"Nós estamos num país pobre, metam isso na cabeça", diz José Pacheco Pereira - que lamenta o que o Governo fez com a lei laboral.
José Pacheco Pereira rejeita a ideia de que a greve geral marcada para 11 de dezembro seja prematura e acusa o poder político de desvalorização da realidade social, considerando que tal "começou com a história dos imigrantes e agora começa com a lei laboral". "Nós estamos num país pobre, metam isso na cabeça, e esse país pobre significa que toda a prioridade da ação governativa, em primeiro lugar, devia ser combater a pobreza - e não é, começou com a história dos imigrantes e agora começa com a lei laboral.
Qual é o problema da lei laboral? A lei laboral não tem nenhuma medida em bom rigor que beneficie a relação entre o capital e o trabalho. Nenhuma".
O comentador sublinha que os aumentos salariais não têm travado o aprofundar da pobreza e que a precariedade e o custo da habitação empurram trabalhadores para condições de vida insustentáveis. A prioridade, defende, não é modernizar a lei laboral, mas combater a desigualdade e proteger quem trabalha. "Pode discutir-se se fazer uma greve nestas circunstâncias é a melhor maneira de fazer a defesa - admito que essa discussão se possa ter, mas ainda é cedo para saber isso. A ameaça da greve é o equivalente ao anúncio das medidas - que, aliás, não faziam parte do programa eleitoral. E não é por acaso porque não se quis colocar esta discussão onde ela devia ter sido colocada, que é no processo eleitoral, não se disse nada sobre esta matéria e agora avança-se com um conjunto de medidas. Essas medidas, na maioria dos casos, tornam mais precária a relação laboral, tornam mais duras as condições de trabalho", afirma o comentador da CNN Portugal.
Texto: msm

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