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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

SE DÚVIDAS EXISTISSEM... TUDO FICOU MAIS CLARO!


Acabo de ler no DN um texto sobre as eleições internas no PS-Madeira: "Bernardo Trindade apoia Câmara" (...) pelo seu desprendimento ao apoiar Paulo Cafôfo na corrida à presidência do Governo Regional da Madeira. Se dúvidas existissem, agora, ficou tudo mais claro. Está no seu direito de militante apoiar quem entender. Exactamente como a minha opção deve ser respeitada. Neste processo, certo é que as nuvens dissiparam-se, ou melhor, o nevoeiro sebastiânico foi-se (ou talvez não!), percebendo-se agora, análise da minha inteira responsabilidade, os contornos dos quadros montados por uma teia que está muito para além do racional. De facto, não há como a transparência para se perceber o que está para lá da boca de cena. E não deve ser pouco. O problema é se der erro! Por vezes, as estratégias mal desenhadas ou as ambições desmedidas, onde, muitas vezes, se incluem ajustes de contas, acabam por ser fatais. 


A propósito, há dias escutei, julgo que na RDP-Madeira, uma perspectiva também interessante, o ponto de vista do Engº David Caldeira que foi clarinho ao assumir mais ou menos isto: bom seria que Carlos Pereira e Paulo Cafôfo se entendessem no sentido de Carlos Pereira, no caso de vitória eleitoral, ser vice-presidente de Cafôfo. Ora bem, quer isto dizer que um teria de vender os seus princípios, valores, conhecimento e resultados como as sondagens demonstram, como se o exercício da política tenha de assentar da feliz passagem de Luís Sttau Monteiro no livro "Angústia para o Jantar": "(...) O homem vende-se por pouco. Um Volkswagen, um andar no Areeiro, uma mulher que só casa pela Igreja, ou a amizade dum tipo importante, são suficientes para que se esqueça do que tem de mais íntegro e de mais seu. Por vezes o negócio é mais subtil, menos aparente, e o homem vende-se para ver o seu nome no jornal, para viajar à custa do seu semelhante ou ainda para ter acesso a certos círculos que o deslumbram. A transacção nunca é rápida. O homem vende-se aos bocados, a prestações, dia a dia. Muitos, ao fim dum tempo, já nem sabem que se estão a vender. Atingem uma posição que os obriga a defender interesses contrários a tudo o que sempre sustentaram, e são comprados por essa posição. Continuam, em voz alta, a defender os mesmos princípios de sempre, mas secretamente guerreiam os ideais que dizem ter e fazem o que podem para evitar a sua concretização. A grande maioria dos homens, porém, vende-se por cobardia (…) Os homens que optaram pela vida fácil das carreiras têm medo de não ser promovidos. Os que alcançaram uma posição estável e segura têm medo de transformações. Os que têm prestígio receiam o advento dum mundo que discuta os fundamentos do seu prestígio. Os que vivem à custa dos valores que defendem, receiam todos os outros valores. O medo desempenha na vida dos homens um papel importantíssimo (...)". 
Ora, a política não deve ser isto!
Não pretendo fazer conjecturas, mas ninguém é cego para, no mínimo, perceber o jogo e como as peças andam pelo tabuleiro. Há muito mais política do que aquela política que passa por debaixo dos nossos olhos de meros observadores.
Porém, regresso ao princípio, para sublinhar que respeito as opções. São LEGÍTIMAS e democráticas, ponto final!
Ilustração: Google Imagens.

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