A expressão "pata rapada" não é nova, pois pertence ao léxico sistematicamente utilizado. Esquece-se que foi o "zé ninguém" que, por ignorância, deu os votos para que estes cavalheiros tidos como de boa cepa, governem há 36 anos. Esquece-se que foi ele, enquanto presidente do governo, que conduziu a esmagadora maioria da população à pobreza, enquanto outros, sentados à mesa do orçamento encheram-se à custa dos demais. Muitos nasceram pobres, "encostaram-se" e hoje são incapazes de olhar para a sua história de vida. Podem ter dinheiro e poder, mas são verdadeiros "pata rapadas" na dignidade e na hombridade, isto é, na nobreza de alma. Entre uns e outros prefiro os que não são roedores e devoradores do bem comum.
“Desde quando a “pata rapada” fala com doutores?”, perguntou o presidente do governo regional da Madeira ao deputado José Manuel Coelho, presente na inauguração de uma ponte. Foi o suficiente para escutar uma vaia dos populares, em clara reprovação pelas palavras ditas àquele deputado que se manifestou contra a dificílima situação dos bombeiros da Ribeira Brava, para além da alegada falta de pagamento aos proprietários do terreno onde a ponte foi construída, na sequência da trágica aluvião de 20 de Fevereiro de 2010.
Ora, aquela frase, no mínimo, evidencia, por um lado, a soberba, a atitude ditatorial, o despotismo, como se o governo fosse o detentor da verdade absoluta, a existência de uns e de outros, por outro, a ausência de respeito e dignidade no cargo que desempenha. Mesmo que perturbado ao longo da sua intervenção política, o lugar que ocupa exige que não entre na arruaça. O problema é que anda de cabeça perdida face à complexa situação económica e financeira. Ainda hoje, em artigo de opinião publicado no DN-Madeira, o deputado Carlos Pereira (PS) denunciava: “(…) até 2015 o Governo de Jardim assumiu compromissos financeiros que ascendem a 3 500 ME sem contar com as PPP's (que são mais 600 ME até 2015). Grosso modo, o governo da Madeira para cumprir a sua palavra tem de gerar mais de 4 000 ME em 3,5 anos, cerca de 1 142 ME por ano, só para satisfazer compromissos passados. Uma tarefa objectivamente impossível, ainda por cima num quadro de forte recessão (…)”
Percebe-se, por isso e muito mais, a existência do desnorte, pelo que, ontem foi na Ribeira Brava, amanhã, certamente, as vaias serão em qualquer outro lugar. É a consequência de quem não tem noção que o seu tempo político terminou, que há muita gente farta e que já não colhe essa treta de culpar outros, a República, pelos seus próprios erros estratégicos. A expressão "pata rapada" não é nova, pois pertence ao léxico sistematicamente utilizado. Esquece-se que foi o "zé ninguém" que, por ignorância, deu os votos para que estes cavalheiros tidos como de boa cepa, governem há 36 anos. Esquece-se que foi ele, enquanto presidente do governo, que conduziu a esmagadora maioria da população à pobreza, enquanto outros, sentados à mesa do orçamento encheram-se à custa dos demais. Muitos nasceram pobres, encostaram-se e hoje são incapazes de olhar para a sua história de vida. Podem ter dinheiro e poder, mas são verdadeiros "pata rapadas" na dignidade e na hombridade, isto é, na nobreza de alma. Entre uns e outros prefiro os que não são roedores e devoradores do bem comum.
Entreguem-lhes uma comenda como fizeram ao Dr. Brazão de Castro ex-governante, apenas pela sua longevidade no poder. Estou certo que os verdadeiros democratas que amam o Povo da Madeira fecharão os olhos, mas partam, deixem o poder, devolvam a palavra ao Povo porque a Madeira precisa de gente livre, responsável, inovadora, criativa, respeitada, confiável, honesta, negociadora, capaz de enfrentar esta delicada situação com serenidade, com credibilidade e com capacidade de libertar a Madeira deste peso político sufocante e que só tem trazido infelicidade. Afinal, quem são os "pata rapadas"?
Ilustração: Google Imagens.
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