O big qualquer coisa é agora de "famosos". Nunca assisti a qualquer episódio, de fio a pavio, nem desta versão como de qualquer outra. Respeito quem goste. Eu, felizmente, tenho essa notável ferramenta que me permite mudar de canal. Ainda por cima "famosos", por outras palavras, ditos ilustres, invulgares, célebres e extraordinários. Pergunta-se, em quê? "Famosos inúteis" (não pelas respeitosas profissões que têm) talvez fosse mais adequado para título genérico do programa. Deixam-se, voluntariamente, "prender" numa casa que dizem ser "a mais vigiada do país", para ali viverem o nada, a vulgaridade e a mediocridade, durante várias semanas. É espantoso.
Onde pára a dignidade e o respeito pelos próprios? À custa, julgo eu, da promessa de uns euros como prémio, participam num jogo (jogo?) que me leva a ter dificuldade em perceber como é que um ser, minimamente pensante, se deixa ficar pela cerca que desmiola. Futilidade absoluta. E, depois, lá vem a gala em horário nobre! Eu, sinceramente, substituía a palavra gala por embrutecimento. Palavras ocas, mexericos e mexeriquices, gente aperaltada e uma enorme plateia que segue a "liturgia" dos comportamentos vulgares e toscos. No meu "zapping" passo, espreito e sigo. Não tenho nem estofo nem paciência.
Entretenimento é outra coisa. E a televisão, por excelência, devia ter esse cuidado de separação da trivialidade relativamente àquilo que diverte ou distrai. O problema é que aquilo, infelizmente, vende. É na publicidade, nas revistas rosa ou negras de conteúdo, certo é que se não vendesse não constataria de um alinhamento sério. E porque é que vende? Eis a grande questão! Eu tenho a minha leitura, mas cada um que faça a sua sobre os elevados à distinção de "famosos".
Em 2021 escrevi um outro texto. Pode ser lido aqui.
Ilustração: Google Imagens.
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