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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

DESELEGÂNCIAS


Por razões várias atravesso uma fase que prefiro não saber do que juntar mais uma. O que, por aquilo que sou, se torna quase impossível. Acabo por passar os olhos no DN onde li as declarações do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e as do presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, isto por ocasião do Dia do Concelho. Se "um disse mata, outro disse esfola". Ambos de uma deselegância muito perturbadora. Vou por partes. Primeiro, deveria o Senhor presidente do primeiro órgão de governo próprio (ALRAM), manter o distanciamento da política de trazer por casa, eu diria, a conversa de café, colocando-se em um patamar de exemplar elegância. 


Uma coisa é ser contrário à existência (política) de um Representante da República, outra, é desferir um ataque a uma figura com quem tem de conviver no dia-a-dia por força das funções que desempenha. Li, na edição de hoje entre outros mimos, que "criticou os autarcas que "dão palco" ao Represente da República". Ora bem, já escrevi diversas vezes, que sou contra a figura Constitucional de Representante da República, antes Ministro da República. A Madeira Autónoma não precisa, se esse é o caso, de olhos e ouvidos de alguém de fora, e se a justificação radica na verificação da legislação produzida, o Gabinete Jurídico do Senhor Presidente da República bem poderia desempenhar tal tarefa, à semelhança dos diplomas oriundos da Assembleia da República. Portanto, há canais próprios para resolver esta situação, que passa pela necessidade de uma revisão Constitucional. Em Câmara de Lobos não era, certamente, o "palco" para ataques de natureza partidária. Esta a primeira deselegância. Seguir-se-á, dentro de dois meses e tal, a fase da hipocrisia política: a apresentação, por parte do presidente da Assembleia, de cumprimentos protocolares de "Boas Festas" ao Representante da República. São aspectos diferentes? Não, não são! Não concebo que quem ataca a seguir dê um abraço. Foi a brincar que eu disse aquilo, Senhor Representante!!!
Quanto ao Senhor presidente da Câmara, regressou com o velhíssimo e desactualizado discurso de contra Lisboa, marchar, marchar: "sabemos como lidar com o Terreiro do Paço, porque temos o Terreiro da Luta", vangloriando-se pelo facto da Mesa de Honra ser composta apenas por "legítimos representantes democraticamente eleitos e não nomeados". Nova deselegância, face a um ataque, no mesmo sentido, à figura do Representante da República. O trocadilho (paranomásia) relativamente aos "terreiros" já não digo que é de café, mas talvez entre uma poncha e outra! Não é o sítio adequado, porque se trata de uma cerimónia dita solene. O que o Senhor presidente da Câmara se esqueceu de justificar, já que falou de "legítimos representantes democraticamente eleitos" foi o facto desses representantes (CDS/PP e PS) não terem tido o direito democrático à palavra no dia do seu concelho! Nova deselegância. Há pessoas que não aprendem.
Ilustração: Google Imagens.

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