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sexta-feira, 7 de julho de 2017

DESABAFO: PARA ONDE CAMINHAMOS?


Os tempos que estamos a viver apresentam, cada vez mais, sinais de grande preocupação. Sempre foi assim, sempre passaram pelos olhos do ser humano, situações absolutamente chocantes. É milenar, infelizmente. Torna-se, apenas, mais gritante, porque nós estamos a vivê-las, porque a notícia corre, hoje, em um instante através da globalização tecnológica. Um pouco por todo o lado, em todos os continentes, perdeu-se a vergonha. Compaginamos situações e interroga-mo-nos: que raio se está a passar que, ao invés de atitudes responsáveis, vemos um contínuo resvalar da dignidade, do bom senso, do respeito, da ética e da moral? É demasiado simplista reduzir tudo a um tempo do Homem peça da economia e de políticas que, dizendo não dizendo, empurram para o caminho da riqueza, da ganância, do dinheiro fácil, da luxúria, da aldrabice, de um salve-se quem puder. Já não é o "pilha-galinhas", coitado, que está em causa, mas gente do topo das hierarquias que nos assustam com os seus comportamentos. 


Esta semana que agora termina, três casos deixam um rasto de perplexidade e de muita preocupação. Três casos entre muitos outros, desde entidades bancárias a fraudes de todo o género, passando, também, por ditas gradas figuras do Estado, inclusive, dos Órgãos de Soberania. 
Primeiro: como é possível um Major-General, alegadamente, esteja envolvido em questões de suspeita de uma rede que, fazia o seu "negócio" com os fornecimentos de bens às messes? Um General, que eu saiba, para lá chegar, passa por muitos crivos de avaliação, não apenas de competência, mas por questões de idoneidade e exemplaridade. Como é possível? Como é possível estarem envolvidos, uma vasta hierarquia até ao nível hierárquico de Sargento? Um General a "apadrinhar" um Sargento? 
Segundo: Como é possível que um antigo Juiz, agora com 51 anos, tenha sido "julgado e condenado pelo Tribunal de Bragança a uma pena suspensa de dois anos e onze meses de prisão por adulterar o estado de dezenas de processos, passando-os para concluídos, quando ainda não havia sentença, para "viciar" estatísticas e "aumentar artificialmente" a sua produtividade. Que, agora, volte a ser julgado e condenado pelo crime de violência doméstica, por ter infligido "maus-tratos físicos e graves e reiterados maus-tratos psíquicos à ofendida", tendo assim cometido, "sem dúvida, o crime de violência doméstica". Como é possível, quando a selecção de pessoas no acesso à Magistratura é ou deveria ser de um extremo rigor? Como é que um homem destes exerceu a função de juiz de causas que lhe passaram pela mesa de trabalho?
Terceiro: Nada tenho contra a homossexualidade. Respeito-a, totalmente. Causa-me, sim, perplexidade e tristeza não apenas os muitos e escandalosos casos que vão sendo conhecidos na Igreja, e que o Papa, reiteradamente, pede perdão, mas este que, alegadamente, envolve altas figuras do Vaticano. Li: "O apartamento alvo da polícia está afeto à Congregação para a Doutrina da Fé, organismo que, entre outras atribuições, tem a responsabilidade de lidar com os escândalos de abuso sexual de menores por membros da Igreja. (...) "A polícia do Vaticano interrompeu uma orgia homossexual no apartamento onde vive o cardeal Francesco Coccopalmerio, um dos principais conselheiros do Papa Francisco." Isto, quando "a Igreja Católica volta a ser abalada por um escândalo sexual, pouco depois de o seu chefe das finanças, o Cardeal George Pell, ter sido formalmente acusado de crimes sexuais". Como é possível? Parece-me, óbvio, que têm, na minha modesta opinião, direito de optarem pelo caminho que melhor entenderem, mas têm o dever de respeitar a instituição, saindo da Igreja que os acolheu.
Três casos, entre centenas e centenas, de todos os sectores e áreas de actividade, que nos levam a olhar para o Mundo de uma forma enviesada e com a preocupação de alguma coisa fazer. Apenas um desabafo.
Ilustração: Google Imagens.

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