Não posso deixar passar em vão um texto que, lamentavelmente, fala de totós e indivíduos que ladram. Sobretudo quando parte de uma pessoa com responsabilidades políticas. Ser chefe de gabinete, ou qualquer outra coisa na Administração Pública, implica decoro, reserva, discrição, não utilização de uma rede social para dirigir ataques, directos ou indirectos, a outros de quem se discorda no plano político. É mau, é feio, é desprestigiante. Compromete quem dirige tais dislates, como coloca em causa a hierarquia superior.
Depois, o exercício da política, quer no poder quer na oposição, exige o salutar contraponto, porém com elegância e fundamento, com as armas da palavra e não da ofensa. De resto, a Região passou trinta e tal anos sujeita a formas discursivas excessivamente agressivas, intolerantes, malévolas e geradoras de medo. Copiar esses formatos quase significa que os interiorizaram, de tal forma que os repetem sem pensar. Quase como assumir que esta é a minha vez! Liminarmente, rejeito, e sinto-me profundamente incomodado quando os impropérios saem da boca de uma pessoa antes oposição. Vou mais longe, porque, repito, a minha consciência dita que não devo silenciar-me. O Partido Socialista da Madeira, com responsabilidades em várias autarquias, não pode assumir um comportamento igual a outros sem filtro. Uma coisa é ser contundente, outra é ser malcriado. Para mim é inaceitável. Fui autarca e passei pela Assembleia, nunca me senti totó, tampouco ladrei ou chamei outros de atrasados mentais. Nem alguma vez considerei os meus adversários políticos dessa maneira. Tão grave para fora quanto um outro designa, para dentro, os próprios camaradas de partido de "canalhas e nojentos". INTOLERÁVEL. Porque me sinto envergonhado, embora nada tenha a ver com a pessoa em questão, mas porque a minha opção política é clara, peço desculpa a todos quantos se sentiram ofendidos.
NOTA COMPLEMENTAR
Da mesma forma que é intolerável o vice-presidente do governo, no recente debate sobre o novo hospital, acusar o Primeiro-Ministro António Costa de "vigarice". Isto em uma altura que o diálogo e a diplomacia deveriam constituir a essência da adultez política.
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