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terça-feira, 18 de setembro de 2018

ESCOLA DO CURRAL DAS FREIRAS: COMO MATAR NÃO MATANDO


Enquanto uns andam na vida de forma erecta, longe de desprestigiantes jogos, outros, para saírem a uma porta, no sentido mais lato, precisam de muitas horas para enrolarem o rabinho. E essa cauda, mor das vezes, faz lembrar a história do gato escondido. A da escola do Curral das Freiras parece-me, cada vez mais, rocambolesca. Há indícios de uma trama que não dignifica quem nela participa(ou). Dava para um episódio de uma novela de enredo empolgante. Há ciúme, traição, jogo duplo, perseguição, intriga, assassinato de carácter, difamação pública, linchamento profissional, medo, eu sei lá, um bom argumentista e um realizador, estou certo, tinham elementos para contar uma história subordinada ao título: "como matar, não matando".


Não vou aos pormenores que fui recolhendo ao longo do tempo e que, hoje, me possibilitam formar uma primeira opinião. Os pormenores pouco me interessam. O que para mim está assumido é a existência de uma ridícula trama, por inveja, estranhamente, porque a escola saltou de um lugar desprestigiante, mil duzentos e muitos do famigerado ranking nacional, para uma das melhores escolas públicas do país. Os louros, os prémios e o reconhecimento nacional, obviamente, foram para a direcção da escola presidida pelo Professor Joaquim José Sousa. Inexplicavelmente, há indícios que o secretário do governo terá ficado com um nó na garganta que nem para cima, nem para baixo. Começou aí a intriga. Havia que "corrigir" ou dar um correctivo a quem, terá pensado o dito, estaria a ultrapassar a hierarquia. E assim foi montado o esquema de linchamento que terminou com a fusão da escola com uma outra do Funchal. Pelo meio, telefonemas, inspecção à vida gestionária e administrativa da escola, vasculhando o que possibilitasse a abertura de um processo e, naturalmente, o surgimento de uma vítima. Pela pressão exercida, um dos elementos da direcção, vendo a sua vida a andar para trás, acabou por vender a alma ao diabo (seria bom conhecer as razões) e ofereceu-se para ser ouvida como testemunha. Atacaram pelo lado que lhes poderia ser mais fácil: a vice-presidente que tinha a responsabilidade do conselho administrativo. Trabalho de bastidores, embora maquiavélico, realizado na "perfeição". Os meses passaram-se e eis que surge novo revés para o secretário e a inspecção: em acto eleitoral, a equipa do Professor Joaquim Sousa, agora sem a senhora que fez opções na sua vida ao se oferecer para testemunhar, registou uma concludente vitória no acto eleitoral com 78% da vontade dos eleitores da comunidade escolar. Em linguagem de batalha naval, aquele resultado foi um tiro demolidor no porta-aviões. O "comandante" resolveu a situação: ponto final na autonomia da escola, as eleições não valeram para nada e prossiga o inquérito, porque há que salvar a face, encontrando um culpado. Do rol de acusações, absolutamente desmontáveis, dei uma risada, quando uma delas visa o Professor Joaquim Sousa, por ter distribuído os horários aos professores através de e-mail e não em papel devidamente carimbado e assinado. Mas há mais, muito mais.
O curioso desta história é que a senhora, aquela que saltou do barco, acabou por ser nomeada Coordenadora da Escola do Curral das Freiras, cuja gestão e administração, como referi, pertence, agora, à escola de S. António no Funchal. Foi compensada pelo jeitinho. É difícil encontrar outra leitura. Interessante, não é? E só mais uma curiosidade, ainda: a "inspectora" que conduz o processo ao Professor Joaquim Sousa, tornou-se "inspectora" depois de ter sido, julgo que em 2010, dada como culpada em um processo, posteriormente arquivado, não se sabe bem com que fundamento. Acabou por ser "reabilitada" e, agora, entra nesta "novela", como atriz principal, deixando a ideia de querer pagar os juros do arquivamento. Não sei, mas a imagem fica. Como actor secundário da "novela" surge o inspector-mor.
Então isto não é digno de um episódio de "novela"? Como actor principal emerge o secretário, a figura que visitou, na manhã de ontem, como se nada tivesse urdido, a escola do Curral das Freiras, esquecendo-se que as atitudes deixam marcas.
Os professores são muito mansos. Se são!
Ilustração: Google Imagens.

NOTA

Perante isto e muito mais, considerando até, do ponto de vista meramente administrativo, que não há uma só escola que não apresente, no quadro dos normativos em vigor, eventuais lacunas aos olhos dos burocratas, o melhor que deveriam fazer era acabar com esta tola perseguição. Já massacraram demais a escola, melhor, toda a comunidade educativa. Dentro deste sistema deveriam vangloriar-se por ser uma escola de referência. E para quem anda, todos os dias, a falar de "tranquilidade" seria bom que desse o exemplo, para prestígio não apenas daquela escola, mas do próprio sistema que apoiam.

Do blogue
www.educacaopensamentoautonomia.blogspot.com

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