Foi triste, eu diria, patético, assistir ao comentário do Senhor Secretário Regional dos Recursos Humanos relativamente ao aumento do número de desempregados na Região. De um mês para o outro foram mais 343 pessoas que deixaram de poder contar com o seu salário. Uma média de onze por dia deixaram o seu posto de trabalho. E perante isto, perante esta calamidade social que atinge, globalmente, mais de 12.000 pessoas, vem o Secretário ler um papel com justificações esfarrapadas, com comparações com outras regiões do País, quando o problema está, em primeiríssimo lugar, no quadro da Autonomia política e administrativa da Região, na forma como se justifica a grandeza dos números e na apresentação das medidas de combate ao flagelo que se abate sobre a população de toda a Região. Teria sido melhor não ter falado, teria sido mais sensato o silêncio.
Estabelecer comparações despropositadas nada adianta junto daqueles que precisam de soluções, até pelo efeito dominó que a falta de emprego opera no seio do agregado familiar. Só que, a realidade assim o demonstra, não há soluções para este governo porque é sensível que esgotaram a sua capacidade de intervenção, de inovação, de criatividade e de projecto. E como assim é, parece-me evidente que não pode o Secretário dos Recursos Humanos, compaginado com a Vice-Presidência com a tutela da área económica, dar a cara aos madeirenses e porto-santenses e falar-lhes de medidas concretas e de esperança. Nem estes dois, tampouco o presidente do governo que sobre esta dramática situação não se lhe ouve uma qualquer declaração no quadro das políticas susceptíveis de modificarem a situação. Prefere o folclore das inaugurações e os habituais disparos contra a República, como se nada do que está a acontecer tivesse a ver com as responsabilidades que incumbem a um Presidente do Governo.
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