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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A DEMOCRACIA EXIGE LUTA ENTRE CONTRÁRIOS. MÁ EDUCAÇÃO, NÃO!


Não se trata de para aqui vir armar-me em moralista. Nada disso. Os actos ficam com quem os pratica, dizem. Passei pela Assembleia Legislativa em dois mandatos (1996/2000 e 2007/2011). Defendi posições políticas e escutei a defesa de outras com as quais não concordava. A democracia baseia-se nesse pressuposto. Nunca me levantei em direcção aos "passos perdidos" para não ouvir aqueles por quem não nutria simpatia política. Considerava uma claríssima falta de respeito. Inclusive, nos discursos "duracel" de um ex-presidente do governo que falava duas horas, durante as quais dizia cobras e lagartos de algumas figuras.


Ontem, o passado voltou a repetir-se: quando o deputado Carlos Pereira (PS) tomava a palavra, o presidente do governo saía da do hemiciclo. As cópias são sempre piores que o original. Incomodado pela pressão política e pelas 80 propostas de alteração ao Orçamento da Região? Não sei! Mas se é por sentir-se politicamente acossado, paciência, é a vida, como bem exprimiu o Engº António Guterres. Faz parte dos deveres e dos direitos de oposição ao governo ser PROPOSITIVO. Não bastam as palavras mais ou menos enfeitadas na arte de bem falar. Na política exige-se a proposta séria e fundamentada ao jeito de... "vossas excelências propõem isto, nós propomos aquilo e com estes fundamentos...". Sair da sala é, no mínimo, ridículo.
Da mesma forma é grotesco o vice-presidente sublinhar "(...) vêm para aqui de uma forma demagógica criticar o investimento do governo, então digam quais são (as obras) que não querem (...)", isto é, como se apenas um fosse o portador da verdade. Ora, dispõem de maioria absoluta, historicamente, chumbam tudo quando emerge da oposição, mas isso não significa que não tenham de escutar as propostas dos outros. Não existe demagogia alguma, o que existe são pontos de vista diferentes quanto ao investimento. De resto, a população, ao contrário do que alguns imaginam, está atenta à repetição política do passado e aos discursos de grande fragilidade e está atenta a quem tem capacidade de se opôr com argumentos sustentáveis. 
Ilustração: Google Imagens.

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