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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Dr. Rui Nepomuceno

 

Partiu da vida terrena o meu Amigo Dr. Rui Nepomuceno. Por ele sempre nutri uma enorme consideração e estima. Hoje, lamento que as circunstâncias das nossas vidas não tivessem proporcionado uma convivência mais assídua. Muito teria eu aprendido com o homem culto, o advogado de excelência e o historiador que deixa obra para os vindouros. Lamento, repito. Só damos conta disso tarde demais. Infelizmente.



De tempos em tempos cruzávamo-nos e lá ficávamos a conversar. Para mim era uma delícia colocar na nossa breve mesa de diálogo as preocupações sociais, o que estávamos a (des)construir, as preocupantes assimetrias, as margens que não auguravam um futuro promissor e lá nos despedíamos até um próximo reencontro.

Um dia, a propósito de um julgamento sobre matéria educativa, dei conta que o meu advogado não se encontrava presente. Quase entrei em pânico. Circunstancialmente, passava pelo corredor do Tribunal, o Dr. Rui Nepomuceno. Abeirei-me e pedi ajuda. Não me recordo dos pormenores de há quase trinta anos. Sei que ele pediu ao Juiz um compasso de espera, inteirou-se do problema em causa, leu o processo quase transversalmente e assumiu a minha defesa.

Agradeci-lhe através de carta essa sua atitude. Passados uns dias, respondeu-me. Guardo essa preciosa carta como uma memória e uma referência do Homem bom que ele sempre foi. Aquela desprendida atitude, sem qualquer tipo de exigência, marcou-me profundamente, pelo que hoje, na sua partida, curvo-me perante a sua grandeza de Homem, esse sim, "que se tem afirmado pela firmeza, altruísmo e sinceridade da sua prática como Homem e como político". 

Um grande abraço de solidariedade à sua Mulher Drª Aida Nepomuceno (e restante família), distinta Colega com quem tive o prazer de trabalhar na antiga Escola dos Ilhéus. 

Obrigado, Dr. Rui Nepomuceno e até sempre.

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