Adsense

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Um Natal feliz

 

Há momentos que são de uma indescritível felicidade. Há dias, vivi um desses que me encheu completamente. Há muitos anos que desejava o reencontro. Mas o tempo é mestre, permite que as situações aconteçam. E assim damos conta que o abraço fraterno está ali ao virar da esquina. Basta desejarmos. Apesar de algumas tentativas, foram mais de quatro décadas de amargura sentida pelo afastamento e eis que o passo foi dado. Não consigo exprimir por palavras quando o abordei e escutei: "amigo André". Não vasculhámos o passado, a apreciação das causas, deixámo-lo no sarcófago das desinteligências tolas e partimos do agora para o futuro. Nós que estamos no último terço das nossas vidas! Um reencontro de profundos amigos que fomos, ali, em absoluta serenidade nos olhares, nas palavras ditas e não ditas. Senti que ele também desejava esse momento e tratámo-nos com a elegância no trato de outros tempos. Para ambos foi um pedacinho do dia que resolveu anos de separação e de convívio social. Um suspiro de alívio na redescoberta de laços que fazem pulsar o coração.



Tive um professor que um dia avançou com esta metáfora: "vocês que estudam para a docência, andem sempre com o apagador na algibeira (...) apaguem tudo o que faz sofrer para que emerjam as coisas boas da vida".

Às vezes parece difícil, mas este é o sentido que devemos dar à vida. O Padre José Martins Júnior é um com quem aprendi que a tradicional confissão auricular vale zero. Se estão desavindos encontrem-se e resolvam o problema. Não busquem intermediários para solucionar seja o que for. Ele está certo, por isso, não abre o tradicional confessionário a ninguém. O confessionário está na inteligência e no coração das pessoas.

Jamais esquecerei aquele momento. Li algures que os "reencontros têm o poder de aquecer o coração". Explodi de contentamento por sabermos afundar aquilo que não fazia sentido. Que tenhas um Bom Natal, meu Amigo! 

E neste período, cheio de tanta coisa vã, de hipocrisias sem fim, de incompreensões, de ganância, de almoços e jantares de circunstância, de cumprimentos protocolares que não vão além disso mesmo, neste tempo de múltiplas guerras, desde países até à relação entre pessoas, neste tempo de insegurança e ausência de confiança, de desencantos, de sobrevivência, de ódios e de poderes que esmagam, saibamos dar o real valor à vida. Sejam os primeiros a estender a mão e abracem-se. Tão simples. É desse Natal que precisamos.

Feliz Natal para todos e até Janeiro!

Ilustração: Google Imagens.

Sem comentários: