Não o faço por amizade pessoal, tampouco por convicções partidárias. Sempre fui assim, mas agora cada vez mais prezo a minha independência de pensamento. A situação de pânico e de profunda angústia parece-me que está atenuada. Subsiste, agora, a dor da morte, a ansiedade pelo futuro próximo, o sufoco pela perda de bens, o desânimo face a uma paisagem verde que se tornou cinzenta. Começa a ficar como grande preocupação os milhões necessários à reconstrução. Se o coberto vegetal levará anos, muitos anos, já reconstrução dos edifícios espero que não fique embrulhada na burocracia. Daí que não espere pela solidariedade nacional, mas pelo DEVER nacional, porque esta é uma parcela do território português. Há fogos por todo o lado, é verdade, só que a Madeira é um território descontínuo, pobre, socialmente assimétrico e dependente da indústria do turismo. Não ter em consideração estes factores, entre outros, será muito grave para os madeirenses. Aguardemos pelos próximos dias.
Regresso ao início deste texto. Quero referir-me ao Presidente da Câmara, Dr. Paulo Cafôfo. Tenho acompanhado, à distância, a sua postura. Deu o primeiro sinal na solicitação de reforços externos no combate aos vários incêndios, activou o Plano Municipal de Emergência da Cidade do Funchal, percorreu o Funchal de alto a baixo, confortou pessoas, fez os balanços estritamente necessários e apontou uma estimativa (provisória) das necessidades financeiras, mesmo antes do Primeiro-Ministro chegar ao Funchal. Fê-lo de forma operacional nos sítios certos e com as palavras certas. Do meu ponto de vista esteve muito bem. Oxalá aquele longo abraço ao Presidente da República surta o efeito desejado, porque junto ao ouvido do Presidente alguma coisa deve ter sido transmitido. Parabéns.
Ilustração: Google Imagens/SIC/João Homem Gouveia.
1 comentário:
Concordo plenamente.
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