Nos 50 anos de Abril, depois de uma árdua luta pela Democracia e pela Autonomia, infelizmente, tropeço a cada passo com situações causadoras de espanto pelo ridículo político que transportam. Nos últimos dias dei conta de dois momentos, do meu ponto de vista, absolutamente infelizes. Refiro-me ao Senhor Presidente do Governo, de binóculo, orientado para a frente marítima de Santa Cruz, a tentar ver as casas construídas pela respectiva Câmara; depois, aquela historieta do "Spaghetti alla puttanesca" (como diria o Herman: que mal que isto me soa), com jaleca de chefe, desenquadrada de um passado ao jeito, entre outros, do hobby da jornalista Clara de Sousa.
Aliás, em toda a intervenção política (ou não) quem a faz tem de ter presente as várias leituras possíveis, como quem vê o outro lado das coisas. Aquela dos binóculos possibilita um vasto leque de interpretações contra o próprio. Independentemente das palavras ditas e do contexto, sem precisar de fechar os olhos, passaram-me pela frente tantas situações, umas mais sérias, outras com tendencial humor corrosivo que dispenso aqui referir. Quanto ao "spaghetti", com toda a certeza muitos eleitores terão pensado na "puttanesca" de vida que levam e que as estatísticas oficiais confirmam.
A minha perplexidade e tristeza advém do facto de, 50 anos depois, ainda andarmos a conviver com situações que exprimem ausência de qualidade e rigor que nada ajudam na emancipação e consolidação da Democracia e da própria Autonomia.
"Chef" Miguel o exercício da política exige "olhares" muito para além da "massa".
Ilustração: Google Imagens.
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