Abril trouxe-nos muitos direitos, mas também muitos deveres. Por exemplo, o direito de ser livre e de ter uma opinião. Concomitante com este, o dever de respeito pelos outros. Ora bem, opinar é uma coisa, ofender de forma reles é outra. Eu sei o que isso é, porque passei, há muitos anos, alguns momentos de significativo constrangimento, por ofensas malevolamente dirigidas. Imagino, alguns políticos no activo o que não sofrem, quando se deparam com a maledicência, com a injúria maldosa. Como vulgarmente se diz, torna-se necessário um estômago de boi para digerir e pensar que amanhã é outro dia.
Escrever, situo-me no plano político, mas poderia ser um qualquer outro, implica muitas vezes ser oportuno, acutilante, incisivo, com argumentos devastadores, mas nunca de forma a denegrir socialmente uma qualquer figura. As pessoas, no desempenho político ou não, merecem respeito. É absolutamente legítimo discordar e existem tantas formas de transmitir a divergência. O que não é legítimo, como li algures, é a utilização da palavra que acaba por ser "mais terrível do que uma agressão física. Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca a reputação e destrói existências".
Recentemente, um programa da RTP teve um título genérico muito interessante: "E se fosse consigo? E se fosse contigo?".
Porque discordo da maledicência política, pura e dura, assumo, aqui, um retundo NÃO.
Ilustração: Google Imagens.
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