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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

FORTALEZA DE PENICHE. NÃO À DESTRUIÇÃO DA MEMÓRIA POLÍTICA.



Consta, mas nem quero acreditar, que a Fortaleza de Peniche poderá ser transformada em um espaço do sector hoteleiro. Parto do princípio que deve ser um lapso, simplesmente porque ali funcionou entre 1934 e 1974 uma prisão política, onde foram "enjaulados" muitos dos que ousaram combater o Estado Novo de António de Oliveira Salazar e, posteriormente, de Marcelo Caetano. Peniche é um marco e um símbolo dessa iníqua e selvagem perseguição aos democratas. Tal como foi, por exemplo, o Tarrafal, na antiga colónia de Cabo Verde. Centenas que por ali passaram e que tão mal foram tratados! Centenas que ali ficaram anos, depois de meses de torturas inconcebíveis perpetradas pelos funcionários da PIDE/DGS. A Fortaleza de Peniche é um símbolo da luta anti-fascista cuja memória não pode ser apagada. Pelo contrário, deve constituir um espaço de visita e de transmissão dos princípios e valores que animaram tantos homens e mulheres para que o regime de então fosse deposto e vingasse a Democracia. Peniche é memória, representa uma cultura política bárbara e ignorante, que dominou Portugal durante quase meio século. Peniche deve manter os traços arquitectónicos de então, deve ser um centro da perversidade da nossa História política e nunca mais um local de hotelaria. Apagar a memória constitui um desrespeito, total, pelo nosso povo, em geral, e, em particular, por todos quantos, sofrendo, lutaram pela LIBERDADE e pela DEMOCRACIA.
Ilustração: Google Imagens. 

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