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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

DR. EDUARDO JESUS, JÁ ESTUDOU, ESCREVEU E PUBLICOU SOBRE A ECONOMIA E AS FINANÇAS DA REGIÃO? AFINAL, QUEM ESTÁ EM DÉFICE DE ESTUDO?


O Presidente do PS-Madeira assumiu uma posição política. Faz parte da sua actividade enquanto oposição. Remeter-se ao silêncio seria muito grave. Ninguém entenderia. Legítimo é, também, que o governo reaja, mesmo que, face às circunstâncias públicas e notórias da governação, este poder, ao sair a uma porta precise de largos minutos para enrolar o rabo dos desmandos políticos. Mas, tudo bem. O que não me parece correcto, não é a reacção, mas o seu formato e conteúdo. Ao ler a resposta do Dr. Eduardo Jesus fiquei com sensação de estar a ler outros secretários, de outros tempos, de assumida e enervante arrogância política. Veio falar de busca de "protagonismo", de "demagogia", de "desespero pelo palco político", de "irresponsabilidade e, também, de uma completa desactualização", de "disparates", de "falta de acção e de rigor de alguém que se pavoneia em Lisboa". Daí o comunicado do governo para "esclarecer convenientemente a opinião pública". Da minha parte, fiquei esclarecido sobre a angústia do governante.


Fiquei esclarecido que o Dr. Eduardo Jesus gostaria de governar sem oposição, isto é, sem "ruídos" e ao jeito de "magister dixit". Só que, felizmente, a DEMOCRACIA não é assim. Exige vozes, posições antagónicas e outras leituras. Para quem não está habituado, é natural que faça confusão, perturbe o ego, levando a sentir-se acossado, mas, enfim, quem não tem estofo para o contraponto político tem remédio: afasta-se, antes de ser afastado. O exercício da política exige serenidade, aceitação, debate e humildade. Jamais a ofensa directa ou indirecta. Quando faltam estes e outros ingredientes, coitados dos políticos, não passam de meras caixas de ressonância dos interesses partidários, sujeitos às pressões que surgem de todos os cantos de quem à mesa do orçamento se senta. Tem sido assim e talvez esse tenha sido e continua a ser o maior drama da Região.
A páginas tantas, o Dr. Eduardo Jesus refere-se ao Dr. Carlos J. Pereira como um político que "se esqueceu de estudar (...)" os dossiês, naturalmente. Ora bem, se, na Madeira, alguém estudou, exaustivamente, as questões da economia e das finanças, tudo o que daí resulta no quadro da Autonomia e teve a coragem política de publicar, em livro de 316 páginas, passando em revista os anos da fantasia política, esse político tem um nome, Carlos João Pereira. Livro que li duas vezes e a ele retorno sempre que necessário para esbater a minha ignorância. Afinal, o que é que o Dr. Eduardo Jesus estudou, escreveu e publicou sobre economia e finanças? Quem está em défice de estudo? É que não basta blá, blá vociferando contra quem pensa diferente. 
Poderia ir mais longe, mas não quero. Fico por aqui, transcrevendo uma frase que o Deputado Carlos Pereira salienta no capítulo III do livro "A Herança": "Todos têm direito de se enganar nas suas opiniões. Mas ninguém tem o direito de se enganar nos factos" - Bernard Baruch.
Ilustração: Google Imagens.

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