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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

COMO É POSSÍVEL?


Ainda estou em choque com as imagens que a televisão apresentou. Protagonista: o Professor Doutor, o Filósofo e Catedrático Manuel Maria Carrilho. Com a filha ao colo, sobe umas escadas, bate à porta e o resto dispenso de narrar em pormenor. Certamente que os leitores acompanharam a tristeza dos comportamentos traduzidos em imagens. Como é possível? Como é possível, um homem com 68 anos, Professor, ex-Ministro da Cultura, autor de variadíssimas obras, "Medalha Picasso-Miró, da UNESCO (1998), o European Archaeological Heritage Prize, da Associação Europeia de Arqueólogos (1999), a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Civil de Espanha, pelo Rei Juan Carlos de Espanha (1996), a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco, pelo Presidente da República Federativa do Brasil Fernando Henriques Cardoso (21 de Maio de 1999) e a Légion d’Honneur, pelo Presidente francês Jacques Chirac, que lhe atribui o mais elevado grau que se pode conceder a estrangeiros que não sejam chefes de Estado: o grau de “Grand Officier", como é possível, repito, mostrar ao Mundo o lado oculto da sua personalidade! 

Os livros, "o amor à sabedoria" - Filosofia, nada lhe deram 

Como é  possível um homem com este passado e com aquele reconhecimento público internacional ser condenado com vários anos de prisão (pena suspensa) acusado de uma miserável violência doméstica. Como é possível, entre outras, que tenha agredido um pedopsiquiatra, no intervalo de um julgamento, e que, por isso, tenha sido condenado a oito meses de prisão, substituída por multa. Se o Tribunal condena é que este é um sujeito "doente" de acordo com o conceito da OMS. Trate-se!
Não conheço o(s) processo(s), apenas guio-me pelas condenações e pelas imagens. Porém, mesmo considerando que lhe possam assistir algumas razões (!), nada justifica a violência entre dois seres e as cruas imagens que foram apresentadas em Tribunal. O casamento é um contrato. E os contratos, por vezes não correspondem ao interesse inicial. Ao amor inicial. Chegados aí, ao desencontro, de forma amadurecida, o casal têm o dever de se comportar com respeito, na defesa dos interesses que são comuns (os filhos, por exemplo), manter a amizade, naturalmente dividindo o adquirido sem mágoa de maior e a vida, essa, deve seguir, com absoluta sensatez! 


A vida não é uma linha recta, por vezes surgem situações de alguma tensão, obviamente, mas é aí que a adultez e o bom senso devem predominar. Questiono, complicar, para quê?

É difícil, é.  Existem múltiplas circunstâncias, algumas dramáticas, eu sei, porém, deve a cabecinha funcionar. E mor das vezes, não funciona, também por múltiplas razões. De resto, este é um tema vastíssimo que não pode nem deve ser equacionado em meia dúzia de linhas. Regresso, pois, ao princípio, a Manuel Maria Carrilho.
O problema é que pode um sujeito(a) ser até Catedrático, Ministro, repare o leitor, neste caso, da CULTURA, só que isso não basta(ou) para resolver um problema de formação de base. De carácter. Essa cultura aprende-se e interioriza-se, o que evita quadros litigiosos. Comportar-se de forma ofensiva e provocadora, colocar os filhos no meio das disputas, ao invés de os educar para a liberdade e para responsabilidade, utilizando, até, as situações para que elas sejam pedagógicas relativamente ao futuro (os filhos, mais tarde, poderão passar por um qualquer desencontro), é que é absolutamente lamentável.
Como é possível?
Ilustração: Google Imagens.

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