comissão Europeia. Entretanto, no FMI, confrontamo-nos com a Senhora Christine Lagarde, uma senhora tipo conforme: umas vezes contra a austeridade, outras a favor, mas mandando sempre os seus técnicos apertarem o pescoço, neste caso o dos portugueses. Junker diz que  (...) "é preciso aprendermos com as lições do passado". Durão Barroso anda caladinho. E António Costa veio ontem sublinhar que "(...) A declaração do presidente Juncker é sábia". Sábia em quê? Então ele não foi Comissário Europeu numa pasta que ajudou a impor a troika e a sua estratégia orientadora? Penitenciar-se, agora, depois de ter ajudado a conduzir a Europa para um pântano? Que dirá Christine Lagarde de tudo isto, depois de tantas vezes avisada? Qual a sua posição política, não apenas relativamente à Grécia, mas também junto de todos os povos que têm sido encostados à parede? 

Olha que apanhas se voltas a dizer aquilo!
E não deveria, António Costa, no plano político, exigir uma posição clara do Presidente Cavaco Silva e do Primeiro-Ministro? Há quanto tempo andam tantos a sublinhar que esta austeridade é o melhor caminho para a ruína? E vem Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, com aquela conversa de treta, com uma no cravo outra na ferradura, colocar-se ao lado de Jean-Claude Juncker e de costas para o PSD, dizendo que a chegada da troika foi mesmo um "vexame" e que houve "hipocrisia" por parte do FMI? E o que dizer de Passos Coelho que, através do seu porta-voz, Marques Guedes, assume que a posição de Junker foi "infeliz"? Expliquem, no essencial, onde está o sucesso através das políticas de austeridade, quando Portugal passou de 96,2% de dívida pública (2009) para 128,9% em 2014? E a Grécia de 126,8% para 176,3%?
Por favor, desamparem a loja, sejam honestos. Ou a Europa regressa aos princípios pensados por Schuman e Monnet, o que me parece completamente improvável, ou caminha para a sua falência, o que será tragicamente lamentável. Um aspecto parece certo: o cidadão europeu dificilmente aceitará este jogo vergonhoso do grande capital que esmaga sem piedade os mais débeis. Será uma questão de tempo. Porque, hoje, há cada vez mais a consciência que o problema foi criado externamente e que as grandes somas disponibilizadas destinaram-se, não a salvar os povos, mas para salvar a banca desacreditada. Entretanto, tenhamos consciência que Tsipras visitou ontem uma fragata chinesa no porto de Pireu e deixou-se fotografar junto às bandeiras da China e da Grécia. Que significado político terá este quadro?
Ilustração: Google Imagens.

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