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quarta-feira, 26 de junho de 2024

Desabafo


Há situações que eu bem podia passar ao lado mas, confesso, não consigo. Tornaram-se normais e pela ausência de sentido crítico, permitam-me a expressão, "engolimos em seco". São muitas. Reajo a estas:



1ª Vodafone
Num alargado espaço aberto, talvez com uns dez minúsculos balcões de atendimento, aguardei e fui atendido. Como acontece com todos os outros operadores, o cliente fica de pé e o empregado sentado. Normalmente estes atendimentos são demorados, todavia, para além da ausência de cortesia e educação, o cliente que se dane. Ao lado, observei uma senhora, de bengala, nitidamente desconfortável, resolvendo o problema que ali a levou. E o empregado, sentado. Educação? Qual educação! Fico com a sensação que aquilo está feito para não "asilar" muito tempo. A empresa quer lá saber do cliente!

2. Zara
Uns artigos e toca a pagar. Mas onde está a caixa? Agora é uma cuba onde para lá se despejam os artigos para o sistema fazer a leitura dos códigos. É evidente que sei seguir, na máquina, todos os passos até ao pagamento. Mas não quero que assim seja. Aguardo a minha vez mas exijo um atendimento personalizado. Até por alguns pormenores. Por outro lado, entendo que não me devo substituir a quem vende. Tudo aquilo está idealizado no sentido de reduzir o número de postos de trabalho. O cliente é cada vez mais um número. Depois queixam-se do crescimento das compras online!

3. Agência de Viagens
Será que ninguém põe cobro ao assalto aos bolsos dos madeirenses nesta história das viagens entre a Madeira e o território continental? Embora seja um assunto recorrente, a passividade dos governos é gritante. Para um insulano torna-se desesperante. Não apenas andam a roubar os madeirenses, mas também o Estado. Andamos já próximos do "roubo institucionalizado" onde uma viagem de ida e volta tem um valor muito superior a € 400,00. Há companhias, dias e voos que uma ligação é sensivelmente igual ao preço de Lisboa a Nova York. Depois, descobriram para aí uma plataforma que atribui o valor a cobrar pelo serviço das agências. Exemplifico: uma ligação Porto - Funchal, com mala incluída, no site da companhia, o valor era de € 201,00. Porém, na agência, € 233,71, isto é, mais € 32,71. É óbvio que, por várias razões, preferindo a agência, terei de pagar um acréscimo pelo trabalho realizado. As empresas não são uma "misericórdia". Têm empregados, pagam impostos, alugueres, etc.. Mas há um limite considerado razoável. Não me parece aceitável que num processo de ida e volta, marcado em separado, o encargo desse trabalho seja de quase € 70,00. Em síntese, aos preços das viagens absurdamente empolados (porque o Estado, depois, reembolsará, dizem), juntam-se as taxas desajustadas, o limite dos € 400,00, o prejuízo extra no caso de ultrapassar este valor e a maçada de uma deslocação aos CTT, sempre na dúvida se todos os documentos estão de acordo com a lei. E como se isto não bastasse descobriram, também, que quem viaja tem de levar uma "malinha". Se levar uma mala paga e não pia. Em muitas situações o preço da mala é quase metade do valor da passagem!

E nós "engolimos" governos que assistem ao roubo e nada corrigem. Anos e anos nisto. E falam de Autonomia, de regiões ultraperiféricas e da continuidade territorial. Apetece-me dizer uma coisa, mas, por respeito a quem ler este texto, fica para dentro...

Ilustração: Google Imagens.

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