Há muito que pretendo, porque é preocupante, escrever qualquer coisita sobre os acidentes de viação nas estradas da Madeira. É rara a semana que todos nós não sejamos confrontados com acidentes, alguns muito graves. Não sei se estou certo, mas tenho para mim, pelo que leio, que há dois factores centrais nos acidentes: álcool e velocidade excessiva. Estas vias, ditas rápidas, estão a tornar-se vias de morte. Excluindo a condução sob o efeito do álcool (entre outras substâncias proibidas e perigosas) assisto, diariamente, a velocidades inadequadas para as estradas da Madeira, mesmo aquelas de sentido único e com duas faixas. Acresce, ainda, o facto de muitos conduzirem em contínua pressão sobre o veículo da frente. Três, quatro metros, enfim, o suficiente para que uma travagem leve a um choque em cadeia.
E não é por falta de chamadas de atenção, mormente por parte da polícia, ou por deficiente aprendizagem nas escolas de condução, é, claramente, por uma deficiente e estúpida cultura de uma pressa sem sentido que conduz a tanto acidente e, algumas vezes, à morte de alguns.
Conheço relativamente bem a Noruega (apenas um exemplo) que, apesar de ser um país rico, tem menos quilómetros de vias rápidas que a Madeira. Dalen é uma cidade entre Oslo e de Bergen. Saí de Dalen convencido que faria os cerca de 220 km até Oslo em pouco mais de duas horas. Conduzindo com serenidade. Levei mais de quatro horas. A Bergen, cerca de 340 km, dificilmente se faz em menos de seis horas e meia. A velocidade varia entre os 50 e os 70 km. Respeitam a velocidade e as distâncias entre veículos. Dir-se-á que se trata de uma cultura de respeito, totalmente diferente da nossa. Seguem a sabedoria popular: vou devagar porque tenho pressa!
Uma sugestão: no mínimo, por que não marcam no solo, como se vê em tantas vias, os indicadores que indicam a necessária separação entre veículos?
Ilustração: Google Imagens.
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