Partiu da vida terrena o meu Amigo Dr. Rui Nepomuceno. Por ele sempre nutri uma enorme consideração e estima. Hoje, lamento que as circunstâncias das nossas vidas não tivessem proporcionado uma convivência mais assídua. Muito teria eu aprendido com o homem culto, o advogado de excelência e o historiador que deixa obra para os vindouros. Lamento, repito. Só damos conta disso tarde demais. Infelizmente.
Um dia, a propósito de um julgamento sobre matéria educativa, dei conta que o meu advogado não se encontrava presente. Quase entrei em pânico. Circunstancialmente, passava pelo corredor do Tribunal, o Dr. Rui Nepomuceno. Abeirei-me e pedi ajuda. Não me recordo dos pormenores de há quase trinta anos. Sei que ele pediu ao Juiz um compasso de espera, inteirou-se do problema em causa, leu o processo quase transversalmente e assumiu a minha defesa.
Agradeci-lhe através de carta essa sua atitude. Passados uns dias, respondeu-me. Guardo essa preciosa carta como uma memória e uma referência do Homem bom que ele sempre foi. Aquela desprendida atitude, sem qualquer tipo de exigência, marcou-me profundamente, pelo que hoje, na sua partida, curvo-me perante a sua grandeza de Homem, esse sim, "que se tem afirmado pela firmeza, altruísmo e sinceridade da sua prática como Homem e como político".
Um grande abraço de solidariedade à sua Mulher Drª Aida Nepomuceno (e restante família), distinta Colega com quem tive o prazer de trabalhar na antiga Escola dos Ilhéus.
Obrigado, Dr. Rui Nepomuceno e até sempre.
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