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segunda-feira, 22 de maio de 2023

DE UM EX-PRESIDENTE E ACTUAL CONSELHEIRO DE ESTADO ESPERA(VA)-SE MELHOR


Regressei à base e estou a tentar acompanhar os acontecimentos. Alguns pouco me interessam porque são histórias repetidas até à exaustão; outros, merecem uma reflexão mais séria, quando os protagonistas são figuras de Estado. Neste quadro de preocupações, detive-me na recente intervenção partidária do ex-Presidente da República Doutor Cavaco Silva. Afinal, nada de novo saiu daquela boca. De um Conselheiro de Estado e que pelo exercício da política esteve mais de trinta anos, ressaltou, uma vez mais, um discurso desadequado e de certa forma odiento, aliás, na linha que constitui a sua marca. Respeito quem assim não o caracterize, mas para uma figura de Estado, pelo menos esta é a minha opinião, espera(va)-se visão, sensatez e distanciamento, sem perda de acutilância com palavras e expressões ponderadas. Não foi isso que li. O ex-Presidente foi de gosto amargo! Lamentável.




Entre vários documentos publicados, li um texto no site Estátua de Sal (Cavaco Silva - uma assombração) que aqui deixo para reflexão. E deixo-o simplesmente porque o ex-Presidente não é aquilo que alguns tentam vender. Ele está, no plano político, ao nível de outros que por aí andam a infernizar a vida de todos nós. De um político que foi o mais alto Magistrado da Nação espera(va)-se melhor. Mas é o que temos.

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"Ontem, para fazer esquecer a melhoria da perspetiva da notação da dívida soberana pela agência americana Moody’s, surgida na véspera, apareceu a liderar a oposição de direita o rancoroso Professor Aníbal.
Substituiu Marcelo, convicto de que, à semelhança das águas residuais, que podem ser recicladas, os ativos tóxicos podem ser branqueados.
Aníbal Cavaco Silva, catedrático de Literatura pela Universidade de Goa, Grande Colar da Ordem da Liberdade por desvario de Marcelo, não se livrará do passado onde teve a sorte de as intrigas de Marcelo e as assinaturas falsas o fazerem, na Figueira da Foz, presidente do PSD contra o democrata João Salgueiro.
Marcelo, Júdice e Santana Lopes fizeram-no PM; Marcelo, Durão Barroso e Ricardo Salgado, ingratamente abandonado, prepararam na vivenda do último a sua candidatura vitoriosa a PR.
Mas não se julgue que o político videirinho foi apenas um salazarista beneficiado com a democracia, a que pretendeu abolir, conluiado com Passos Coelho, os feriados identitários do País, 5 de Outubro e 1.º de Dezembro.
Com o reiterado absentismo na Universidade Nova, para dar aulas na Católica, obrigou o reitor, Alfredo de Sousa, que o fizera catedrático, a levantar-lhe o processo disciplinar que o despediria por faltas injustificadas. Teve a sorte de ter como ministro da Educação João de Deus Pinheiro que lhe relevou as faltas e receberia em recompensa o Min. dos Negócios Estrangeiros.
O ressentido salazarista não foi apenas venal na docência, “mísero professor” no léxico cavaquista, foi igualmente no negócio das ações da SLN, para ele e filha, e no suspeito negócio da Vivenda Gaivota Azul, na Praia da Coelha.
Apesar de exigir que se nasça duas vezes para alguém ser tão sério como ele, há boas razões para pensar que sobra uma. Os seus negócios foram tão nebulosos como as razões do preenchimento da ficha na Pide, com erros de ortografia.
Ontem, o Professor Aníbal veio bolçar o ódio que o devora, depois de ter sido obrigado a dar posse ao primeiro Governo de António Costa, de ter então esbracejado e denunciado à União Europeia o perigo de um PM apoiado pelo PCP e BE. Exigiu que António Costa pedisse a demissão, apareceu nas televisões, rádios e cassetes piratas, e regressou aos sais de fruto enquanto a oposição de direita continuará a ser liderada por Marcelo.
O homem é assim, o salazarista inculto e primário que o marcelista culto, empático e igualmente perverso está a substituir com mais êxito."

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Como complemento, disponibilizo um texto do Engenheiro e Professor Universitário Carlos Paz, publicado em 2014, a que deu o título de "Uma Carta ao Presidente da República". AQUI

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