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domingo, 7 de fevereiro de 2016

A LATA DE PEDRO PASSOS COELHO


"O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou ontem o Governo socialista de promover um grande aumento de impostos para "dar com uma mão a uns aquilo que está a tirar a todos os outros" (...) Espero não ser chamado outra vez com a casa em chamas". Sinceramente, se a política é isto, vou ali e já volto. Quem assim age manifesta ausência de vergonha, de sensatez e de respeito por si próprio. Pedro Passos Coelho esquece-se que aconteceu uma crise, fabricada externamente, e que arrastou quase toda a Europa. Países que chegaram a apresentar superavit (caso da Espanha) mergulharam em uma profunda crise. A crise não ficou a dever-se apenas aos erros de governação, mas às ondas de choque externas. Pedro Passos Coelho sabe que assim foi, mas continua a apresentar-se como o "salvador da Pátria" e a julgar-se como homem providencial.

Há uma comunicação social que já se esqueceu!
Ou será que não se esqueceu?

E sabe que assim foi e é, por isso mesmo, relembro, que na campanha eleitoral de 2011 prometeu mundos e fundos e, durante quatro anos bateu forte e feio nos portugueses. Ou não estava preparado, como chegou a dizer Marcelo Rebelo de Sousa, ou aldrabou sabendo ao que vinha. Não há uma terceira hipótese. 
Deixo aqui algumas frases ditas por Pedro Passos Coelho que contrastam com o seu comportamento: (...) o orçamento apresentado na Assembleia na República este ano (2010), de alguma maneira vai buscar a quem não pode fugir que são os funcionários públicos e, portanto, precisamos de um governo não socialista em Portugal (...) não faz sentido andar a pedir às pessoas, às famílias portuguesas para pagarem mais a crise (...) na prática estão a preparar-se (anterior governo) para aumentar a carga fiscal. Como? Reduzindo as deduções que podemos fazer em sede de IRS (...) significa sempre o mesmo esforço de tratar os portugueses à bruta (...) os sacrifícios não têm sido distribuídos com justiça e equidade (...) não contarão (comigo) com mais ataques à classe média em nome dos problemas externos (...) nós não olhamos para as classes de rendimento a partir dos mil euros dizendo aqui estão os ricos de Portugal que paguem a crise (...) nós hoje obrigamos as pessoas a pagarem com aquilo que não têm (...) para que o caminho que têm pela frente não seja ainda de mais impostos, mais desemprego e mais falências de empresas (...) não dizemos hoje uma coisa e amanhã outra (...) não basta a austeridade (...) não se pode cortar cegamente (...) as medidas agora anunciadas traduzem uma incompreensível insistência no erro, porque se volta a lançar exigências adicionais sobre aqueles que sempre são sacrificados, porque se atacam alicerces básicos do estado social (...) se eu fosse primeiro-ministro não estávamos hoje com as calças na mão, a pedir e a impor um plano de austeridade (...) o que o país precisa para superar esta situação de dificuldade não é de mais austeridade (...) o IVA, já ontem o referi, não é para subir (...) temos hoje pessoas que deixaram de ter subsídio de desemprego (...) eu não quero ser primeiro-ministro para dar empregos ao PSD e para proteger os que são mais ricos em Portugal" (...) "(...) Estar desempregado não pode ser um sinal negativo (...)".
Por tudo isto e pela sua prática política, da qual destaco o substancial aumento da pobreza e da emigração forçada, Pedro Passos Coelho deveria estar a passar um momento de grande contenção nas palavras. Só que o desejo de ir ao "pote" é muito grande. Lamentável, pelo menos do meu ponto de vista. Respeito quem tenha uma outra leitura do processo.
Ilustração: Arquivo próprio.

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