Com que então... a ACIF gosta e não gosta que a Madeira disponha de uma ligação marítima, por ferry, ao Continente. A sua presidente considerou, "óptimo" que a Comissão Europeia tenha autorizado a concessão de subsídios aos passageiros e à carga agregada na linha ferry para a Madeira, sublinhando que "(...) é sempre positivo quando vemos estrangulamentos serem desbloqueados", mas, lá veio o mas, a “concorrência desleal não pode existir”. Ora bem, pergunta-se, o que significa ou pretende significar essa história da "concorrência desleal"? Porque "(...) há empresários que acham o ferry negativo para a sua área de negócio"? Que empresários? Os mesmos que sempre fizeram trinta por uma linha para manter o privilégio das várias rendibilidades nas ligações e portos?
ARMAS ou qualquer outro... |
Como se depreende da sabedoria popular, "pelo bulir dos beiços percebe-se ao que vem". Eu percebo, ou melhor, parafraseando o falecido Deputado do PCP João Amaral, "eu sei que você sabe que eu sei (...). A Senhora presidente da ACIF fez-me lembrar a confissão de um sujeito a um padre: "roubei uma cordinha, senhor padre". Oh filho se foi só isso, não te preocupes. Vai pôr a corda onde estava e pronto. E o sujeito continuou a insistir na história da cordinha, até que, o padre, perdendo a paciência, ter-lhe-á dito: mas porquê essa insistência, homem de Deus? A muito custo a resposta lá saiu: na ponta da cordinha veio uma vaca, senhor padre!
Ora, então não se percebe a posição da ACIF? Compreende-se, pois claro. É sempre "óptimo" desbloquear "estrangulamentos", mas, cuidado, a concorrência (desleal) não pode existir. Repito, o que é isso de "concorrência desleal"? Preços mais baixos, adequação das empresas ao mercado, pode ser considerado "desleal" porque, porventura, pode bulir com interesses instalados? Então a livre concorrência, estabelecidas as regras, por princípio, não é fundamental para que as pessoas possam ter mais e melhores produtos a custo mais acessível, transporte marítimo de passageiros e veículos? Qual é o problema? Qualquer cidadão minimamente atento percebe o problema! Percebe que, para além da cordinha, existe uma vaquinha bem gorda, alimentada ao longo de muitos anos.
Ilustração: Google Imagens.
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