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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AFINAL, A MÁQUINA FUNCIONA!


A Comissão Europeia, depois de vários meses de permanentes posições chantagistas, de ameaças de punições, sempre na lógica de mais medidas de austeridade, revelando ausência de confiança relativamente às opções políticas do actual governo, acabou por cair de joelhos, não suspendendo os fundos a Portugal, por défice excessivo. Até ao Orçamento para 2017 dizem sim. Isto parece-me, entre outros, ter dois significados: primeiro, a falta de seriedade das instituições europeias, dominadas, ideologicamente, pela direita política, a qual, durante vários anos, só enxergou a via da austeridade e do concomitante aumento da pobreza; segundo, acabaram por dar um sinal a todos os povos europeus que, afinal, à esquerda, a máquina também funciona. Basta bom senso, respeito pela diferença e uma alta capacidade de negociação. 


Bem disse a Eurodeputada do PS Liliana Rodrigues: "este foi um processo absurdo e discricionário que se arrastou por demasiado tempo e que arriscava colocar em risco a imagem que o cidadão tem da União Europeia, mais ainda numa altura em que não nos podemos permitir tal luxo. Esta decisão, juntamente com a aprovação do Orçamento de Estado para 2017, mostram que é possível respeitar os compromissos europeus sem adoptar uma atitude de absoluta passividade face às decisões das instituições europeias e, em simultâneo, enveredar por uma via que, gradualmente, vai pondo cobro à austeridade dos últimos anos". Nem mais. Se a União, a passar por uma crise de identidade e de reconhecimento por parte da sociedade, tivesse enveredado pela crítica severa ao país, julgo eu que esse quadro de afastamento se agravaria.
Obviamente que Portugal tem muito a fazer para que se possa falar de finanças públicas saudáveis. Neste momento, apenas certo é que se assiste a um paulatino retorno aos direitos sociais, à recuperação dos "roubos" perpetrados durante vários anos, provando que o caminho da austeridade estava errado e que existiam outros formatos assentes no respeito pelas pessoas e pela promoção do crescimento. Só para Pedro Passos Coelho, que se arrasta sem argumentos, repetindo, diariamente, a lengalenga do profeta da desgraça, o caminho não é este. Pressinto que até o CDS já dá indicações de afastamento para trilhar o seu próprio caminho. 
Ilustração: Google Imagens.

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