O cartaz do PSD às eleições europeias (Madeira) é muito significativo. Por dois motivos: primeiro, pelo slogan: "Uma Nova Europa - a das pessoas e não do capital". A lata é tanta que os mesmos que fazem parte do grupo maioritário europeu que defende as lógicas do capital e que tem vindo a esmagar os povos, são aqueles que se apresentam contra o capital. Ao mesmo tempo que, politicamente, é interessante, é repugnante porque traduz a colossal mentira em que assenta a candidatura. Mas existe um segundo ponto, subtil, mas que o cartaz de candidatura enaltece: fazem parte de uma coligação nacional que junta o PSD e o CDS, mas aqui ignoram o símbolo do CDS. Hipocrisia levada ao extremo.
É por estas e por muitas outras que os cidadãos se afastam da política. Porque descobrem os sinais que conduzem ao engano e à aldrabice. Estão na coligação e não estão. Estão por interesse, mas na primeira curva, porque não lhes interessa conotações locais, querem transmitir um sinal de independência e de uma força que não têm. Espero que o povo descubra esses sinais, que descubra que foi esta direita retrógrada, favorecedora de uma Europa desequilibrada, que rompeu com os laços da solidariedade, da fraternidade e da irmandade entre as nações, que transformou a economia num casino a céu aberto, que gerou gritante pobreza e desemprego ao lado do crescimento de milionários, espero, dizia, que o povo, no dia 25 de Maio, nas urnas, saiba castigá-los pelas acções e pelas omissões. Do meu ponto de vista, a Europa precisa de um novo rumo, precisa de uma esquerda solidária que inverta as políticas, coloque travão, custe o que custar e doa a quem doer, nesta onda especulativa ultraliberal a que o PSD/CDS estão vinculados e com bastas culpas pelo percurso que tomaram.
Vir agora sublinhar e enaltecer uma Europa pelas pessoas e não pela capital só tem uma palavra caracterizadora: HIPOCRISIA, sobretudo quando aquelas palavras são ditas por quem está atolado de porcaria até ao pescoço.
Ilustração: Google Imagens.
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