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quarta-feira, 29 de junho de 2016

O PAPA FRANCISCO E A CONFUSÃO NA CABEÇA DE JOÃO CÉSAR DAS NEVES


Com que então... há "um aproveitamento ideológico da visão do Papa", nos debates económicos, ideológicos e políticos? Este economista João César das Neves é espantoso. Posiciona-se como se o Papa não fosse um Homem político como o foi Jesus Cristo. Todos nós, quando nos posicionamos, somos políticos. Como se tudo à nossa volta não tivesse natureza política. Como se tudo o que o Papa Francisco assume já não tivesse sido dito por tantos na nossa História, sobretudo por aqueles que não se encontram, aqui sim, ideologicamente, colados ao Dr. João César das Neves. Se as abordagens do Papa têm como único objectivo "anunciar uma forma diferente de fazer economia", com base na doutrina social da Igreja, que mal existe que outros assumam, claramente, que até o Papa isso defende? Compromete-o no plano ideológico? Deixa-o com algum ciúme, Dr. César?


Obviamente que as instituições, públicas ou privadas, são livres de o convidarem para conferências, seja a que pretexto for. A muitos custa, obviamente, ter de ouvir ou ler autênticos disparates. Um economista que declarou, já tem algum tempo, que "é criminoso subir o salário mínimo", que "é óbvio que os cortes têm de regressar" (...) é já óbvio que a austeridade terá de ser retomada (Maio/2016), ou, então, que "a maior parte dos pensionistas não são pobres, fingem" e, neste pressuposto, aumentar o salário mínimo “é estragar a vida aos pobres", pergunto, se alguém com este currículo discursivo tem credibilidade, quando há Prémios Nobel a dizerem exactamente o contrário? 
Eu não vou tecer mais considerações sobre as Neves perenes deste César "imperador do conhecimento", apenas vou deixar uma carta publicada em Novembro de 2013 por Carlos Paz, também economista: 
Carta Aberta a um MENTECAPTO: 
Meu Caro João,
Ouvi-te brevemente nos noticiários da TSF no fim-de-semana e não acreditei no que estava a ouvir.
Confesso que pensei que fossem “excertos”, fora de contexto, de alguém a tentar destruir o (pouco) prestígio de Economista (que ainda te resta).
Mas depois tive a enorme surpresa: fui ler, no Diário de Notícias a tua entrevista (ou deverei dizer: o arrazoado de DISPARATES que resolveste vomitar para os microfones de quem teve a suprema paciência de te ouvir). E, afinal, disseste mesmo aquilo que disseste, CONVICTO e em contexto.
Tu não fazes a menor ideia do que é a vida fora da redoma protegida em que vives:
- Não sabes o que é ser pobre;
- Não sabes o que é ter fome;
- Não sabes o que é ter a certeza de não ter um futuro.
Pior que isso, João, não sabes, NEM QUERES SABER!
Limitas-te a vomitar ódio sobre TODOS aqueles que não pertencem ao teu meio. Sobes aquele teu tom de voz nasalado (aqui para nós que ninguém nos ouve: um bocado amaricado) para despejares a tua IGNORÂNCIA arvorada em ciência.
Que de Economia NADA sabes, isso já tinha sido provado ao longo dos MUITOS anos em que foste assessor do teu amigo Aníbal e o ajudaste a tomar as BRILHANTES decisões de DESTRUIR o Aparelho Produtivo Nacional (Indústria, Agricultura e Pescas).
És tu (com ele) um dos PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS de sermos um País SEM FUTURO.
De Economia NADA sabes e, pelos vistos, da VIDA REAL, sabes ainda MENOS! (...)"
Regresso ao princípio, a João César das Neves e ao Papa Francisco, porque César disse que existe "um aproveitamento ideológico da visão do Papa", quando no seu ponto de vista "o Papa não está a falar de economia, ele não pretende falar de economia, aliás diz que é alérgico à economia, o objectivo dele é anunciar Jesus Cristo, é a anunciar uma maneira diferente de fazer economia". Que paradoxo de um "académico"! Então, "anunciar uma maneira diferente de fazer economia" não corresponde a posicionar-se sobre a economia, sobre essa economia que nos trouxe "à miséria humana" (palavras suas e contextualizadas) e aos porquês das vagas de "imigrantes, refugiados, pobreza e escravatura" (palavras suas e contextualizadas)?.
Irrita-me este senhor que critica quem fale ou se aproveite das posições do Papa Francisco, quando é o próprio Papa a dizer que "esta economia mata". Não há paciência para este Professor de Economia! Parafraseando a máxima do Professor Abel Salazar, Patrono do Instituto de Ciências Biomédicas, embora em um contexto médico: "Economista que só sabe de Economia nem de Economia sabe."
Ilustração: Google Imagens.

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