Adsense

terça-feira, 13 de setembro de 2016

CENTRO RADICAL E INCERTEZA RADICAL. O QUE SIGNIFICA ISSO?


Disse o ex-governante socialista Dr. Luis Amado, em um jantar promovido pelo PSD: "(...) É por isso que defendo mais soluções do tipo centro radical, em reação à incerteza radical (...). Quem for capaz de oferecer mais certeza, mais previsibilidade, mais estabilidade tem uma vantagem competitiva enorme". Entendo e não entendo as suas palavras. Em DEMOCRACIA não existe "centro radical" nem "incerteza radical". Conceptualmente ambas estão erradas, desde logo pela palavra "radical". Prefiro a moderação, o diálogo e o bom senso do que as políticas marcadas pela intransigência. Depois, a vontade dos povos deve ser respeitada seja qual for o contexto parlamentar. Assim se constrói o futuro. 


Mas há mais. Aceitando, com muito esforço, a declaração assumida, pergunto, não foi esse "centro radical" que tomou conta da Europa, que a expurgou dos seus princípios e valores sociais, não foram os cérebros do "centro radical" que conduziram à falência de bancos e a uma crise que colocou milhões de cidadãos a "pão e água", a emigrar e a pagar as dívidas ilegítimas que não contraíram? Que "vantagem competitiva" ofereceram? E, já agora, na banda oposta, que "incerteza radical" existe hoje em Portugal, quando decorre o mês de Setembro de 2016 e ainda não aconteceu nenhum orçamento rectificativo? E se houver será por causa do BANIF.
Ah, pois, compreendo, a direita política não gosta de soluções que saiam dos seus cânones de "previsibilidade", gostam de quem "oferecer mais certeza", porque ela traz nas suas "veias" a ambição desmedida, a sofreguidão financeira e a ganância mesmo que à custa dos que pouco ou nada têm. O resto é treta.
O empecilho é que há eleições e o povo, por enquanto, é "quem mais ordena". Pelo menos tem esse direito constitucional. E é da Assembleia que resultam os governos e a estabilidade política. Por que raio o povo tem de alinhar em soluções políticas que apenas interessam a alguns. Chega de "Maria vai com as outras"!
Ilustração: Google Imagens.

Sem comentários: